As cotações do trigo em Chicago permaneceram baixas, com o fechamento desta quinta-feira (02/10) ficando em US$ 4,82/bushel, após US$ 4,74 uma semana antes. A média de setembro registrou US$ 5,00/bushel, contra US$ 5,46 em agosto. Assim, entre a média de agosto e o fechamento deste dia 02/10 o bushel de trigo recuou 11,7%.
Dito isso, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, referentes ao ano 2014/15, iniciado em junho, chegaram a 396.300 toneladas na semana encerrada em 18/09. Deste total, o Brasil comprou 119.500 toneladas.
Já o plantio do trigo de inverno nos EUA chegou a 43% da área no dia 28/09. Enquanto isso, a colheita do trigo de primavera atingiu a 94% da área esperada na mesma data, contra a média histórica de 96% na mesma época.
Houve revisão nos números da última safra (2014), com a mesma ficando agora em 55,4 milhões de toneladas, com recuo de 5% sobre o ano anterior. Já o relatório trimestral de estoques, posição de 01/09/2014, indicou 52,09 milhões de toneladas, superando as expectativas do mercado.
Por sua vez, na Argentina, 76% das lavouras atuais de trigo estão em condições entre boas a muito boas, prenunciando uma ótima safra a ser colhida a partir de outubro, porém, tendo o seu ponto forte em dezembro/janeiro.
No Mercosul, a safra velha argentina manteve os preços nos portos com pouca alteração, com valores da tonelada girando entre US$ 270,00 e US$ 295,00. Já a safra nova ficou entre US$ 232,00 e US$ 242,00, com recuo de 7,2% em relação ao mês anterior e queda de 29,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Até esse início de outubro teriam sido compradas 642.900 toneladas da safra 2014/15. (cr. Safras & Mercado)
No que diz respeito a paridade de importação, tendo por base o trigo duro dos EUA e o câmbio atual, o produto do interior do Paraná se elevou para R$ 809,00/tonelada e o gaúcho para R$ 757,00/tonelada. Já o trigo embarcado no porto gaúcho de Rio Grande esteve indicado entre US$ 200,00 e US$ 230,00/tonelada para embarque em outubro. Ao câmbio desta semana, o nível de preço nas regiões produtoras ficaria entre R$ 402,00 e R$ 477,00 por tonelada ou entre R$ 24,12 e R$ 28,62/saco.
Em termos práticos, o mercado nacional fechou a semana com a tonelada dos lotes valendo R$ 530,00 (R$ 31,80/saco) no Paraná, onde a colheita chegou a 47% da área semeada, e entre R$ 460,00 e R$ 480,00/tonelada no Rio Grande do Sul (R$ 27,60 e R$ 28,80/saco). No mercado gaúcho, o balcão fechou a semana em torno de R$ 25,00/saco.
Deve-se notar que o anúncio dos leilões de Pepro para este mês de outubro freou a queda nos preços, pois permitirá que parte do trigo da nova safra alcance o preço mínimo. Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do Real na semana colaborou, igualmente, com o movimento já que torna o trigo brasileiro, na exportação, mais competitivo. Um primeiro leilão de Pepro está previsto para o dia 09/10, com 160.000 toneladas (140.000 no Paraná, 5.000 em São Paulo e outras 5.000 no Mato Grosso do Sul) que serão negociadas ao preço mínimo (preço de venda mais o prêmio), ou seja, R$ 557,50/tonelada ou R$ 33,45/saco no Paraná e R$ 613,30/tonelada ou R$ 36,80/saco nos dois outros Estados, para o produto de qualidade superior. Para receber o subsídio o produtor precisará comprovar a venda do grão.
Enfim, destaque para as fortes e abundantes chuvas desta semana (em muitas regiões dos três Estados do Sul, mais de 200 milímetros em três dias) causaram estragos importantes em muitas lavouras do Paraná, Santa Catarina e mesmo do Rio Grande do Sul. Estas perdas ainda não estão quantificadas, mas no Paraná haverá queda na qualidade do produto atingido. Isso poderá alterar um pouco o cenário de preços interno nas próximas semanas.
Fonte: CEEMA
