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Análise do Mercado de TRIGO – 17/Out/2014

As cotações do trigo em Chicago voltaram a superar o teto dos US$ 5,00/bushel, fechando a quinta-feira (16) em US$ 5,17/bushel, valor que não era visto desde o dia 10/09.

O relatório do USDA, sem grandes mudanças, assim como o clima nos EUA ajudaram a fortalecer um pouco os preços do cereal. O relatório do dia 10/10 indicou o seguinte:

1)Um volume produzido nos EUA de 55,4 milhões de toneladas e estoques finais de 17,8 milhões de toneladas para 2014/15;

2)Patamar de preços para os produtores estadunidenses entre US$ 5,55 e US$ 6,25/bushel para este ano 2014/15;

3)Produção mundial de 721,1 milhões de toneladas e estoques finais globais de 192,6 milhões de toneladas, contra 196,4 milhões indicados em setembro;

1)Produção brasileira e argentina projetadas em 6,3 e 12 milhões de toneladas respectivamente;

2)Importações brasileiras em 6,5 milhões de toneladas.

Dito isso, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 02/10, chegaram a 372.400 toneladas. Esse volume é 30% menor do que a média das últimas quatro semanas, segundo Safras & Mercado. O maior comprador foi as Filipinas, com 101.000 toneladas. Já as inspeções de exportação alcançaram 423.880 toneladas na semana encerrada em 09/10. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/06, o volume chega a 10,0 milhões de toneladas, contra 15,1 milhões em igual período do ano anterior.

Paralelamente, o plantio do trigo de inverno nos EUA alcançou a 68% da área esperada até o dia 12/10. A média histórica é de 67% para esta época do ano.

Enquanto isso, na Argentina, 74% das lavouras de trigo apresentavam boas condições no início desta semana (12/10).

Ao mesmo tempo, no Mercosul, a safra nova argentina, junto aos portos, ficou cotada, para dezembro/janeiro próximos, entre US$ 235,00 e US$ 250,00/tonelada. O trigo gaúcho estivado em Rio Gtande fica entre US$ 200,00 e US$ 230,00/tonelada. Com o câmbio atual, a tonelada fica entre R$ 397,00 e US$ 470,00 ou R$ 23,82 e R$ 28,20/saco.

No mercado brasileiro, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 25,00/saco, enquanto os lotes subiram para R$ 500,00/tonelada (R$ 30,00/saco) e no Paraná a R$ 550,00 (R$ 33,00/saco).

Diante da melhoria dos preços internacionais, dos leilões de Pepro do governo e, particularmente, das perdas existentes nas lavouras do Rio Grande do Sul devido ao excesso de chuvas e calor (contabiliza-se uma quebra de 50% nestas lavouras, sendo que a qualidade está hoje bastante comprometida), o mercado começa a buscar novas referências de preço, após as constantes baixas dos últimos meses. Os atuais preços dos lotes são 1,9% superiores aos registrados no Paraná na semana anterior e 6,4% no Rio Grande do Sul.

Um novo leilão de Pepro sairia neste 16/10 com 160.000 toneladas disponibilizadas, sendo 140.000 do Paraná e 5.000 para cada um dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os prêmios seriam de R$ 133,60 a R$ 95,69/tonelada no Paraná, R$ 203,60/tonelada no Mato Grosso do Sul e R$ 141,90/tonelada em São Paulo. Nota-se, portanto, que os mesmos são menores do que os do primeiro leilão de uma semana atrás.

Enfim, por enquanto a safra brasileira continua estimada em 7,67 milhões de toneladas, mas as quebras no Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina e mesmo alguma coisa no Paraná, devido ao excesso de chuvas, deverá reduzir esse volume a partir de agora. A área plantada de trigo no Brasil foi de 2,7 milhões de hectares, ou seja, 22,1% acima da registrada no ano anterior.

Enfim, no Paraná a colheita teria chegado a 65% da área enquanto no Rio Grande do Sul alguma coisa começa a ser colhida, porém, muitos produtores, especialmente no Noroeste, talvez nem tentem colher seu trigo devido as perdas existentes com as doenças fungicas e a enorme queda na qualidade do grão. Os produtores do Paraná venderam apenas 10% de sua nova safra até meados de outubro.

Fonte: CEEMA