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Análise – Mercado de Trigo – 17/06/2013

Comentários referentes ao período entre 07/06/2013 a 13/06/2013

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Prof. Ms. Emerson Juliano Lucca²

As cotações do trigo em Chicago igualmente recuaram durante a semana, fechando a quinta-feira (13) em US$ 6,85/bushel, após US$ 6,97 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/06, mostrou que a área total semeada com o cereal, nos EUA, ficou mesmo em 22,8 milhões de hectares. Com isso, a produção final ficaria, agora, em 56,6 milhões de toneladas e os estoques finais em 2013/14 somariam 17,9 milhões de toneladas naquele país. Os preços aos produtores estadunidenses oscilariam entre US$ 6,25 e US$ 7,55/bushel durante o novo ano comercial, mostrando que Chicago opera, atualmente, dentro destes parâmetros, fato que não se confirma para a soja e o milho como se viu anteriormente. Já em termos mundiais o relatório indicou uma produção mundial de 695,9 milhões de toneladas, com um recuo de quase seis milhões em relação a maio. Os estoques finais mundiais se reduziriam para 181,2 milhões de toneladas (mesmo assim elevados), enquanto a produção argentina e brasileira está projetada em 13 e 5 milhões de toneladas respectivamente. O Brasil importaria 7,5 milhões de toneladas segundo o USDA.

O trigo de inverno apresenta 53% das lavouras em condições entre boas a excelentes. Já o trigo de primavera estava semeado, até o dia 09/06, em 87% da área esperada.

Ainda em termos mundiais, a Austrália projeta aumentar sua produção de trigo em 15% neste novo ano 2013/14 graças as melhorias climáticas. Com isso, o país da Oceania chegaria a 25,4 milhões de toneladas.

No Mercosul, os preços continuam apenas como indicativos para o momento atual, pois há pouquíssima disponibilidade de trigo. Assim, em Bahia Blanca (Argentina) a tonelada, na compra, ficou em US$ 340,00 enquanto a safra futura se manteve em US$ 270,00 para dezembro/janeiro. No Uruguai a safra velha continua com dificuldades de venda devido a qualidade ruim, com preços em US$ 330,00/tonelada. No Paraguai, a nova safra fica em US$ 270,00/tonelada.

No Brasil, os preços no balcão gaúcho fecharam a semana em R$ 30,54/saco na média, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 690,00 e R$ 710,00/tonelada entre compra e venda. No Paraná igualmente houve melhoria dos preços dos lotes, com os mesmos subindo para valores entre R$ 800,00 e R$ 820,00/tonelada. A falta de produto e o encarecimento da importação devido a forte desvalorização do Real estão na origem deste movimento altista desta semana.

Destaque ainda para o fato de que houve mais leilões de venda de estoques por parte da Conab neste último dia 13/06. A disponibilidade era de 55.700 toneladas.

Enfim, na paridade com o produto importado, o trigo argentino estava sendo posto nos moinhos paulistas, ao câmbio de R$ 2,15 por dólar, ao valor de R$ 875,00/tonelada. Nestas condições, o trigo do norte do Paraná, para chegar ao mesmo patamar do produto argentino, teria que sair das regiões produtoras a R$ 765,00/tonelada FOB.

¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Professor, Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.