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Análise Semanal do Mercado de Milho – 27/Jun/2015

As cotações do milho em Chicago subiram um pouco na semana, porém, sem acompanhar o ímpeto verificado na soja. O fechamento desta quinta-feira (25) ficou em US$ 3,76/bushel, contra US$ 3,58 uma semana antes. Mesmo assim, o valor do fechamento deste dia 25/06 não era alcançado desde a segunda semana de abril passado.

É interessante observar que o excesso de chuvas nas regiões produtoras dos EUA não está atrapalhando o milho, já todo semeado, enquanto ainda provoca fortes especulações no mercado da soja. Mesmo assim, as oscilações da semana tiveram como ponto de referência o relatório de plantio, previsto para o dia 30/06, onde se espera a confirmação de uma redução na área semeada com milho.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que estamos dentro do chamado mercado especulativo do clima nos EUA. Por enquanto, de forma geral, em não havendo surpresas no relatório do dia 30, o mercado aponta para uma acomodação dos preços em geral na Bolsa. Principalmente porque a partir do dia 24/06, e pelos próximos 15 dias, há previsão de clima seco nos EUA, ou seja, retorna a normalidade climática. Lembramos que o período de polinização do milho naquele país se dá particularmente em julho.

Por sua vez, as exportações do cereal pelos EUA não foram muito boas novamente. Na semana anterior o volume ficou em 627.200 toneladas, enquanto na semana passada o mesmo foi um pouco melhor, chegando a 1,1 milhão de toneladas.

Ao mesmo tempo, até o dia 21/06 as condições das lavouras de milho nos EUA se apresentavam com 71% entre boas a excelentes (73% uma semana antes).

Assim, altas nos preços do milho em Chicago apenas se houver problemas com a polinização do cereal a partir do próximo mês e/ou o dólar se desvalorizar de forma expressiva no cenário mundial.

Dito isso, a forte alta do trigo em Chicago, devido ao bom fluxo de comércio internacional, e às chuvas na colheita em alguns Estados produtores, prejudicando a qualidade deste cereal, motivaram igualmente a melhoria dos preços do milho já que os dois produtos são concorrentes na composição das rações animais.

Na Argentina e no Paraguai os preços da tonelada FOB pouco se modificaram, em relação à semana passada, ficando em US$ 169,00 e US$ 112,50 respectivamente.

No mercado brasileiro, os preços se mantiveram estáveis. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 22,50/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 25,00 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 12,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,00/saco no centro e oeste de Santa Catarina.

Na BM&F, diante da entrada cada vez mais significativa da safrinha recorde no mercado brasileiro, as cotações ficam na dependência do avanço desta colheita e da pressão de venda que os produtores irão fazer. Os contratos para novembro e janeiro também dependem do câmbio e das exportações nacionais do cereal.

Nesse sentido, as vendas externas de milho por parte do Brasil, nas três primeiras semanas de junho, ficaram em apenas 72.500 toneladas, lembrando que o mercado espera 300.000 toneladas para o conjunto do mês.

Em termos específicos da safrinha, em Goiás encontram-se tradings e indústrias locais pagando de R$ 18,00 a R$ 18,50/saco para entrega do produto em julho e agosto. Já há um bom volume negociado antecipadamente na região, porém, ainda há muito milho para ser comercializado. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, registrou R$ 42,30/saco para o produto dos EUA e R$ 40,25/saco para o produto oriundo da Argentina, ambos para junho. Já o produto argentino para julho ficou em R$ 42,10/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 28,78/saco para junho; R$ 28,91 para julho; R$ 28,89 para agosto; R$ 29,18 para setembro; R$ 29,13 para outubro; R$ 29,10 para novembro e dezembro; e R$ 29,97/saco para janeiro/16.

Fonte: CEEMA