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Análise Semanal do Mercado de Soja – 26/02/2016

SojaAs cotações da soja, nesta semana, voltaram a recuar em Chicago. O primeiro mês cotado fechou esta quinta-feira (25) em US$ 8,59/bushel, contra US$ 8,79 uma semana antes.

Na prática não há grandes novidades no cenário internacional. A safra sul-americana caminha bem, devendo bater um recorde de produção, embora a colheita brasileira indique que o volume final possa vir menor do que o inicialmente esperado. A Conab estima agora 98,5 milhões de toneladas, contra um pouco mais de 100 milhões no mês passado. A safra argentina deverá ficar ao redor de 58 milhões de toneladas, enquanto nos demais países da região não se espera modificação dos números já anunciados anteriormente. Ao mesmo tempo, as cotações do petróleo voltaram a recuar no mercado internacional, diante da persistência da crise econômico-financeira internacional. A demanda está tão somente sustentada na China, que arrefece o seu crescimento econômico de forma significativa nos últimos três anos. Nesse sentido, o governo chinês vem fazendo importantes desvalorizações de sua moeda, o que encarece suas importações e favorece as exportações. Ao mesmo tempo, os países produtores de soja continuam em recessão ou quase (Brasil e Argentina), enquanto outros acusam crescimento econômico abaixo do esperado (EUA).

Ao mesmo tempo, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA continuam não entusiasmando o mercado. Na semana encerrada em 11/02 o volume atingiu a 567.000 toneladas, ficando apenas 4% acima da média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2016/17 as mesmas atingiram 28.700 toneladas. Já as inspeções de exportação, na semana encerrada em 18/02, somaram 1,53 milhão de toneladas.

Nesta quinta-feira (25) o mercado esperava as primeiras projeções sobre a futura safra de verão dos EUA, que deverão vir no contexto do Fórum Outlook Anual em realização naquele país. Todavia, tais números não são os mais considerados pelo mercado. O que contará mesmo será o relatório de intenção de plantio, a ser divulgado no próximo dia 31/03.

No Brasil, diante de tal quadro internacional e com o retorno do Real à casa dos R$ 3,95 em alguns momentos da semana, os preços se mantiveram estáveis para a soja. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 73,33/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 76,50 e R$ 77,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 60,30/saco em Sorriso (MT) e R$ 73,50/saco em Pato Branco (PR).

Em termos de preços futuros, Rio Grande manteve o valor de R$ 81,00/saco CIF para maio, enquanto o interior gaúcho ficou em R$ 76,50/saco FOB. Nas demais praças nacionais tivemos os seguintes valores: R$ 78,50/saco CIF em Paranaguá para março. Já para o período de março e abril Rondonópolis (MT) registrou R$ 66,00/saco; Dourados (MS) R$ 66,00; Rio Verde (GO) R$ 66,00 e Brasília (DF) também R$ 66,00/saco, no CIF. Já Uberlândia (MG) ficou em R$ 67,00/saco, enquanto Barreiras (BA) atingiu a R$ 70,00; Balsas (MA) R$ 65,50, no CIF. Ainda tivemos Uruçuí (PI) e Pedro Afonso (TO) com R$ 68,00, ambos para maio. (cf. Safras & Mercado)

Por sua vez, na BM&F o contrato março/16 fechou em US$ 19,12/saco; maio ficou em US$ 19,23 a saca; e julho em US$ 19,37/saco.

Concluída a terceira semana de fevereiro a colheita brasileira de soja atingia a 23% da área total. No Rio Grande do Sul, onde a mesma não iniciou, as primeiras estimativas dão conta de uma produtividade média um tanto baixa, de 42 sacos/hectare. A safra local, devido as questões climáticas, no máximo poderá ser considerada normal caso o clima ajude até o final. Estima-se perdas de 10% em relação ao inicialmente esperado, o que representará um volume final em torno de 14 milhões de toneladas (talvez um pouco abaixo disso).

Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/8EdaqHb6/

Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Maio/2016https://www.tradingview.com/x/LaNVFHZL/

Fonte: CEEMA