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Análise Semanal do Mercado do Milho – 10/Mai/2015

A cotação do milho em Chicago oscilou pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (07) um pouco mais baixa, a US$ 3,57/bushel para o primeiro mês cotado. A média de abril ficou em US$ 3,74, contra US$ 3,83/bushel em março.

Também aqui o mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/05 e a confirmação da provável área a ser semeada, já que existem, no momento, especulações sobre a possibilidade de uma área maior do que o inicialmente indicado.

O bom resultado das exportações de milho por parte dos EUA não conseguiu superar a pressão baixista provocada pelo clima favorável ao plantio naquele país. Assim, as cotações pouco se movimentaram, havendo até mesmo uma pressão baixista maior. A exportação na semana anterior atingiu a 1,05 milhão de toneladas nos EUA, porém, o plantio avançou para 55% da área, ficando dentro da normalidade para o período. O mesmo está bem acima da média histórica para o período que é de 38%. Ao mesmo tempo já há 9% do milho semeado nascido (emergindo). Com essa rápida performance do plantio, pode-se não ter um aumento de área, em relação ao esperado, mas sim um aumento da produtividade final.

Como no caso da soja, aqui igualmente os fatores fundamentais não apresentam motivos altistas, especialmente porque a safrinha brasileira está despontando como cheia e com clima favorável.

Na Argentina a tonelada FOB subiu para US$ 172,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 112,50, ambas para maio.

No mercado brasileiro, a recuperação do Real permitiu a manutenção dos preços internos do milho, sendo que o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 23,18/saco. Os lotes ficaram entre R$ 25,00 e R$ 25,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 14,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 26,50/saco em Concórdia (SC).

Ou seja, o mercado, na média, se manteve baixista, mesmo com alguns movimentos de tomada de lucros junto à BM&F. Não há novos fatores altistas e o desempenho da safrinha, até o momento, apontam para um volume importante a ser colhido a partir de junho.

Nesse contexto, o porto de Santos trabalhou com valores entre R$ 28,50 e R$ 29,00/saco para setembro/outubro próximos. E já começa a haver preocupações quanto à logística portuária mais uma vez, pois a grande safrinha que vem chegando se confrontará com o escoamento de uma safra recorde de soja, devendo faltar espaço para as vendas externas de milho no segundo semestre.

Em Campinas, o referencial de preço ficou, na base, entre R$ 26,00 e R$ 26,50/saco CIF, com pouquíssimos negócios no interior de São Paulo. Os compradores estão apenas adquirindo o produto no chamado “da mão para a boca” (cobrindo necessidades pontuais).

A surpresa positiva veio das exportações em abril, as quais chegaram a 159.200 toneladas, superando a projeção inicial para o mês. Com isso, no atual ano comercial o Brasil já embarcou 1,94 milhão de toneladas do cereal.

Enfim, em Goiás, a safrinha registrou negócios com duas mil toneladas, na região de Jataí, para entrega em julho, ao valor de R$ 18,00/saco.

Por sua vez, no Rio Grande do Sul a produção de milho foi aumentada, diante de uma produtividade média de 6.510 quilos/hectare. Segundo a Emater/RS o volume final gaúcho ficará em 5,7 milhões de toneladas, ou seja, 5% acima da produção do ano anterior, mesmo com uma redução de 5,7% na área semeada em 2014/15. Até o dia 30/04 o Estado gaúcho havia colhido 92% de sua área de milho.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 41,78/saco para o produto dos EUA e R$ 40,27/saco para o produto da Argentina, ambos para maio. Já o produto argentino, para junho, ficou em R$ 42,09/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 27,60/saco para maio; R$ 27,80 para junho; R$ 27,91 para julho; R$ 27,92 para agosto; R$ 27,83 para setembro; R$ 29,07/saco para outubro, novembro e dezembro.

Fonte: CEEMA