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Análise Semanal do Mercado do Milho – 13/Mar/2015

Milho

A cotação do milho, para o primeiro mês (março) fechou a quinta-feira (12) em US$ 3,82/bushel, ou seja, no mesmo valor da semana anterior, confirmando igualmente uma estabilização do mercado.

A valorização do dólar no contexto internacional impede melhoria nas cotações, mesmo com boa demanda mundial pelo milho dos EUA nestes últimos dias. Nesse sentido, a exportação da semana anterior atingiu a 1,18 milhão de toneladas, consolidando duas semanas seguidas com volumes acima de um milhão de toneladas. Somou-se a isso, contrariando as notícias da semana anterior, de que o clima pode estar melhorando naquele país, fato que favoreceria o plantio do milho em alguns Estados. (cf. Safras & Mercado)

Como pelo lado do trigo houve sensível recuperação das cotações em função de projeções climáticas um tanto ruins, o milho acabou igualmente se beneficiando e seu preço subiu.

Por sua vez, assim como no caso da soja, também para o milho as paralisações dos caminhoneiros brasileiros trazem tensão aos preços. A possibilidade de novas greves, a partir do dia 26/03 (data de reunião da categoria com representantes do governo), traz apreensão ao mercado.

Ao mesmo tempo, o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no último dia 10/03, trouxe poucas novidades. O aspecto mais relevante foi a pequena redução nos estoques finais de milho nos EUA, para 2014/15, com os mesmos passando de 46,4 milhões de toneladas para 45,2 milhões agora. Além disso, a produção mundial foi reduzida levemente, ficando agora estimada em 989,7 milhões de toneladas no corrente ano comercial, enquanto os estoques finais mundiais perderam mais de 4 milhões de toneladas, em relação a fevereiro, ao ficarem em 185,3 milhões de toneladas. Nesse contexto, o patamar de preços médios para os produtores dos EUA subiu para valores entre US$ 3,50 e US$ 3,90/bushel para 2014/15.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que três fatores irão definir o futuro dos preços mundiais do trigo: a colheita sul-americana e a capacidade de exportação do Brasil e da Argentina; a intenção de plantio nos EUA (continua-se apostando em redução de área semeada com milho naquele país, apesar do relatório do Fórum Outlook de meados de fevereiro); e os estoques trimestrais que igualmente sairão no dia 31/03.

Caso ocorra redução de área semeada nos EUA, o plantio e o clima terão que corresponder para que não haja pressões altistas sobre os preços do milho em 2015.

Enquanto isso, o preço da tonelada FOB na Argentina subiu para US$ 172,00, enquanto no Paraguai ficou em US$ 131,50.

No Brasil, os preços se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando esta segunda semana de março com a média de R$ 23,33/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 25,50 e R$ 26,50/saco. Nas demais praças, os lotes registraram leve alta, com valores de R$ 16,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 28,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.

O câmbio no Brasil, onde o Real voltou a registrar R$ 3,15 por dólar no fechamento dos negócios no dia 12/03, continua sendo o fator que mais tem sustentado os preços do milho, seguindo o comportamento da soja. Por enquanto, essa forte volatilidade cambial deverá continuar no país.

Na BM&F, conforme Safras & Mercado, o contrato de maio tende a refletir o mercado à vista, que está pouco ofertado, com preços CIF em alta devido a elevação dos fretes. Caso o mês de maio fique abaixo de R$ 29,00/saco na Bolsa isso representaria preços abaixo de R$ 25,00/saco na Sorocabana paulista. Por enquanto, nem mesmo Goiás teria preços abaixo de R$ 25,00/saco no momento. Ou seja, o contrato de maio não estaria refletindo a realidade do mercado à vista. Por enquanto, a safrinha também registra preços futuros em alta.

Dito isso, o plantio da safrinha transcorre normalmente e, em havendo safra cheia, mais uma vez teremos problemas com a logística, fato que poderá derrubar preços para o final do ano.

Em termos da safra de verão, a produção gaúcha, segundo a Emater, deverá ser maior do que o inicialmente projetado, podendo ficar em 5,46 milhões de toneladas, repetindo o volume do ano passado. A produtividade média está calculada em 6.232 quilos/hectare.

Enfim, no início de março os embarques de milho por parte do Brasil alcançaram a 318.100 toneladas, sendo os mesmos basicamente de produto oriundo do Rio Grande do Sul. (cf. Safras & Mercado)

?A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 43,90/saco para o produto dos EUA e R$ 41,19/saco para o produto da Argentina, ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 43,06/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores no final da corrente semana: R$ 30,50/saco para março; R$ 30,63 para abril; R$ 30,84 para maio; 30,95 para julho; R$ 31,45 para agosto; R$ 31,54 para setembro; R$ 31,81/saco para novembro e dezembro.

Fonte: CEEMA