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Armazenagem é grande problema da produção

O déficit na capacidade de armazenagem de grãos em Mato Grosso é de 15,9 milhões de toneladas para a safra 2012/2013. Nos próximos 10 anos, o setor prevê que o déficit chegue a 51 milhões (t), o que representa crescimento de 221%. Para mudar esse cenário projetado, seria necessária a construção de 2,918 mil novos armazéns com a liberação de recursos na ordem de R$ 6 bilhões; e ainda de forma emergencial disponibilizar leilões de contrato de opção de venda para os produtores mato-grossenses.

“Isso ainda no 1º semestre. Não adianta depois, tendo milho a céu aberto. Pleito é possível, acreditamos que basta vontade política. Ajudamos o Brasil a ser recordista na exportação, na balança comercial. Não podemos ser abandonados pelo governo federal”. A reivindicação do presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, foi apresentada como uma das ações emergenciais reivindicadas por representantes de diversos setores produtivos durante reunião com o o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
Neri Geller, e diretores da pasta.

No roteiro de propostas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP 2013/2014) constam ainda pedidos de alterações nas condições de custeio pecuário de agrícola, criação do preço mínimo do boi gordo, alterações das condições atuais de crédito para armazenagem, melhoria na distribuição de recursos oficiais e a criação de linha de crédito específica para reforma de pastagem.

Atribuindo o problema de armazenagem ao crescimento dinâmico do setor, Geller anunciou que até o fim de abril será concluído e apresentado a presidente Dilma Rousseff um estudo de redirecionamento de recursos, incluindo sobras do FCO de outros estados, além da discussão da redução de juros dos empréstimos feitos ao diversos setores produtivos. Esta última foi uma das principais cobranças dos pecuaristas que, segundo o presidente da Acrimat, José João Bernardes, não são contemplados com linhas de crédito compatíveis com a renda. Conforme ele, os juros aplicados são altos e não condizem com a atividade de longo ciclo.

Presidente da Famato, Rui Prado, comemorou o resultado do encontro, confiante na possibilidade da ampliação dos limites e da diminuição de juros dos financiamentos para os produtores.

Preços – Recomposição dos preços mínimos foi a principal pauta dos produtores de algodão, que reclamaram que o valor não é revisado há 10 anos e deveria estar entre R$ 56 e R$ 61. “O que importa é a abertura do estudo para definir o preço mínimo”, ponderou o diretor-executivo da Ampa, Décio Coutinho. “O governo federal tem que ser mais ágil para estar reajustando os preços mínimos de todas as culturas”, completou Fávaro.

Quanto ao algodão, o diretor do Mapa, Edilson Guimarães, disse que, apesar de não ser uma situação simples de ser resolvida, a pasta está trabalhando para apresentar uma proposta técnica ainda para esta safra. Já para o milho, por exemplo, o problema é outro. Conforme Guimarães, existe uma proposta, mas também uma “dificuldade momentânea no orçamento. Esperamos implementar o mais logo possível. Temos urgência”.

Fonte: Gazeta Digital