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Quebra na safra dos EUA será de 40 milhões de toneladas

por Leonardo Gottems

As lavouras norte-americanas até reagiram bem após a seca registrada entre agosto e setembro, mas a perda na colheita dessa safra será de nada menos que 40 milhões de toneladas em soja e milho. Os Estados Unidos devem colher 345 milhões de toneladas de milho e 85 milhões de toneladas de soja nesta temporada, de acordo com levantamento feito pela Expedição Safra Gazeta do Povo.

Foram ouvidos relatos de produtores e técnicos nos últimos dez dias apontando rápido avanço na última semana, mas com uma produtividade que não endossa as projeções otimistas que estão reduzindo os preços na Bolsa de Chicago. A Expedição Safra, projeto do núcleo de Agronegócio do jornal Gazeta do Povo que existe há sete temporadas, viajou 2 mil quilômetros pelos estados de Illinois, Indiana, Iowa e Nebraska, que concentram 44% do cultivo de soja e milho dos Estados Unidos. A sondagem teve apoio de técnicos brasileiros e norte-americanos.

Um fato que chama a atenção é a falta de dados oficiais. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) não vem divulgando relatórios sobre as condições das lavouras nem sobre a oferta e a demanda, devido a uma suposta paralisação dos serviços público por falta de orçamento.

Observa-se, no entanto, uma forte atividade de colheita. Embora estejam atrasadas em relação ao ano passado, as máquinas avançam em ritmo próximo das médias históricas. Mas a safra não está sendo vendida – na Bolsa de Chicago, somente 10% a 15% da colheita de milho e soja foram negociados. No campo, os produtores afirmam que só devem entregar parcela significativa da produção se os preços subirem. Com o recuo nos preços registrado durante a safra, principalmente no milho, os produtores norte-americanos estão mandando os grãos direto para os armazéns.

“A estratégia de negociação adotada até o momento é arriscada, porque a colheita brasileira começa em menos de três meses. Com uma oferta ampliada, dependendo do clima, os preços internacionais não devem retomar os patamares elevados atingidos em 2012”, avalia Giovani Ferreira, coordenador da Expedição Safra.