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IBGE prevê safra de grãos 6,8% menor em 2018
O terceiro prognóstico para a safra 2018 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2018 foi estimada em 224,3 milhões de toneladas, 6,8% menor que o total da safra de 2017. Essa redução deve-se, principalmente, às menores produções previstas para o milho (15,0 milhões de toneladas) e a soja (2,7 milhões de toneladas). Em relação ao prognóstico anterior, houve um acréscimo de 4,8 milhões de toneladas (2,2%), devido as boas condições climáticas observadas em dezembro, que proporcionaram impactos positivos, principalmente na produção de soja (3,8%), milho 1ª safra (3,1%) e arroz (2,1%).
Estimativa de DEZEMBRO para 2017 | 240,6 milhões de toneladas |
Variação dezembro 2017/ novembro 2017 | (-0,5%) -1,3 milhão de toneladas |
Variação safra 2017/ safra 2016 | 29,5% (54,8 milhões de toneladas) |
Estimativa de DEZEMBRO para 2018 | 224,3 milhões de toneladas |
Variação safra 2018/ safra 2017 | (-6,8%) (-16,3 milhões toneladas) |
Variação entre prognósticos dezembro/novembro | 2,2% (4,8 milhões de toneladas) |
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 94,4% da estimativa da produção e responderam por 87,9% da área a ser colhida. Em relação a 2016, houve aumento de 2,2% na área da soja, de 19,3% na área do milho e de 4,3% na área de arroz. Na produção, ocorreram acréscimos de 19,4% para a soja, 55,2% para o milho e 17,2% para o arroz. As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Para acessar a publicação completa clique aqui.
Para 2018, terceiro prognóstico estima safra 6,8% menor que a de 2017
Neste terceiro prognóstico, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2018 foi estimada em 224,3 milhões de toneladas, 6,8% menor que o total obtido na safra colhida em 2017. Este declínio deve-se, principalmente, às menores produções previstas para o milho (15,0 milhões de toneladas) e para a soja (2,7 milhões de toneladas).
Entre os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, três devem apresentar variações negativas na produção: arroz em casca (-5,9%), milho 1ª safra (-14,4%) e soja em grão (-2,4%). As possíveis variações positivas são: algodão herbáceo em caroço (4,7%) e feijão 1ª safra (5,0%). Neste prognóstico, as informações de campo representaram 98,1% da produção nacional prevista, enquanto que as projeções responderam por apenas 1,9% do total agora estimado.
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O terceiro prognóstico informa uma produção de algodão de 4,0 milhões de toneladas, aumento de 0,2% em relação ao levantamento realizado no mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida aumentaram 0,1% e o rendimento médio aumentou 0,1%. Ao todo, deve ser plantada uma área de 1,0 milhão de hectares de algodão no País. A Bahia, segundo maior produtor do País, devendo participar com 22,8% do total a ser colhido em 2018, estima produzir 914,8 mil toneladas. Em relação a 2017, a produção deve crescer 9,8%. Para o Mato Grosso, maior produtor do País, a estimativa é de 2,7 milhões de toneladas, aumento de 3,2% em relação ao obtido em 2017. Estes dois estados devem contribuir com 89,0% da produção nacional de algodão em 2018.
ARROZ (em casca) – O terceiro prognóstico da produção de arroz para 2018 é de 11,7 milhões de toneladas, aumento de 2,1% em relação ao levantamento realizado em novembro e redução de 5,9% em relação ao obtido em 2017. O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do País, deve participar com 71,0% do total a ser colhido em 2018. A produção estimada é de 8,3 milhões de toneladas, redução de 4,7% em relação a 2017 e a área plantada de arroz também apresenta uma queda (- 2,5%). Santa Catarina, segundo produtor nacional, estima colher 1,1 milhão de toneladas e um rendimento médio esperado de 7.305 kg/ha, redução de 4,9% em relação à safra de 2017. Em dezembro este estado manteve as estimativas de novembro.
CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção de café em 2018 é de 3,2 milhões de toneladas (53,2 milhões de sacas de 60 kg), aumento de 14,9% em relação à safra 2017. Para o café arábica, a produção estimada é de 2,5 milhões de toneladas, ou 41,4 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 18,6%, representando 77,8% do total a ser colhido de café. Embora a área plantada e a área a ser colhida apresentem retração de 10,2% e 2,2%, respectivamente, o rendimento médio, de 1.690 kg/ha, apresenta um crescimento de 21,2%, em decorrência da bienalidade positiva em 2018, pois este tipo de café alterna ano de baixa e ano de alta produção. Para o café canephora (conillon) foi estimada uma produção de 707,1 mil toneladas, aumento de 3,8% em relação ao ano anterior. Embora a área plantada apresenta retração de 15,7%, o rendimento médio aumenta 2,6%.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão para a safra 2018 é de 3,4 milhões de toneladas, aumento de 4,2% em relação à safra colhida em 2017. A 1ª safra deve produzir 1,6 milhão de toneladas; a 2ª safra, 1,3 milhão de toneladas e a 3ª safra, 519,6 mil toneladas. Em relação ao 2º prognóstico ocorreu uma redução de 0,9% nas estimativas de produção do feijão 1ª safra, com aumentos de 1,5% na área a ser colhida e retração de 2,3% no rendimento médio. Há expectativas de maiores produções no Piauí (111,5%), Alagoas (195,3%), Maranhão (9,7%), São Paulo (14,5%), Minas Gerais (0,7%) e Rio Grande do Sul (17,7%), com reduções no Ceará (-51,5%) e Espírito Santo (-4,8%).
A área a ser plantada na safra de verão (1ª safra) é de 1,8 milhão de hectares, 0,1% menor que a de 2017. Já na área a ser colhida, estima-se um aumento de 4,0%. O rendimento médio deve apresentar um crescimento de 0,9%, desde que as condições climáticas favoreçam o desenvolvimento das lavouras, tal como aconteceu na safra 2017. Os maiores aumentos de produção, em termos absolutos, para essa safra, em relação ao prognóstico anterior, estão sendo informados pelo Piauí (65.360 toneladas), São Paulo (21. 091 toneladas) e Rio Grande do Sul (10.304 toneladas). O Ceará está informando a maior redução da produção (113.638 toneladas).
MILHO (em grão) – O terceiro prognóstico de milho em grão estima uma produção de 84,5 milhões de toneladas em 2018, queda de 15,1% em relação à safra de 2017. A safra 2017 foi recorde em decorrência dos aumentos substanciais da área plantada e do rendimento médio, alcançando 99,6 milhões de toneladas, o que eleva a base de comparação para a produção no próximo ano. Seguindo a tendência dos últimos anos, a 2ª safra deve apresentar o maior volume colhido no País, com aproximadamente 69,2% da produção nacional em 2018, totalizando 57,9 milhões de toneladas, decréscimo de 15,4% no comparativo com 2017.
Já a 1ª safra de milho deve alcançar 26,6 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 14,4% no comparativo com o período anterior. Quando comparado com o 2º prognóstico, houve aumento de 3,1% na estimativa de produção, devido principalmente, ao Rio Grande do Sul, que aumentou sua estimativa de produção do mês anterior em 11,6%, passando de 4,4 para 4,9 milhões de toneladas.
SOJA (em grão) – A terceira estimativa de produção para 2018 totalizou 112,3 milhões de toneladas, acréscimo de 3,8% em relação ao mês anterior e redução de 2,4% em relação à safra de 2017. A área a ser plantada é de 34,5 milhões de hectares, aumento de 1,2% em relação ao mês anterior e aumento de 1,7% em relação a 2017.
Apesar da alta de 2,6% no rendimento médio na comparação mensal, em relação ao ano anterior, houve redução de 4,2%, em decorrência das incertezas climáticas durante o ciclo da cultura, ressaltando que, na safra de 2017, houve abundância e regularidade de chuvas nos principais estados produtores, alcançando um recorde histórico de produção para o País. Portanto, constituindo-se numa base de comparação relativamente elevada. O prognóstico de dezembro para a soja foi baseado em 100% de informações de campo.
A tendência de preços mais vantajosos pagos pela soja, em comparação ao milho, deve estimular o plantio da oleaginosa, que tem uma participação prevista em 50,1% da safra total de grãos do País. O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor da leguminosa, estimou uma produção de 17,8 milhões de toneladas, redução de 5,0% em relação a 2017. Comparativamente à informação do mês anterior, a estimativa da produção apresenta crescimento de 21,3%, em decorrência dos aumentos de 16,9% na estimativa do rendimento médio e de 3,9% na estimativa da área colhida.
Goiás foi outro estado que renovou as informações do mês anterior. A produção deve alcançar 10,5 milhões de toneladas, aumento de 0,8%. Contudo, em relação a 2017, a produção goiana deve decrescer 7,5%.
Destaques na estimativa de dezembro de 2017 em relação a novembro
No LSPA de dezembro destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de novembro: laranja (8,1%), batata-inglesa 3ª safra (6,7%), feijão 3ª safra (2,6%), feijão 1ª safra (-0,8%), feijão 2ª safra (-1,0%), cana-de-açúcar (-3,8%), trigo (-17,1%), cevada (-24,0%) e aveia (-30,2%).
BATATA-INGLESA – Ao todo, o País deve produzir 4,3 milhões de toneladas em 2017, aumento de 1,7% em relação ao mês anterior. Houve aumento de 2,8% na área plantada e na área colhida, bem como redução de 1,1% no rendimento médio. A estimativa da produção para a 1ª safra não variou em relação ao mês anterior, devendo a produção alcançar 2,0 milhões de toneladas. A estimativa da produção da 2ª safra foi de 1,2 milhão de toneladas, aumento de 0,2% em relação ao mês anterior. Houve acréscimo de 1,3% na área colhida, compensando a retração de 1,1% no rendimento médio. Para a 3ª safra foi estimada uma produção de 1,1 milhão de toneladas, acréscimo de 6,7% em relação a novembro, com a área colhida apresentando crescimento de 11,7%, que compensou a retração de 4,4% no rendimento médio.
CANA-DE-AÇÚCAR – A área colhida entre novembro e dezembro teve uma redução de 7,9% enquanto a produção teve queda de 3,8%. Por outro lado, o rendimento médio foi ajustado positivamente em 4,5%, passando de 70 886 kg/ha em novembro, para 74 044 kg/ha em dezembro. As alterações foram influenciadas, em sua maior parte, por São Paulo, responsável por 53,8% do total produzido no País. No estado, a área plantada foi reduzida em 12,8% e a produção em 6,3%, estimada em 370,0 milhões de toneladas. O rendimento médio, no entanto, aumentou 8,9%, com 78 241 kg/ha.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – As culturas de inverno encontram-se colhidas. O principal cereal de inverno produzido no País é o trigo, com uma produção de 4,2 milhões de toneladas, retração de 17,1% em relação ao mês anterior. O rendimento médio diminuiu nesse mesmo percentual, sendo estimado em 2.217 kg/ha. Para a aveia, a produção estimada é de 609,1 mil toneladas, retração de 30,2% em relação ao mês anterior. Quanto à cevada, a produção deve alcançar 286,4 mil toneladas, redução de 24,0% em relação ao mês anterior. O rendimento médio apresentou uma retração de 25,9%, ao passo que na área colhida houve um aumento de 2,5%. Os cereais de inverno vêm apresentando, nos últimos anos, repetidas quebras de produção em decorrência do revés climático. Escassez de chuvas durante o plantio e início do período vegetativo das lavouras, geadas fora de época e excesso de chuvas no final do ciclo têm sido ocorrências frequentes no Paraná e no Rio Grande do Sul, trazendo sérios prejuízos aos produtores. Além disso, os preços do trigo não atraem os triticultores, que têm reduzido a área plantada do cereal.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção é de 3,3 milhões de toneladas, queda de 0,3% em relação ao mês anterior. Os dados que mais influenciaram nesse decréscimo da produção foram os da Paraíba, do Ceará e de Pernambuco. Na Paraíba, a produção estimada foi de 21,2 mil toneladas, retração de 29,4%. No Ceará, a produção estimada foi de 133,2 mil toneladas (-5,4%), enquanto que em Pernambuco, a produção estimada foi de 59,5 mil toneladas (-6,0%).
Em dezembro, ocorreu redução de 0,8% para a 1ª safra, por conta das quedas das estimativas da Paraíba (-23,1%), Ceará (-4,8%) e Pernambuco (-8,8%), estando esses declínios relacionados à falta de chuvas nas regiões produtoras e redução de 1,0% para a 2ª safra, com declínios de produção no Ceará (-20,5%), Paraíba (-35,6%), Pernambuco (-4,0%), Sergipe (-3,4%), Minas Gerais (-1,2%), Espírito Santo (-8,9%), Acre (-8,3%), Tocantins (-5,6%) e Maranhão (2,1%). Para a 3ª safra, a estimativa da produção apresentou crescimento de 2,6%, sendo colhidas 543,8 mil toneladas. São Paulo é o responsável por esse aumento, tendo estimado uma produção de 76,5 mil toneladas de feijão nesta época, elevação de 23,8% em relação ao mês anterior, devido ao acréscimo da área plantada, que foi de 22,0%.
LARANJA – A estimativa para a produção em dezembro é 8,1% superior ao mês precedente, um total de 18,7 milhões de toneladas, produzidas em 629,8 mil hectares. O aumento se deve à boa distribuição das chuvas, especialmente no parque citrícola de São Paulo, o que favoreceu a obtenção de frutos maiores e mais pesados. A produção paulista, de 14,3 milhões de toneladas, apresenta um aumento de 10,1% em relação a novembro, enquanto o Paraná prevê um incremento mensal de 13,3%, com um total de 850,0 mil toneladas. Os rendimentos médios nesses estados cresceram, respectivamente, 16,3% e 12,7%, por conta do aumento dos investimentos nas lavouras, em decorrência dos preços que se mantiveram em níveis firmes na maior parte de 2017.
Produção e Variação anual por Produto | |||
---|---|---|---|
Produto | Produção 2016 (t) | Produção 2017 (t) | Variação (%) |
Algodão Herbáceo | 3.462.647 | 3.838.785 | 10,9 |
Amendoim (1ª safra) | 509.309 | 531.280 | 4,3 |
Amendoim (2ª safra) | 55.374 | 9.898 | -82,1 |
Arroz | 10.622.189 | 12.452.662 | 17,2 |
Aveia | 878.713 | 609.130 | -30,7 |
Batata-inglesa (1ª safra) | 1.843.955 | 1.968.761 | 6,8 |
Batata-inglesa (2ª safra) | 1.133.033 | 1.233.004 | 8,8 |
Batata-inglesa (3ª safra) | 874.410 | 1.078.032 | 23,3 |
Cacau | 213.843 | 214.348 | 0,2 |
Café Arábica | 2.548.304 | 2.095.275 | -17,8 |
Café Canephora | 470.747 | 681.346 | 44,7 |
Cana-de-Açúcar | 768.678.382 | 687.809.933 | -10,5 |
Cebola | 1.656.916 | 1.719.412 | 3,8 |
Cevada | 379.375 | 286.405 | -24,5 |
Feijão (1ª safra) | 1.130.479 | 1.561.956 | 38,2 |
Feijão (2ª safra) | 944.178 | 1.185.542 | 25,6 |
Feijão (3ª safra) | 541.169 | 543.814 | 0,5 |
Laranja | 17.251.291 | 18.666.928 | 8,2 |
Mamona | 24.620 | 11.834 | -51,9 |
Mandioca | 21.082.867 | 20.606.037 | -2,3 |
Milho (1ª safra) | 24.462.981 | 31.064.540 | 27,0 |
Milho (2ª safra) | 39.680.433 | 68.481.488 | 72,6 |
Soja | 96.296.714 | 114.982.993 | 19,4 |
Sorgo | 1.175.759 | 2.147.706 | 82,7 |
Trigo | 6.834.421 | 4.241.602 | -37,9 |
Triticale | 46.253 | 41.940 | -9,3 |
Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007.
Fonte: IBGE
Mercado do Trigo – 15/12/2017
As cotações do trigo em Chicago continuaram abaixo dos US$ 4,00/bushel durante a semana, fechando o dia 14/12 (quinta-feira) em US$ 3,95, após US$ 3,94/bushel uma semana antes.
O mercado encontra poucos motivos altistas. O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/12, manteve a produção estadunidense de 2017/18 em 47,4 milhões de toneladas, porém, aumentou os estoques finais daquele país para 26,1 milhões de toneladas. Já a produção mundial foi acrescida de quatro milhões de toneladas, em relação a novembro, ficando em 755,2 milhões de toneladas. Por sua vez, os estoques finais mundiais subiram para 268,4 milhões de toneladas. Diante de tal quadro, os preços médios aos produtores dos EUA, para o ano 2017/18, ficam agora no patamar de US$ 4,50 a US$ 4,70/bushel, ou seja, bem acima do que está sendo atualmente praticado em Chicago.
Afora isso, a ampla oferta mundial, confirmada no relatório, e a perda de competitividade do trigo dos EUA não permitiram reação das cotações.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 180,00 e US$ 200,00 na compra.
Já no Brasil, os preços se mantiveram estáveis, voltando a surgir um viés de alta, especialmente para o trigo de qualidade superior, devido a forte desvalorização do Real durante a semana. A mesma deixa o trigo importado mais caro, levando a maior procura pelo pouco que existe no mercado nacional.
Mesmo assim, a comercialização se deu em ritmo lento nesta semana, com o mercado esperando um melhor posicionamento do câmbio. Afinal, o Banco Central brasileiro teve que intervir neste mercado visando segurar a moeda nacional ao redor de R$ 3,30.
Por outro lado, os moinhos nacionais estão bem abastecidos, além de o final de ano se aproximando, momento em que as indústrias apresentam pouca movimentação de negócios.
Paralelamente, a colheita na Argentina avança, tendo atingido a 46% da área no início da atual semana, estando um pouco mais avançada do que o registrado em igual período do ano passado.
Por sua vez, o mercado deve voltar a aquecer um pouco mais após o primeiro bimestre de 2018, quando a safra argentina já estiver colhida e os negócios com o vizinho país mais encaminhados. Desta forma, mesmo com o câmbio muito volátil neste momento, não se espera grandes modificações de preços nas próximas semanas.
No quadro geral, vai se confirmando que o câmbio será o balizador do comportamento dos preços futuros do trigo. Em o mesmo se mantendo na linha de desvalorização do Real, devido as dificuldades de o governo brasileiro passar a reforma da previdência e da proximidade das eleições gerais, há condições de os preços do trigo nacional melhorarem até março e mesmo depois. Caso contrário, as importações serão mais atrativas e os preços locais encontrarão dificuldades para subirem além dos atuais patamares. Não podemos esquecer que neste ano grande parte da safra nacional de trigo é de qualidade inferior, portanto, de baixo valor.
Enfim, segundo a Emater gaúcha, a quebra da safra gaúcha em 2017 foi de 52%, com o volume final ficando ao redor de 1,2 milhão de toneladas. A produtividade média recuou 47% em relação ao ano anterior, isso sem falar na queda de qualidade do produto colhido.
Fonte: CEEMA
Mercado de Milho – 16/11/2017
As cotações do milho em Chicago pouco se alteraram nesta semana pós-relatório do USDA, porém, o viés de baixa se manteve. O fechamento desta quinta-feira (16) ficou em US$ 3,36/bushel, contra US$ 3,41 uma semana antes. Por enquanto, a grande oferta nos EUA, oriunda da atual safra e dos estoques existentes, não tem causado preocupações ao mercado no curto prazo. Neste sentido, ajudou a tal comportamento a excelente exportação registrada na semana anterior, com 2,36 milhões de toneladas, a qual foi a melhor do ano. Isso leva alguns analistas a considerar que, talvez, o mercado esteja se deslocando das compras brasileiras para comprar dos EUA, fato que é ruim para o Brasil.
A partir de agora o mercado fica muito atento ao clima na América do Sul e ao desenvolvimento do plantio da nova safra de milho na região. Na Argentina está havendo falta de chuvas, o que atrasa tal plantio, enquanto no Brasil a situação se regularizou. Mas o mercado fala de La Niña para este ano, embora a meteorologia indique um fenômeno fraco, atingindo sobretudo novembro e dezembro. Para o milho brasileiro, um período crítico.
Quanto a colheita estadunidense, a mesma atingia a 83% no dia 12/11, contra a média histórica de 91% para esta época do ano.
Neste contexto, muitos consideram que há pouco espaço para baixas mais fortes em Chicago, sendo necessário que a safra sul-americana se concretize para que o mercado tome uma postura mais definitiva. Em a safra sendo normal, Chicago poderá sim bater em níveis de US$ 3,00/bushel e mesmo abaixo disso.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada de milho FOB fechou a semana na média de US$ 148,00 e US$ 112,50 respectivamente.
No Brasil, os preços médios voltaram a subir em algumas praças, porém, já acusando certa perda de fôlego. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 26,18/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 30,50 e R$ 31,00/saco. Nas demais praças, os lotes giraram entre R$ 16,80/saco em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 34,50/saco em Itahandu (MG), passando por R$ 31,00/saco em Videira (SC).
A estratégia dos produtores de milho safrinha paulistas parece ter chegado ao fim e existe uma pressão de venda do produto a partir de agora. Assim, as ofertas aumentaram em São Paulo, permitindo a muitos consumidores compras que os abastecem até o final de novembro. Não será surpresa, portanto, se nas próximas semanas os preços baixarem para R$ 31,00 a R$ 32,00/saco no CIF disponível em Campinas. Na região da Sorocabana paulista ainda havia oferta ao redor de R$ 28,50/saco, porém, o viés já era de baixa. No porto, mesmo com o câmbio ao redor de R$ 3,30 os preços foram mantidos em R$ 29,50/saco. Neste contexto, poderá haver novas baixas de preços até meados de dezembro. É bom lembrar que os produtores, que estavam segurando o milho safrinha, começam a vender visando abrir espaços nos armazéns para a nova safra de verão (cf. Safras & Mercado).
Quanto às exportações, os embarques em novembro (primeiros sete dias úteis) chegaram a 1,56 milhão de toneladas, com programação de 4,4 milhões para o conjunto do mês. O preço médio da tonelada exportada ficou em US$ 153,50, equivalente a R$ 30,30/saco ao câmbio médio desta semana. Pelo sim ou pelo não, o volume final de novembro está indicando ser bem menor do que o registrado em outubro e setembro passados. Esta realidade deverá fazer grande diferença nos preços futuros do milho brasileiro, especialmente se a safra de verão vier normal, mesmo diante da forte redução da área semeada no Centro-Sul do país.
Enfim, quanto ao plantio da atual safra de verão, até o dia 10/11 o mesmo atingia a 77% da área esperada no Centro-Sul brasileiro, contra 86% no mesmo período do ano passado. Os maiores atrasos continuam sendo em Goiás/DF, Minas Gerais e Mato Grosso.
Fonte: CEEMA
Gráficos
Mercado da Soja – 16/11/2017
As cotações da soja em Chicago efetivamente reagiram mal ao relatório do USDA, divulgado em 09/11. Nesta semana, o bushel recuou bastante, chegando a bater em US$ 9,59 no dia 14/11, para o primeiro mês cotado. Posteriormente, a partir do 15/11, entrou o mês de janeiro/18 como referência e, juntamente com ajustes técnicos, elevou um pouco as cotações. Com isso, o fechamento desta quinta-feira (16) ficou em US$ 9,72/bushel.
Diante de uma safra recorde nos EUA, onde a colheita já atingia a 93% da área no dia 12/11, contra 95% na média histórica, o mercado se volta para a América do Sul e verifica que, por aqui, há um quadro de aumento de área semeada igualmente, além de um clima que, no geral, está propício ao plantio e desenvolvimento da planta semeada. Assim, pelo lado da oferta há pouco a esperar no sentido de recuperação das cotações.
Ao mesmo tempo, a firmeza do dólar, somada a forte queda nos preços internacionais do petróleo, ajudaram a puxar para baixo as cotações da soja e derivados durante a semana. Para complicar o quadro, os chineses embargaram dois navios devido a falta de certificados que garantissem a procedência das variedades de soja transgênica ali transportadas. A China adicionou, recentemente, novos protocolos para variedades de soja, como medida preventiva. Isso deixa o mercado mais tenso, pois a qualquer momento os chinese podem enviar de volta navios com o produto.
Por outro lado, os fundos especulativos ainda possuem 46.000 contratos de compra, deixando a entender que logo mais poderão reiniciar um processo de vendas. Além disso, no mercado físico as exportações estadunidenses de soja estão praticamente paradas, em um momento em que há abundância de soja nos EUA e os estoques tendem a crescer ainda mais.
Em síntese, o mercado deve continuar oscilando dentro do patamar de US$ 9,50 e US$ 10,00/bushel nos próximos dias e mesmo semanas, salvo uma ocorrência surpreendente.
No Brasil, os preços se mantiveram em pequena alta, apoiados pelo câmbio que voltou a flertar com R$ 3,30 por dólar. Desta maneira, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 63,69/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 68,00 e R$ 68,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 58,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 71,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 62,00 em Chapadão do Sul e São Gabriel (MS); R$ 64,00 em Goiatuba (GO), R$ 63,00 em Pedro Afonso (TO); e R$ 65,00 em Uruçuí (PI).
Por enquanto, após as dificuldades iniciais pela falta de chuvas, o plantio avança bem, não havendo razões aparentes para preocupações.
Neste sentido, até o dia 10/11 o plantio nacional de soja chegava a 56% da área esperada, contra 60% na média histórica para esta data. No Rio Grande do Sul o plantio atingia 28%, contra 25% na média; no Paraná 87% estava semeado, contra 81% na média; no Mato Grosso 79% plantado , contra 84%; Mato Grosso do Sul 94%, contra 85% na média; Goiás 40%, contra 67% na média; São Paulo 65%, contra 61% na média; Minas Gerais 30%, contra 41% na média; Bahia 17%, contra 15%; e Santa Catarina 47% semeado, contra 51% na média. Nota-se que Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina estão ainda com os maiores atrasos no plantio, porém, nesta última semana o mesmo registrou boa recuperação.
Fonte: CEEMA
Gráficos
Mercado do Trigo – 16/11/2017
As cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (16) em baixa, com o bushel atingindo a US$ 4,21, após US$ 4,29 uma semana antes.
O mercado oscila entre exportações um pouco mais sustentadas numa semana e baixas expressivas em outra. Na prática, diante da enorme oferta mundial, a redução na produção estadunidense tem pouco efeito. Assim, na semana encerrada em 09/11 as exportações dos EUA ficaram em apenas 301.039 toneladas, não animando o mercado.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação permaneceu entre US$ 180,00 e US$ 200,00 na compra.
Aqui no Brasil, os preços médios estacionaram. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 29,91/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 37,80/saco. No Paraná, os lotes giraram entre R$ 40,20 e R$ 41,40/saco, enquanto o balcão registrou valores entre R$32,00 e R$ 34,00/saco. Em Santa Catarina os lotes ficaram em R$ 35,40/saco, enquanto o balcão girou entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco.
No geral, o viés continua sendo de alta para as próximas semanas devido a forte quebra na safra nacional de trigo. Quebra esta em volume e qualidade. Isso leva o país a necessitar importações maiores. Ora, com a desvalorização do Real para níveis de R$ 3,30, ficou mais caro comprar no exterior, fato que tende a elevar o preço do trigo nacional, especialmente o de qualidade superior, hoje raro no Brasil.
A colheita no Paraná estaria ao redor de 96% da área, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma gira ao redor de 90%. Na Argentina a colheita chega a 10%.
O fato é que a forte quebra nacional, com preços que reagem pouco, não pagando os custos de produção, está desanimando os produtores brasileiros. Espera-se uma forte queda na área semeada de trigo em 2018.
Dito isso, neste meados de novembro, no Paraná, o trigo de qualidade inferior, tipo 2, era negociado a R$ 34,20/saco, enquanto os produtores solicitavam R$ 36,60/saco. Ou seja, o mercado tende a elevar os preços nas próximas semanas igualmente no Rio Grande do Sul, porém, a questão é encontrar comprador para o trigo de baixa qualidade já que o milho, mesmo subindo de preço, ainda está competitivo para compor a ração animal. Na prática, o mercado gaúcho está mais travado do que o paranaense (cf. Safras & Mercado).
Dito isso, um limitador para a alta dos preços internos do trigo deve ser o preço da farinha, devido a dificuldade de repassar os preços por parte das indústrias, já que o mercado interno consumidor continua com dificuldades de renda (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráficos
Análise Semanal do Mercado da Soja – 14/10/2016
As cotações da soja em Chicago voltaram a ceder em boa parte desta semana de feriado no Brasil. Todavia, na quinta-feira (13) ajustes técnicos permitiram uma recuperação das mesmas. Desta forma, após atingir a US$ 9,45 no dia 12/10, o bushel fechou em US$ 9,56 na quinta-feira (13), para o primeiro mês cotado.
Além do bom avanço da colheita nos EUA, agora com 44% cortados, contra 47% na média histórica na data 09/10, o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/10, foi mais uma vez baixista. O mesmo elevou para 116,1 milhões de toneladas a produção dos EUA e para 10,75 milhões de toneladas os estoques finais estadunidenses para 2016/17, contra 5,4 milhões no ano anterior. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores daquele país foi mantido, para o corrente ano comercial, entre US$ 8,30 e US$ 9,80/bushel. Em termos mundiais, o relatório elevou a safra global de soja para 333,2 milhões de toneladas e os estoques finais para 77,4 milhões. Para completar o quadro baixista, as projeções para a safra de soja brasileira, que está em fase de plantio, foram elevadas pela Conab, podendo superar as 104 milhões de toneladas em clima normal segundo este órgão oficial. Já o analista privado Safras & Mercado projeta uma safra nacional de 103,5 milhões de toneladas (contra 97,2 milhões na safra anterior). Ou seja, um novo recorde brasileiro. Espera-se que a Argentina consiga algo em torno de 57 milhões de toneladas. Nesse país o volume só não aumentará, considerando clima normal, porque os impostos de exportação não foram reduzidos como o governo local havia prometido. Esse fato leva os produtores argentinos a darem preferência ao milho no verão.
O recuo nas cotações da soja em Chicago só não é maior porque a demanda pelo produto dos EUA continua firme, dando um certo suporte aos preços. Nesse sentido, as vendas referentes ao ano comercial 2016/17 somaram 2,18 milhões de toneladas na semana encerrada em 29/09, ficando bem acima do esperado pelo mercado. A China foi o maior comprador com 1,49 milhão de toneladas.
Justamente em termos de demanda, o relatório do USDA indicou que a China ficará mesmo com importações ao redor de 86 milhões de toneladas no atual ano comercial 2016/17. A título ainda de informação sobre esta demanda específica, vale destacar que os chineses compraram, nos primeiros nove meses de 2016, 37,04 milhões de toneladas de soja do Brasil, de um total exportado por nosso país de 49,6 milhões no período. Ou seja, a China absorveu 75% de toda a soja que o Brasil exportou entre janeiro e setembro de 2016.
Por sua vez, os preços no Brasil se estabilizaram, diante de um câmbio que acabou recuando para R$ 3,20 por dólar antes do feriado do dia 12/10. Mas o viés continua de baixa diante do quadro em Chicago. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 68,96/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 74,00 e R$ 74,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 73,50 e R$ 75,00/saco no Piauí e Tocantins, passando a R$ 71,00/saco em Sapezal (MT) e chegando a R$ 76,50/saco em Cascavel (PR).
Os preços futuros registraram os seguintes valores: para o interior gaúcho o FOB, para maio/17, ficou em R$ 73,50/saco; em Rondonópolis (MT) o saco registrou R$ 65,00/saco para março/17, enquanto no Piauí e Tocantins o valor girou entre R$ 67,00 e R$ 69,00/saco para abril/17 (cf. Safras & Mercado).
Para o Rio Grande do Sul a futura produção de soja está projetada em 16,1 milhões de toneladas, contra 17,3 milhões no Paraná e 29,4 milhões de toneladas no Mato Grosso (cf. Safras & Mercado). Estes três principais produtores nacionais, se o clima permitir, colherão 60,7% do total brasileiro neste ano de 2016/17.
Enfim, o plantio da nova safra brasileira de soja chegava a 10,2% da área total esperada no dia 07/10, contra 5,1% na média histórica para esta data. No Paraná o mesmo já atingia a 30%, no Mato Grosso 17%, no Mato Grosso do Sul 9%, em Goiás 2% e em Santa Catarina 0,8% (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráfico da Soja na CBOT – Vencimento Nov/2016
Gráfico da Soja na BM&F – Vencimento Nov/2016
Análise Semanal do Mercado do Milho – 14/10/2016
As cotações do milho em Chicago igualmente recuaram durante parte da semana, chegando a bater em US$ 3,37/bushel no dia 12/10. Posteriormente, como reflexo de alguns números procedentes do relatório do USDA do dia 12, assim como de ajustes técnicos, o fechamento desta quinta-feira (13) chegou a US$ 3,49/bushel, praticamente igualando o valor verificado uma semana antes.
O relatório do USDA, divulgado neste dia 12/10, indicou uma safra um pouco menor nos EUA, para este ano 2016/17, com o volume final ficando agora em 382,5 milhões de toneladas. Já os estoques finais estadunidenses foram reduzidos de 60,5 milhões para 58,9 milhões de toneladas. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores locais, para o corrente ano comercial, foi elevado para valores entre US$ 2,95 e US$ 3,55/bushel. Em termos mundiais, a produção total fica agora em 1,026 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais ficam em 216,8 milhões de toneladas. O Brasil deverá produzir 83,5 milhões e a Argentina 36,5 milhões de toneladas do cereal. As exportações brasileiras de milho estão projetadas em 25,5 milhões de toneladas para 2016/17.
Dito isso, a colheita nos EUA continua avançando, chegando em 09/10 a um total de 35% da área, contra 38% na média histórica.
Ao mesmo tempo, o milho estadunidense continua competitivo e muito demandado no mercado mundial, fato que sustenta nos atuais níveis as cotações.
Na Argentina, a tonelada para exportação fechou a semana em US$ 173,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 147,50.
No mercado brasileiro os preços pouco se alteraram. O saco no balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 40,89, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 48,00 e R$ 49,00. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 27,00/saco em Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT) e R$ 49,00/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
A principal notícia, ainda do final da semana anterior, veio da aprovação pela CTNBio da importação de algumas variedades transgênicas oriundas dos EUA. No entanto, analistas privados apontam que a necessidade de segregação continua no Brasil e que o custo para trazer o cereal dos EUA continua muito alto em razão desta logística. Mesmo assim, alguns compradores passaram a fazer cálculos visando incrementar as compras daquele país da América do Norte. Por enquanto, ainda não haveria previsão de data, volume e mesmo custo destas importações (cf. Safras & Mercado).
Houve algum movimento mais expressivo no mercado interno brasileiro, com os negócios fluindo melhor na semana. O referencial Campinas atingiu a R$ 44,00/R$ 44,50 por saco, enquanto a região Sorocabana trabalhou com valores ao redor de R$ 40,00 a R$ 41,00/saco no disponível.
As exportações brasileiras de milho, nos primeiros cinco dias úteis de outubro atingiram a 515.400 toneladas, a um preço médio de US$ 174,80/tonelada, o que equivale, ao câmbio médio desta semana, a R$ 33,56/saco.
O mercado fecha a semana especulando sobre o quanto de estoques existe em mãos dos consumidores nacionais e com a certeza de que os preços de compra nos portos brasileiros ainda continuam abaixo do mercado interno, reduzindo o interesse de venda para exportação.
Enfim, o plantio da atual safra de verão brasileira chegou a 38% da área esperada no Centro-Sul nacional até o dia 07/10. O Rio Grande do Sul atingia a 70% nesta data, enquanto Santa Catarina e Paraná chegavam respectivamente a 44% e 58%. Por sua vez, São Paulo atingia a 23%, Minas Gerais 12%, Mato Grosso do Sul 7% e Goiás/DF 1% (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráfico do Milho na CBOT – Vencimento Dez/2016
Gráfico do Milho na BM&F – Vencimento Nov/2016
Análise Semanal do Mercado do Trigo – 14/10/2016
As cotações do trigo em Chicago oscilaram durante a semana, porém, acabaram fechando a quinta-feira (13) com boas altas, quando o bushel, para o primeiro mês cotado, fechou o dia em US$ 4,16, após US$ 3,96 na véspera. Este valor do dia 13 é o mais elevado desde meados de agosto passado.
O relatório de oferta e demanda do USDA não chegou a trazer grandes novidades, embora tenha reduzido para 62,9 milhões de toneladas a safra dos EUA e aumentado para 31 milhões de toneladas os estoques finais deste país. Mas as mudanças não foram expressivas em relação ao relatório de setembro. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses ficou entre US$ 3,50 e US$ 3,90/bushel para o corrente ano comercial 2016/17. Já a safra mundial de trigo foi mantida em 744,4 milhões de toneladas, com leve redução de 400.000 toneladas sobre setembro. Os estoques finais mundiais recuaram para 248,4 milhões de toneladas. A produção brasileira de trigo está estimada em 6,3 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina permaneceu em 14,4 milhões de toneladas. Com isso, os argentinos terão 8 milhões de toneladas para exportar. O Brasil, por outro lado, deverá importar cerca de 6 milhões de toneladas de trigo em 2016/17.
O plantio do trigo de inverno nos EUA, até o dia 09/10, atingia a 59% da área esperada, contra 60% na média histórica para esta data.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 205,00 e US$ 210,00 (cf. Safras & Mercado). Ao câmbio brasileiro de hoje isso significa valores entre R$ 39,36 e R$ 40,32/saco.
Já no Brasil, apesar do retorno das chuvas, a colheita avançou no Paraná, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma se inicia lentamente. No geral o produto é de boa qualidade.
No Paraná a colheita chegou a 64% da área semeada até o dia 10/10, enquanto 90% do que resta colher apresenta boas condições de qualidade.
Os preços nacionais continuam com viés de baixa, apesar de já estarem abaixo do preço mínimo oficial estabelecido para atual safra.
Neste sentido, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 34,66/saco, enquanto os lotes ficaram nominalmente em R$ 42,00/saco. No Paraná, o balcão ficou em R$ 36,00/saco enquanto os lotes giraram entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
Diante de tais preços, está cada vez mais claro que o governo brasileiro deverá lançar seu programa Pepro de sustentação do preço mínimo do trigo nas próximas semanas.
Enfim, a demanda brasileira terminou a semana esperando novas baixas de preços para as semanas futuras. Ao mesmo tempo, as importações nacionais de trigo somaram 881.234 toneladas em setembro, sendo que a Argentina participou com 47,9%, seguida pelos EUA com 246.194 toneladas (27,9%), Uruguai com 73.854 toneladas (8,4%), Canadá com 7,9% e Paraguai com outros 7,9%. O volume importado em setembro é o maior da história para um único mês. Nos dois primeiros meses do atual ano comercial 2016/17 o volume importado pelo Brasil atingiu a 1,46 milhão de toneladas, superando o recorde anterior que era de 1999/2000. Enfim, vale destacar que parte deste volume importado se deve às fábricas de rações, as quais se mantém adquirindo trigo no exterior para substituir o milho em suas fórmulas (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA.
Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Dez/2016.
Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Mar/2017
Análise Semanal do Mercado da Soja – 07/10/2016
As cotações da soja em Chicago ensaiaram um movimento de recuperação, porém, o mesmo não se sustentou e o bushel voltou aos níveis da semana anterior. O fechamento desta quinta-feira (06) ficou em US$ 9,58/bushel, contra US$ 9,50 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 9,68, para o primeiro mês cotado, contra US$ 10,07/bushel em agosto.
Além do avanço da colheita nos EUA, a qual continua caminhando para um recorde, o relatório de estoques trimestrais, na posição de 1º de setembro, acabou sendo baixista. O mesmo apontou que os estoques de soja cresceram 3% em relação a 1º de setembro de 2015, se estabelecendo em 5,36 milhões de toneladas naquele país. O mercado esperava um volume de 5,5 milhões de toneladas. Já a safra final de 2015 foi levemente revisada para baixo, ficando agora em 106,8 milhões de toneladas. Lembramos que a nova safra, que está sendo colhida neste momento, projeta uma colheita de até 114,3 milhões de toneladas. Importante se faz destacar que o analista privado Informa Economics revisou para cima a sua estimativa de soja para os EUA, indicando uma safra de 117 milhões de toneladas naquele país. Efetivamente estamos diante da maior safra da história estadunidense.
Nesse contexto, o mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/10.
O que impede de as cotações recuarem mais é a boa demanda pela soja dos EUA neste momento. Nesse sentido, as vendas líquidas, para 2016/17, chegaram a 1,69 milhão de toneladas na semana encerrada em 22/09, sendo a China o maior comprador com 833.600 toneladas. Já as inspeções de exportação estadunidenses somaram 1,1 milhão de toneladas na semana encerrada em 29/09. No acumulado do ano, iniciado em 1º de setembro, as inspeções somam 3,4 milhões de toneladas, contra 2,5 milhões em igual momento do ano anterior.
Quanto à colheita estadunidense, a mesma alcançava a 26% da área total até o dia 02/10, contra a média histórica de 27% nesta época. Da área que resta, 74% das lavouras estavam em condições entre boas a excelentes, melhorando em relação a semana anterior.
No mercado brasileiro, o câmbio se manteve ao redor de R$ 3,25 na média semanal. Nestas condições, os preços internos recuaram um pouco. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 69,20/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 74,50 e R$ 75,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 75,50 e R$ 77,50/saco no Piauí e Tocantins, R$ 72,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 73,00/saco no centro e norte do Paraná.
Os preços internos continuam pouco atrativos, havendo pouca soja disponível para comercialização, o que mantém o mercado muito lento, com negócios em torno de volumes pequenos.
Os preços futuros terminaram a semana indicando R$ 73,50/saco no FOB para maio no interior gaúcho. Consideramos preços muito elevados se olharmos a tendência que se desenha. Ou seja, em o câmbio se mantendo nos atuais níveis, o produtor gaúcho deverá receber ao redor de R$ 62,00/saco na próxima safra (preço de balcão) podendo muito bem, dependendo da safra colhida, tal preço romper o piso dos R$ 60,00. A título de comparação, no início de maio de 2015 o valor do saco no balcão foi de R$ 59,53, enquanto em maio de 2016 o mesmo atingiu a média de R$ 71,83. Na mesma época, em 2013 o valor médio foi de R$ 53,97 e em maio de 2014 atingiu a R$ 63,34. Ou seja, o mercado nacional está voltando a valores nominais até menores do que três anos, enquanto os custos de produção subiram constantemente. Somente um ganho expressivo de produtividade média para compensar tal situação.
Fonte: CEEMA
Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Nov/2016
Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Nov/2016
Análise Semanal do Mercado do Milho – 07/10/2016
As cotações do milho em Chicago reagiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (06) em US$ 3,40/bushel, contra US$ 3,29 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 3,29, contra US$ 3,23/bushel em agosto.
Esse movimento, muito mais de ajuste técnico do que motivado por notícias fundamentais no mercado, se deu em um momento em que a colheita avança bem nos EUA. No entanto, o relatório trimestral de estoques, na posição de 1º de setembro, praticamente trouxe o mesmo volume registrado no ano anterior na mesma época, ou seja, 44,2 milhões de toneladas. Todavia, esse volume ficou abaixo do esperado pelo mercado.
As vendas líquidas de milho estadunidense, no ano comercial 2016/17, iniciado em 1º de setembro, somaram 575.000 toneladas na semana encerrada em 22/09, ficando dentro do esperado pelo mercado. O México foi o principal comprador com 286.200 toneladas. Já as inspeções de exportação somaram 1,47 milhão de toneladas na semana encerrada em 29/09.
O bom comportamento das exportações ajuda a manter as cotações do cereal nos atuais níveis em Chicago. Afinal, o produto estadunidense continua muito competitivo no mercado mundial.
Por outro lado, até o dia 02/10 a colheita de milho nos EUA chegava a 24% da área esperada, contra 27% na média histórica.
O mercado agora espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia 12/10.
Por sua vez, a Argentina anuncia uma área semeada com milho, para 2016/17, superior em 25% (mais 800.000 hectares) devido ao fato de que o governo local não reduziu as retenciones (imposto de exportação) sobre a soja como era esperado, enquanto o do milho e trigo está em 0%. Ao mesmo tempo, tal situação poderá reduzir a área de soja argentina em 3%, com a mesma perdendo 600.000 hectares neste novo ano comercial.
No Mercosul, a tonelada para exportação FOB ficou em US$ 175,00 na Argentina e US$ 147,50 no Paraguai.
Aqui no Brasil os preços retomaram as altas nas principais praças nacionais. A oferta diminuiu bastante e a demanda cresceu. Com isso, a Sorocabana paulista atingiu a R$ 41,00/saco, enquanto o referencial Campinas saltou para R$ 44,00/saco no disponível. Paralelamente, o preço nos portos continua abaixo dos preços internos, freando as exportações. Ao mesmo tempo, os produtores estão mantendo a estratégia de reter ofertas na busca de maiores preços. Muitas empresas já estão com estoques bem reduzidos.
Quanto às exportações, o mês de setembro fechou com 2,91 milhões de toneladas vendidas ao exterior, a um preço médio de US$ 168,60/tonelada ou, ao câmbio de hoje, algo em torno de R$ 32,88/saco.
Os preços no balcão gaúcho fecharam a semana na média de R$ 40,86/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nesta mesma época do ano passado, o balcão gaúcho pagava R$ 26,50/saco, enquanto os lotes estavam entre R$ 32,00 e R$ 33,00/saco. Nas demais praças nacionais a semana terminou com os lotes valendo R$ 27,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) até R$ 49,00/saco em Concórdia e Videira (SC).
Enfim, a notícia de que a reunião da CTNBio desta semana não incluiria na pauta a discussão sobre a liberação da importação do milho transgênico dos EUA provocou a especulação de que tal decisão possa ser tomada somente em novembro, momento em que os estoques nacionais já estariam muito baixos. Isso aqueceu o mercado interno nos últimos dias da semana.