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Análise Semanal do Mercado de Trigo – 22/04/2016
As cotações do trigo subiram fortemente nesta semana, acompanhando o movimento da soja. O bushel chegou a bater em US$ 5,04 no fechamento do dia 20/04, se constituindo este valor no mais alto desde o início de novembro passado. Posteriormente, a tomada de lucros e a realidade de uma oferta importante reduziram as cotações, com o fechamento desta quinta-feira (21) ficando em US$ 4,95. Mesmo assim, bem acima do fechamento da semana anterior, que foi de US$ 4,59.
Houve boa demanda pelo produto dos EUA, com as inspeções de exportação, na semana encerrada em 14/04, ficando em 456.924 toneladas. Com isso, o acumulado do ano comercial 2015/16, que se encerra em 31/05 próximo, chega a 20,2 milhões de toneladas, contra 19,6 milhões em igual momento do ano anterior. Já as vendas líquidas, para o mesmo ano comercial, atingiram a 124.700 toneladas na semana encerrada em 07/04. As mesmas ficaram 41% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para o ano comercial 2016/17 o volume vendido foi de 211.500 toneladas.
Ao mesmo tempo, o USDA divulgou as condições das lavouras estadunidenses, sendo que até o dia 17/04 cerca de 54% estavam entre boas a excelentes, 34% regulares e 9% entre ruins a muito ruins.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação registrou valores entre US$ 170,00 e US$ 200,00, sem modificações em relação a média das últimas semanas.
Aqui no Brasil, os preços continuam estabilizados. A média no balcão gaúcho fechou a terceira semana de abril em R$ 33,93/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 680,00/tonelada (R$ 40,80/saco). No Paraná os lotes se mantiveram entre R$ 780,00 e R$ 800,00/tonelada, ou seja, entre R$ 46,80 e R$ 48,00/saco.
Continua uma reduzida liquidez interna, fato que leva o mercado a não reagir nem mesmo diante de preços de importação mais baratos e um dólar ao redor de R$ 3,55. Os moinhos continuam estocados, com grande dificuldade para escoar a farinha diante da crise econômica profunda que vive o Brasil. Desta maneira, uma possível recuperação de preços, agora prevista para maio, pode não acontecer como o esperado, devendo demorar mais tempo.
No final da semana o trigo argentino estava 0,6% mais caro do que o referencial interno, enquanto o produto do Uruguai e do Paraguai estava 1,4% e 4,3% respectivamente mais atrativo (cf. Safras & Mercado).
O mercado interno espera com ansiedade o momento em que os moinhos deverão recompor estoques e, com isso, buscar com mais intensidade o produto nacional de qualidade superior, hoje muito escasso no Brasil.
Dito isso, em o Real se mantendo valorizado nos atuais níveis, as importações deverão aumentar, prejudicando a melhoria do preço nacional. Mesmo assim, no médio prazo a tendência é de os preços brasileiros do trigo aumentarem. Isso se deve, além da escassez de produto de qualidade, devido a frustração da última safra, ao fato de que haverá forte redução na área semeada na atual safra de inverno. No Rio Grande do Sul, por exemplo, as últimas estimativas dão conta de que a redução na área semeada com trigo possa chegar a 30%.
Enfim, o governo, com o novo preço mínimo anunciado, procura estimular o trigo de alta qualidade, já que não valorizou os demais trigos. Isso nos parece insuficiente para reverter a tendência de plantio diante dos altos custos de produção atuais e das constantes intempéries que se abatem anualmente sobre a cultura. Além disso, mesmo que se espere preços melhores em função deste quadro interno, não se pode esquecer que a Argentina deverá ser muito mais agressiva nas suas exportações, neste ano, graças a retirada do imposto de exportação sobre o trigo no final do ano passado.
Fonte: CEEMA
Gráfico do TRIGO na CBOT (Chicago) – Vencimento Mai/16
Análise Semanal do Mercado de Soja – 01/04/2016
As cotações da soja em Chicago oscilaram bastante nesta semana do relatório de intenção de plantio nos EUA. O bushel da oleaginosa, para o primeiro mês cotado, todavia, sempre ficou acima de US$ 9,00, tendo fechado o dia 30/03 em US$ 9,09. Na quinta-feira (31), após o anúncio do relatório de intenção de plantio dos produtores estadunidenses o fechamento ficou em US$ 9,10/bushel.
De fato, a grande expectativa do mercado era em relação ao relatório. O mesmo trouxe que a área com soja nos EUA será 1% menor do que a do ano anterior, ficando 33,26 milhões de hectares (um pouco abaixo do esperado pelo mercado). Ao mesmo tempo, os estoques trimestrais, na posição 1º de março, indicaram um volume de 41,64 milhões de toneladas, 15% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, porém, igualmente um pouco abaixo do esperado pelo mercado. A expectativa do mercado era para uma área de 33,56 milhões de hectares e estoques em 42,7 milhões de toneladas. Mesmo assim, Chicago acabou tendo um comportamento neutro no pregão deste dia 31/03. Todavia, poderá subir um pouco nos próximos dias, porém, muita coisa irá, agora, depender do clima nos EUA. É bom lembrar que parte do mercado esperava uma redução de área até maior do que foi anunciado.
Em falando de clima, no início desta semana o clima úmido em partes das regiões produtoras dos EUA deixou o mercado mais aquecido, pois há o temor de que as chuvas possam atrasar o plantio da soja, embora ainda esteja muito cedo para isso.
Por outro lado, foram fracas as exportações semanais estadunidenses, que somaram 440.100 toneladas na semana encerrada em 17/03, embora as vendas líquidas de farelo de soja tenham subido para 468.700 toneladas. Vale registrar igualmente que o óleo de soja está com cotações muito firmes, batendo nos níveis mais altos dos últimos tempos.
Por sua vez, as inspeções de exportação chegaram a 567.528 toneladas na semana encerrada em 24/03. No acumulado do ano comercial 2015/16 o volume chega a 41,2 milhões de toneladas, contra 44,3 milhões em igual período do ano anterior.
Pelo lado altista, a lentidão das vendas sul-americanas, especialmente no Brasil onde a soja perdeu valor em moeda nacional devido a desvalorização do real, somada a possibilidade de menor produção de óleo de palma na Malásia, devido a seca, sustentou o mercado na semana, antes do relatório do dia 31/03.
No Brasil, com o câmbio se mantendo ao redor de R$ 3,62 por dólar, os preços da soja estacionaram, com poucas oscilações. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 67,69/saco, enquanto os lotes continuaram em R$ 71,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes registraram R$ 57,80/saco em Sorriso (MT) e R$ 69,50/saco no norte do Paraná.
A colheita continua avançando, tendo sofrido um certo atraso no final de semana de Páscoa devido as fortes e constantes chuvas no sul do país, gerando algumas preocupações localizadas quanto a qualidade do produto colhido.
Os preços mais baixos das últimas semanas, na medida em que o câmbio se estabilizou entre R$ 3,60 e R$ 3,70 por dólar freou um pouco o ímpeto de vendas, com os produtores esperando o desenrolar dos acontecimentos políticos nacionais. Todavia, em muitos casos, se aproxima o momento de fazer caixa para o pagamento dos financiamentos, o que deve forçar vendas a qualquer preço.
Fonte: CEEMA
Soja – CBOT (Chicago) – Contrato Set/16
Soja – BM&F – Contrato Mai/16
Análise Semanal do Mercado de Milho – 01/04/2016
As cotações do milho em Chicago pouco variaram novamente durante a semana, tendo fechado o dia 30/03, véspera do relatório de intenção de plantio, em US$ 3,67/bushel. Entretanto, o relatório surpreendeu negativamente o mercado, fato que derrubou as cotações após o seu anúncio, com o fechamento da quinta-feira (31), para o primeiro mês cotado, ficando em US$ 3,51/bushel.
Efetivamente, a grande expectativa do mercado era em relação ao relatório, com o mercado esperando uma área de milho ao redor de 36,44 milhões de hectares. O mesmo trouxe os seguintes dados: uma área em crescimento de 6%, devendo atingir a 37,88 milhões de hectares; estoques trimestrais, na posição 1º de março, em 195,6 milhões de toneladas, com aumento de 1% sobre igual momento do ano anterior.
Ao mesmo tempo, as exportações da semana anterior chegaram a 803.200 toneladas, sendo consideradas boas. Já as inspeções de exportação de milho somaram 977.686 toneladas na semana encerrada em 24/03, acumulando um total de 18,5 milhões de toneladas no atual ano comercial 2015/16, contra 22,3 milhões em igual momento do ano anterior.
Assim como no caso da soja, a partir de agora o clima nos EUA irá direcionar muito as cotações do cereal em Chicago.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB para exportação ficou, respectivamente, em US$ 166,00 e US$ 152,50, com novos aumentos em relação a semana anterior.
No Brasil, o preço do milho aos produtores se manteve firme, com o balcão gaúcho fechando na média de R$ 36,89/saco, enquanto os lotes já atingem R$ 49,00/saco no Planalto Médio e Norte do Estado. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram em R$ 31,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 46,50/saco em Guarapuava (PR) e Videira, Concórdia e Chapecó (SC). No interior paulista o mercado físico já bateu, em alguns momentos, em R$ 50,00/saco, enquanto o referencial Campinas (SP) chegou a R$ 54,00/saco CIF.
Nas regiões de colheita de soja, a falta de milho novo é maior já que os produtores se dedicam a cortar, em prioridade, a oleaginosa, deixando para depois o cereal.
Ao mesmo tempo, mesmo tendo que importar milho no momento, o Brasil não segura suas exportações. Até o início da última semana de março o total exportado era de 1,83 milhão de toneladas no mês, a um preço médio de US$ 167,10/tonelada. Isso equivale, ao câmbio de hoje, a algo em torno de R$ 36,29/saco. Ou seja, o mercado interno está pagando bem mais do que a exportação, porém, esta última continua.
É bom lembrar que a carência do cereal no momento se dá em função da forte exportação no ano comercial passado (01/02/2015 a 31/01/2016), quando o país atingiu a 34,2 milhões de toneladas segundo dados portuários (cf. Safras & Mercado); e da forte redução da área semeada na safra de verão.
Nesse momento cerca de 14 milhões de toneladas da futura safrinha já estariam comprometidos para a exportação, faltando teoricamente 20% ainda para ser comercializado, considerando as necessidades internas (cf. Safras & Mercado).
Até o início da última semana de março a colheita de verão no Centro-Sul brasileiro chegava a 70% do total, sendo 88% no Rio Grande do Sul e 75% em Santa Catarina. Já a safrinha estava com a totalidade de sua área semeada, somando 10,4 milhões de hectares, o que representa um aumento de 10,6% sobre o ano anterior.
Para se ter uma ideia do aumento atual dos preços do milho, que estão ao redor de R$ 45,00/saco na média do Centro-Sul do país, há 10 anos atrás o mesmo era de R$ 12,81/saco e em 2015, no início do ano, registrava tão somente R$ 21,00/saco. Ou seja, de um ano para outro o preço mais do que dobrou. Isso vem penalizando consideravelmente os consumidores de ração animal, especialmente aves e suínos.
Enfim, ainda vale destacar que as importações da Argentina e do Paraguai estão muito lentas, o que não ajuda a reverter o processo de alta do milho no mercado interno brasileiro.
A semana terminou com a importação. No CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 47,17/saco para o produto procedente dos EUA e R$ 45,84/saco para o produto da Argentina, ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 48,01/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 37,82/saco para março; R$ 38,02 para abril; R$ 35,72 para maio; R$ 36,47 para julho; R$ 32,99 para agosto e setembro; R$ 33,02 para outubro; e R$ 33,26/saco para novembro.
Fonte: CEEMA
Milho – CBOT (Chicago) – Contrato Set/16
Milho – BM&F – Contrato Set/16
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 01/04/2016
As cotações do trigo em Chicago pouco se alteraram durante a última semana de março. O bushel, para o primeiro mês cotado, fechou o dia 30 (véspera do relatório de intenção de plantio nos EUA) em US$ 4,64, após US$ 4,76 no dia anterior. Já no dia 31/03, após o anúncio do relatório, o fechamento ficou em US$ 4,73/bushel.
O mercado esperava uma área semeada com trigo em 20,9 milhões de hectares. O relatório acabou trazendo uma área um pouco menor, de 20,07 milhões na projeção. Ao mesmo tempo, os estoques trimestrais, posição 1º de março, ficaram em 37,28 milhões de toneladas, ou seja, 20% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Mesmo assim, Chicago até subiu um pouco no fechamento do dia 31/03, como visto acima.
Houve, durante a semana, uma maior demanda pelo trigo dos EUA, o que aqueceu um pouco o mercado. As vendas líquidas, na semana de 17/03, referentes ao ano comercial 2015/16, somaram 368.900 toneladas, ficando 16% acima da média das quatro semanas anteriores. As Filipinas foram os maiores compradores com 107.300 toneladas.
Por outro lado, temperaturas mais baixas do que o esperado atingiram as Planícies produtoras do sul dos EUA causou preocupação e elevação nos preços, mesmo que pouca, pois geadas tardias podem prejudicar o trigais. Todavia, isso acabou não se confirmando e há expectativa de clima mais seco e quente para o início de abril na região.
Nas regiões exportadoras do Mercosul permaneceram com preços entre US$ 170,00 e US$ 200,00/tonelada.
No Brasil, os preços não reagem, diante de um mercado relativamente parado e com importações favorecidas pelo câmbio no momento. Espera-se para o início de abril algum movimento de compra em algumas regiões do país, porém, nota-se que para o Rio Grande do Sul e o Paraná a necessidade das indústrias somente aparecerá em maio, adiando por mais um mês um possível aquecimento de preços. Os fatores logísticos e moinhos relativamente bem abastecidos seriam as causas desta realidade. Além disso, o ritmo de esmagamento por parte dos moinhos se reduziu bastante nas últimas semanas.
Por enquanto, o trigo do Paraguai e da Argentina já está mais interessante, em termos de preço, do que o produto nacional em algumas regiões brasileiras. Isso não impede que o trigo nacional de qualidade venha a ser disputado e tenha aumentos de preço futuramente devido a sua escassez (cf. Safras & Mercado). Ao mesmo tempo, o trigo de baixa qualidade está mais procurado do que o esperado devido aos altos preços do milho, favorecendo o seu uso nas rações animais.
Nesse contexto, a semana fechou com o balcão gaúcho registrando R$ 33,79/saco na média, enquanto os lotes em R$ 680,00/tonelada ou R$ 40,80/saco. No Paraná, igualmente os lotes permaneceram entre R$ 780,00 e R$ 800,00/tonelada, equivalente a R$ 46,80 e R$ 48,00/saco em termos médios.
Fonte: CEEMA
TRIGO – CBOT (Chicago) – Contrato Mai/2016
Indicadores de Tendência – MILHO
Um dos grandes questionamentos na atual conjuntura agrícola é sobre o que está acontecendo com os preços do milho. A escalada impressionante dos preços do cereal, aumento superior a 70% desde junho de 2015, surpreende e levanta a pergunta sobre o que pode frear seu valor.
A intuição que normalmente se tem dos mercados agrícolas é de que safras recordes resultam em preços baixos e que as quebras provocam alta nos preços. O problema é que essa percepção consiste numa meia verdade, que só se verifica quando a demanda permanece relativamente estável frente às grandes oscilações da oferta.
A última projeção da Conab aponta que a segunda safra de milho de 2015/16 deve ultrapassar os 55,3 milhões de toneladas – o que supera o então recorde de 54,6 milhões de toneladas do ano anterior. Apesar de que, no agregado, a safra total (primeira e segunda safras) deva ser ligeiramente inferior àquela colhida em 2014/15. De qualquer forma, mesmo assim, colheríamos, segundo essa projeção, a segunda maior safra da nossa história, um ano após a maior.
Analisando apenas essas informações rapidamente, imaginamos um mercado inundado de milho e com preços muito baixos. Mas a realidade é que está faltando milho e os preços médios no país em meados de março de 2016 são 25% maiores que o mês de maior pico da crise de 2012/13, quando o cereal ficou em falta no mundo todo em decorrência da quebra da safra dos EUA. Essa situação destoa do resto do mundo, pois no mercado internacional, dada as boas condições de oferta, o preço do milho está em baixa, custando menos da metade do que chegou a valer no auge da crise da safra 2012/13.
Se não bastasse situação atual ser ainda melhor do que há três anos, em termos de cotação e produção, a depreciação cambial cria um cenário ainda mais surreal para o produtor de milho. Muitos produtores estão faturando mais com o milho do que com a soja, o que pode ter reflexos sobre a safra verão de 2016/17.
Assim, para entender o atual comportamento dos preços do milho é preciso olhar a demanda pelo cereal. O ano de 2015 foi de recordes nas exportações, quando foram embarcados quase 29 milhões de toneladas do grão, e 2016 tem se mostrado ainda mais promissor. Em janeiro e fevereiro de 2016, já foram embarcados 9,8 milhões de toneladas, quantidade 129% superior aos 4,30 milhões de toneladas exportadas no mesmo período de 2015.
Devemos agradecer aos países asiáticos por esse resultado, onde apenas as importações do Japão, Vietnã, Coreia do Sul, Taiwan, Malásia e Indonésia alcançaram 6,17 milhões de toneladas ou cerca de 63% do montante exportado nos dois primeiros meses de 2016. Nisso, merece destaque a retomada das vendas ao Japão, após um ano de 2015 fraco no comércio de milho para este país. Nos dois primeiros meses de 2016, já foram exportados para o Japão uma quantidade três vezes superior ao embarcado em todo o ano passado.
A situação dos preços do milho brasileiro é tão boa que em Mato Grosso, principal estado produtor, mais de 60% da safra a ser colhida em meados de 2016 já foi comercializada antecipadamente em março. Na mesma época nas safras anteriores tínhamos os seguintes percentuais: 42% em 2014/15; 5,4% em 2013/14 e 20,1% em 2012/13. Ou seja, além dos recordes de produção e preços, a comercialização também é recorde na principal região produtora.
Concomitantemente ao acréscimo das exportações de milho, o consumo doméstico também vem aumentando. Segundo a Conab, o consumo interno do cereal crescerá 2,25 milhões de toneladas na safra 2015/16, chegando a 58,4 milhões de toneladas.
A maior demanda por milho, tanto externa como interna, somada a uma oferta relativamente estável, resultam na diminuição dos estoques. Todos esses elementos agindo simultaneamente resultam, como não poderia deixar ser, na atual escalada de preços do cereal. A Conab tem tentado dirimir parte do problema com leilões dos seus estoques reguladores. Entretanto, os estoques da Conab totalizavam apenas um milhão de toneladas em 22 de março de 2016, o que dá pouca margem de manobra para o Governo, mesmo com a liquidação total do milho estocado.
Infelizmente, nem tudo são flores, na atual conjuntura. Se de um lado os produtores de milho estão rindo à toa, do outro lado temos os setores de consumo do cereal que são negativamente afetados pelos preços exorbitantes. O setor de carnes, aves e suínos principalmente, não consegue repassar ao consumidor final o aumento dos custos dos insumos, tendo que absorver assim grande parte do prejuízo. Os preços no estado de Mato Grosso estão tão exorbitantes que dificultam consideravelmente a indústria de etanol feito com milho e que começava a tomar forma no Estado. Dependendo de como os altos preços persistirem essa indústria nascente, que se viabiliza a partir dos preços baixos do milho produzido em regiões mais distantes das regiões de consumo ou dos portos, pode simplesmente sumir do mapa.
Talvez a soja, a principal antagonista (no verão) e parceira (no inverno) do milho possa frear os preços do cereal. Isso porque em março, historicamente, os embarques da soja começam a ganhar vulto nos portos brasileiros e, por consequência, as exportações de milho despencam, voltando a ganhar força a partir de julho. Assim, o término dos grandes embarques do milho da safra 2015/16 devem segurar os preços. Em meados do ano será colhida a safra 2016/17 no hemisfério norte e daí teremos uma nova história.
Por: Rubens Augusto de Miranda – Pesquisador da área de economia agrícola da Embrapa Milho e Sorgo.
Fonte: Boletim Informativo do Centro de Inteligência do Milho – Ano 8 – Edição 79 – Março de 2016.
Análise Semanal do Mercado de Soja – 18/03/2016
A cotação da soja, para o primeiro mês, subiu novamente fechando a quinta-feira (17) em US$ 8,97/bushel, contra US$ 8,81 na semana anterior e US$ 8,50 no primeiro dia de março. Vale destacar que os demais meses romperam o teto dos US$ 9,00/bushel, algo não ocorria desde o início de dezembro passado.
Além das oscilações do dólar no mercado internacional e da alta do petróleo em alguns momentos, dois motivos centrais explicariam tal comportamento: a) excesso de chuvas em parte das regiões produtoras dos EUA, fato que poderá atrasar o plantio e deslocar área para outras culturas; b) tomada de posição do mercado diante do futuro relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o dia 31/03 (existe expectativa de alguma redução de área semeada com soja naquele país, embora a elevação recente do bushel possa reverter esse quadro).
Em contrapartida, a colheita sul-americana avança e caminha para um recorde, fato que permite esperar a continuidade das exportações desta região para os próximos meses, embora a forte valorização do Real nos últimos dias atrapalhe as vendas externas.
Ainda nos EUA, as inspeções de exportação de soja atingiram a 715.186 toneladas na semana encerrada em 10/03, contra 1,09 milhão na semana anterior. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/09/15, as inspeções somam 40,3 milhões de toneladas, contra 43,1 milhões em igual período do ano anterior.
Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja nos EUA, em fevereiro, atingiu a 3,98 milhões de toneladas. O número ficou abaixo do registrado em janeiro, porém, um pouco acima do que esperava o mercado. (cf. Safras & Mercado).
Já na Argentina, o esmagamento de soja em janeiro atingiu a 3,84 milhões de toneladas. No ano comercial 2015/16, iniciado em abril/15, o total esmagado chega a 38,6 milhões de toneladas, contra 34,1 milhões no mesmo período do ano anterior.
No Brasil, os preços estão cedendo em função da valorização do Real. Esta puxada pelos desdobramentos da Operação Lava-Jato e, agora, com a possibilidade de impeachment da presidente Dilma cada vez mais presente após os acontecimentos desta semana. No dia 17/03 o Real voltou bater no piso dos R$ 3,60 por dólar. Com isso, a média gaúcha no balcão, que ficou em R$ 67,42/saco na semana, tende a recuar mais ainda para a próxima semana se tal quadro continuar. O pequeno avanço do bushel em Chicago não tem efeito neste momento conturbado da política brasileira, além de estarmos em plena colheita da safra.
Nesse sentido, o total colhido no país teria alcançado a 55% da área em meados de março. Já a comercialização antecipada atingia a 56% da safra até o dia 11/03, contra 51% no início de fevereiro. A média para o período é de 51% igualmente. (cf. Safras & Mercado).
Em termos de lotes, a semana fechou com o mercado gaúcho negociando o saco de soja a redor de R$ 73,00, enquanto nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 57,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 71,00/saco em Pato Branco (PR).
O mercado nacional da soja está na total dependência do comportamento cambial, sendo que os produtores que deixaram de vender o produto antecipadamente, nesse momento, perdem entre 10 a 15 reais por saco em relação aos que o fizeram entre outubro e início de fevereiro em particular. Nesse momento, inclusive, já negócios ocorrendo no Mato Grosso para a safra a ser colhida em 2017.
Fonte: CEEMA
Gráfico da Soja na CBOT – Vencimento Set/16
Gráfico da Soja na BM&F – Vencimento Mai/16
Análise Semanal do Mercado de Milho – 18/03/2016
As cotações do milho subiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (17) em US$ 3,68/bushel para o primeiro mês cotado, contra US$ 3,62 uma semana antes e US$ 3,53 no primeiro dia de março.
Assim como no caso da soja, o mercado espera agora o relatório de intenção de plantio dos produtores estadunidenses, previsto para o dia 31/03. O mesmo, em princípio, pode trazer algumas surpresas caso a soja continue ganhando preço em Chicago, mesmo que lentamente. Por enquanto, a expectativa é de pequeno aumento na área semeada com milho.
Todavia, o atual excesso de chuvas no Delta dos EUA começa igualmente a preocupar o mercado do milho, pois o mesmo poderá causar atrasos no plantio do cereal, o qual se dá primeiro do que a soja.
Ao mesmo tempo, a desvalorização do dólar no mercado mundial e a melhoria dos preços do petróleo deram alguma sustentação adicional aos preços do milho. Por sua vez, as vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 03/03, chegaram a 1,17 milhão de toneladas, ou seja, 37% acima da média das quatro semanas anteriores. Esse volume ficou dentro do esperado pelo mercado, sendo o México o principal comprador com 339.100 toneladas. Já as inspeções de exportação dos EUA atingiram a 804.499 toneladas na semana encerrada em 10/03, acumulando, desde setembro, 16,5 milhões de toneladas no atual ano comercial 2015/16, contra 20,5 milhões em igual período do ano anterior.
Vale lembrar que a alta do petróleo favorece a produção de etanol de milho nos EUA, aumentando o consumo do cereal, fato que eleva o seu preço. Todavia, os preços do petróleo continuam muito voláteis e ainda bastante baixos, embora tenham saído do fundo do poço nestes dias de março.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação permaneceu em US$ 163,00 e US$ 142,50 respectivamente, ambas para março.
No mercado interno brasileiro, a média semanal no balcão gaúcho se manteve estável, em R$ 36,51/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 44,00 e R$ 44,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo dos Parecis (MT) e R$ 44,50/saco em Santa Catarina.
Continua havendo restrição na oferta de milho e isso deverá durar todo o primeiro semestre, fato que mantém os preços firmes. Os estoques estão cada vez mais enxutos, fato que tende a elevar o preço do cereal nos próximos meses que antecedem a safrinha.
Ao mesmo tempo, as exportações continuam, sendo que nas duas primeiras semanas de março o Brasil teria vendido 1,18 milhão de toneladas segundo a SECEX.
Nesse contexto, muitos compradores nacionais já começam a cogitar importações da Argentina, principalmente agora que o Real se valorizou. Ao mesmo tempo, os negócios com a safrinha permanecem paralisados devido a diferença de preços entre a oferta e a demanda.
Em termos de estoques a situação é mais crítica em São Paulo. Com isso, a Sorocabana já registra preços ao redor de R$ 47,00/saco em alguns negócios, enquanto o referencial Campinas atingiu a R$ 52,00/saco CIF.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 49,76/saco para o produto dos EUA e R$ 47,52/saco para o produto da Argentina, ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou cotado em R$ 49,80/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 40,50/saco para março; R$ 41,01 para abril; R$ 37,72 para maio; R$ 38,51 para julho; R$ 35,50 para agosto; R$ 35,48 para setembro; R$ 35,01 para outubro; e R$ 35,44/saco para novembro.
Fonte: CEEMA
Gráfico do Milho na CBOT – Vencimento Set/16
Gráfico do Milho na BM&F – Vencimento Set/16
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 18/03/2016
As cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar, fechando a quinta-feira (17) em US$ 4,62/bushel, após US$ 4,71 uma semana antes e US$ 4,38 no primeiro dia de março.
As preocupações com o clima nos EUA diminuíram. Ao mesmo tempo, o dólar, mesmo mais fraco nestes últimos dias, em termos de médio prazo se mantém forte tirando competitividade dos produtos estadunidenses na exportação. Nesse sentido, as vendas de trigo ao exterior, neste ano comercial, são as piores em 44 anos por parte dos EUA.
Tanto é verdade que as vendas líquidas estadunidenses de trigo, na semana encerrada em 03/03, ficaram em apenas 330.600 toneladas, com aumento de tão somente 6% sobre a média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação somaram 406.577 toneladas na semana encerrada em 10/03, acumulando no atual ano comercial 2015/16 um total de 15,7 milhões de toneladas, contra 17,9 milhões em igual período do ano anterior.
Aqui no Mercosul, a tonelada FOB para exportação girou entre US$ 170,00 e US$ 200,00, sem modificação em relação as últimas semanas.
No Brasil, o mercado igualmente se manteve estável, com a média gaúcha no balcão ficando em R$ 33,65/saco, enquanto os lotes registraram os mesmos R$ 680,00/tonelada na média, ou seja, R$ 40,80/saco. No Paraná os lotes ficaram entre R$ 780,00 e R$ 800,00/tonelada, ou seja, entre R$ 46,80 e R$ 48,00/saco.
A valorização do Real desde a semana anterior, em função dos escândalos políticos que estão inviabilizando o atual governo federal, favorecem as importações e países como o Uruguai e o Paraguai apresentam, agora, preços abaixo dos praticados no mercado brasileiro.
Todavia, o produto de qualidade superior no Brasil continua valorizado. Já o produto de qualidade inferior vê sua procura melhorar devido a manutenção dos altos preços do milho. Com isso, o trigo está substituindo parte do milho nas rações animais brasileiras.
Estamos chegando ao final do primeiro trimestre do ano e os negócios com trigo nacional tendem a crescer já que os moinhos precisam refazer estoques. De um lado, a firmeza do Real estimula aumento nas importações, por outro lado, a escassez de trigo de qualidade superior no país faz com seus preços melhorem. No Paraná, a tonelada já atingiu, em alguns locais, a R$ 820,00, ou seja, R$ 49,20/saco. Por outro lado, uma nova desvalorização do Real, na direção dos R$ 4,00 por dólar (isso dependerá dos desdobramentos políticos no país) inibe as importações e tende a valorizar ainda mais o produto nacional de qualidade superior.
Fonte: CEEMA
Gráfico do Trigo na CBOT – Vencimento Set/16
Análise Semanal do Mercado da Soja -12/03/2016
A cotação da soja em Chicago, após ter alcançado US$ 8,50/bushel no dia 01/03 (um dos mais baixos valores dos últimos anos), se recuperou nesta semana, batendo em US$ 8,81/bushel no dia 10/03.
Houve um claro ajuste técnico, com tomada de lucros por parte dos operadores, sustentados por um relatório de oferta e demanda do USDA (anunciado no dia 09) que, embora tenha aumentado os estoques finais nos EUA para 12,52 milhões de toneladas no final de 2015/16, registrou um recuo de cerca de dois milhões de toneladas nos estoques finais mundiais, com os mesmos ficando agora em 78,87 milhões de toneladas. Igualmente, as importações chinesas foram aumentadas, passando de 80,50 milhões em fevereiro, para uma estimativa em março de 82 milhões de toneladas.
Por enquanto o mercado ignorou a possibilidade de a América do Sul colher um pouco mais do que o inicialmente previsto, já que a safra argentina poderá alcançar 60 milhões de toneladas (o USDA aponta 58,5 milhões), a brasileira ficaria entre 100 e 101 milhões de toneladas (o USDA indica 100 milhões de toneladas), enquanto nos demais países produtores (Paraguai, Bolívia e Uruguai) não houve alterações na estimativa.
Por sua vez, as exportações líquidas dos EUA, para o ano 2015/16, somaram 440.100 toneladas de soja na semana encerrada em 25/02. Esse volume foi 35% acima da média das quatro semanas anteriores. A China foi o maior comprador com 281.400 toneladas.
Quanto as inspeções de exportação de soja, as mesmas somaram 1,07 milhão de toneladas na semana encerrada em 03/03, acumulando no ano comercial iniciado em 01/09/15 um total de 39,5 milhões de toneladas, contra 42,5 milhões em igual período do ano anterior.
Pelo lado da demanda, a China teria importado 4,51 milhões de toneladas de soja em fevereiro, com recuo de 20,3% sobre o mesmo mês de 2015. Em janeiro as compras chinesas haviam chegado a 5,66 milhões de toneladas. Portanto, no acumulado do ano as importações chinesas somam 10,17 milhões de toneladas.
Vale destacar que em 2016, do total importado pela China, 1,9 milhão de toneladas veio do Brasil, o que correspondeu a 18,7% do total comprado pelos chineses no período. Por outro lado, o Brasil exportou nos dois primeiros meses do ano 2,43 milhões de toneladas, sendo que 78,2% disso foi para a China. Em relação ao ano anterior as vendas totais brasileiras de soja, no período, aumentaram em 155%.
Dito isso, os preços da oleaginosa no Brasil sofreram forte recuo nesta semana. Isso se deveu ao câmbio na medida em que o Real viveu forte valorização a partir dos desdobramentos da Operação Lava Jato, a qual atingiu o núcleo do poder central político nacional, implicando diretamente o ex-presidente Lula e a própria presidente Dilma. O mercado, que deseja ver um ajuste fiscal adequado e reformas estruturais profundas, considerou que tal movimento desenha um quadro de eliminação desta linha político-econômica (intervencionismo estatal na economia, com as nefastas consequências que o país está conhecendo), por uma linha mais ortodoxa e que faça, finalmente, o chamado dever de casa. Com isso, o dólar chegou a atingir, em alguns momentos da semana R$ 3,65 por dólar, se estabilizando ao redor de R$ 3,75.
Assim, mesmo com a recuperação em Chicago, o câmbio predominou, como tem sido corriqueiro, e a média gaúcha fechou a semana, no balcão, em R$ 68,70/saco, valor que há muito tempo não se via. Os lotes fecharam a semana em R$ 72,00/saco, já perdendo cerca de R$ 10,00/saco em relação aos melhores momentos de preço da atual safra. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 57,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 69,00/saco em Pato Branco (PR).
No mercado interno tudo agora irá depender do comportamento cambial, a partir da realidade política. No front externo, existem expectativas de que a área semeada com soja, na futura safra dos EUA, possa ser um pouco menor, fato que poderia elevar o bushel para valores entre US$ 9,50 a US$ 10,00 mais para o final do corrente ano. Por enquanto, ainda estamos no terreno das especulações. Por enquanto o mercado encontrou um nível importante de resistência ao redor de US$ 8,50/bushel, quanto a novos recuos, assim como encontra dificuldade em romper definitivamente o teto dos US$ 9,00. Em considerando o primeiro mês cotado, essa situação já dura desde o final de agosto de 2015.
No que diz respeito aos produtores brasileiros, a queda atual nos preços confirma a boa estratégia da venda antecipada, onde mais de 50% da safra atual já foi negociada. Quem foi por esse caminho deverá garantir preços entre R$ 70,00 e R$ 80,00/saco na média final.
Enfim, a colheita brasileira se mostra atrasada, devido ao excesso de chuvas nas regiões centrais do Brasil, tendo chegado a 41% da área no início de março. No Rio Grande do Sul, onde cerca de 10% teria sido colhido, a novidade é que a Emater, revendo suas projeções, apontou uma safra final ao redor de 16 milhões de toneladas. Isso desconsiderada a possível quebra de 10% na atual safra devido a problemas climáticos pontuais, apontado por algumas entidades de produtores. Pelo sim ou pelo não, confirma-se uma boa safra (e não uma superssafra como a grande imprensa local aponta) já que o aumento da produção se dá pelo aumento na área semeada e não exatamente pelo aumento da produtividade média. Aliás, essa está sendo calculada, no momento, ao redor de 49 sacos/hectare. Nesse sentido, diante dos custos de produção realizados, aqueles produtores que deixaram para comercializar a safra somente no momento da colheita, em permanecendo esse quadro cambial, poderão ter alguma dificuldade em fechar suas contas. E esse raciocínio vale para o restante do país, guardadas as características de cada região.
Quanto à comercialização da atual safra, segundo a AgRural, o volume chegou a 55% do total neste início de março, contra 40% em igual período do ano anterior. Isso confirma a correta percepção dos produtores sobre os excelentes preços praticados nos meses anteriores. No Centro-Oeste, igualmente por necessidade de crédito junto as firmas compradoras, 64% da safra já havia sido negociada. No Sul do país 39% já foi vendido, enquanto no Norte/Nordeste igualmente 64% havia sido negociado no até o início deste mês de março.
Em termos de preços futuros, para maio, o FOB interior gaúcho recuou para R$ 72,00/saco, enquanto Rio Grande ficou em R$ 77,00/saco CIF. Nas demais praças, para o período de março/abril, Rondonópolis (MT) registrou R$ 64,30/sacp; Dourados (MS) R$ 63,00; R$ Rio Verde (GO), Brasília (DF) e Uberlândia (MG) R$ 63,00/saco CIF. Na região do chamado Matopiba os valores ficaram entre R$ 64,00 e R$ 65,00/saco para maio.
Fonte: CEEMA
Gráfico da Soja na CBOT – Vencimento Set/16
Gráfico da Soja na BM&F – Vencimento Set/16
Análise Semanal do Mercado de Milho – 12/03/2016
As cotações do milho pouco evoluíram durante a semana, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira (10) em US$ 3,62/bushel, porém, o viés foi de alta durante toda a semana.
O relatório de oferta e demanda do USDA pouco trouxe de novidades. O volume de safra e os estoques finais nos EUA, para 2015/16, ficaram idênticos aos anunciados em fevereiro. Apenas os estoques finais mundiais sofreram uma redução de quase dois milhões de toneladas, ficando agora em 207 milhões de toneladas. A safra brasileira está estimada em 84 milhões de toneladas, com exportações em 28 milhões de toneladas, após o recorde de mais de 35 milhões neste último ano comercial encerrado em 31 de janeiro.
O mercado internacional está atento a entrada da safra Argentina e a uma forte presença no lado exportador por parte deste país, fato que freia os preços em Chicago igualmente. E isso que as exportações de milho por parte dos EUA, nas duas últimas semanas foram consideradas boas, com 1,1 milhão de toneladas e 953.000 toneladas respectivamente.
A partir de agora, e cada vez mais, as atenções se voltam para o relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o dia 31/03. Pode haver, caso a soja se mantenha em níveis relativamente baixos, um aumento da área semeada com milho. Aliás, alguns analistas consideram factível que Chicago volte, logo mais, a um patamar de preços um pouco superior aos US$ 4,00/bushel para o cereal.
Na Argentina, a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 160,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 142,50, ambos os casos para março.
No mercado brasileiro, os preços permaneceram estáveis, com o balcão gaúcho ficando em R$ 36,45/saco na média semanal. Os lotes registraram valores entre R$ 41,50 e R$ 42,50/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 43,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.
O referencial Campinas pulou para R$ 47,00/saco em alguns momentos da semana, já que o mercado não vê possibilidades de oferta significativa que possa reverter o atual quadro de preços no curto prazo.
Nesse contexto, as negociações em torno da safrinha paralisaram devido a diferença de preço entre o pedido pelos produtores e o oferecido pelos compradores.
Por sua vez, como já se esperava, a exportação de milho, na primeira semana de março, caiu, ficando em 377.000 toneladas. O produto brasileiro acabou ficando mais caro devido a forte valorização do Real em função dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, que atingiu agora o núcleo central do poder político brasileiro, inclusive envolvendo o ex-presidente Lula. Mesmo assim, em termos médios, o milho brasileiro continua sendo mais barato do que os demais concorrentes.
Enfim, a demanda nos leilões de milho em grão realizados no dia 09/03 atingiu a 90,2% do total ofertado, que ficou em 145.000 toneladas.
A semana terminou com o CIF indústrias brasileiras valendo R$ 47,26/saco para o produto dos EUA e R$ 45,62/saco para o produto argentino, ambos para março. Para abril, o produto argentino ficou em R$ 47,84/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 39,72/saco para março; R$ 39,22 para abril; R$ 36,53 para maio; R$ 37,16 para julho; R$ 33,49 para setembro; R$ 34,13 para outubro; e R$ 34,38/saco para novembro.
Fonte: CEEMA
Gráfico do Milho na CBOT – Vencimento Set/16
Gráfico do Milho na BM&F – Vencimento Set/16