As cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (16) em baixa, com o bushel atingindo a US$ 4,21, após US$ 4,29 uma semana antes.
O mercado oscila entre exportações um pouco mais sustentadas numa semana e baixas expressivas em outra. Na prática, diante da enorme oferta mundial, a redução na produção estadunidense tem pouco efeito. Assim, na semana encerrada em 09/11 as exportações dos EUA ficaram em apenas 301.039 toneladas, não animando o mercado.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação permaneceu entre US$ 180,00 e US$ 200,00 na compra.
Aqui no Brasil, os preços médios estacionaram. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 29,91/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 37,80/saco. No Paraná, os lotes giraram entre R$ 40,20 e R$ 41,40/saco, enquanto o balcão registrou valores entre R$32,00 e R$ 34,00/saco. Em Santa Catarina os lotes ficaram em R$ 35,40/saco, enquanto o balcão girou entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco.
No geral, o viés continua sendo de alta para as próximas semanas devido a forte quebra na safra nacional de trigo. Quebra esta em volume e qualidade. Isso leva o país a necessitar importações maiores. Ora, com a desvalorização do Real para níveis de R$ 3,30, ficou mais caro comprar no exterior, fato que tende a elevar o preço do trigo nacional, especialmente o de qualidade superior, hoje raro no Brasil.
A colheita no Paraná estaria ao redor de 96% da área, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma gira ao redor de 90%. Na Argentina a colheita chega a 10%.
O fato é que a forte quebra nacional, com preços que reagem pouco, não pagando os custos de produção, está desanimando os produtores brasileiros. Espera-se uma forte queda na área semeada de trigo em 2018.
Dito isso, neste meados de novembro, no Paraná, o trigo de qualidade inferior, tipo 2, era negociado a R$ 34,20/saco, enquanto os produtores solicitavam R$ 36,60/saco. Ou seja, o mercado tende a elevar os preços nas próximas semanas igualmente no Rio Grande do Sul, porém, a questão é encontrar comprador para o trigo de baixa qualidade já que o milho, mesmo subindo de preço, ainda está competitivo para compor a ração animal. Na prática, o mercado gaúcho está mais travado do que o paranaense (cf. Safras & Mercado).
Dito isso, um limitador para a alta dos preços internos do trigo deve ser o preço da farinha, devido a dificuldade de repassar os preços por parte das indústrias, já que o mercado interno consumidor continua com dificuldades de renda (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA