Home » Publicações (Page 4)
Home » Publicações (Page 4)
Estas cotações podem ser consideradas boas a julgar pelo relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/08. O mesmo trouxe números recordes para a produção dos EUA, com 110,5 milhões de toneladas projetadas para 2016/17. Os estoques finais nos EUA, para o mesmo ano, igualmente foram elevados, ficando agora em 9 milhões de toneladas. Todavia, em função de o mercado ter precificado parte destes dados, e igualmente ainda se haver um mês pela frente em termos de influência climática sobre as lavouras estadunidenses, antes do início da colheita, as cotações não recuaram nesta semana pós-relatório. Na prática, o mercado busca, a qualquer custo, segurar os preços acima do piso dos US$ 10,00/bushel, o que tende a ser difícil se os números do relatório se confirmarem na prática. Tanto é verdade que o próprio USDA reduziu o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses de soja para níveis entre US$ 8,35 e US$ 9,85/bushel, chegando na linha do que indicamos há semanas caso a safra daquele país viesse normal.
Vale dizer que o relatório reduziu os estoques finais para o corrente ano comercial 2015/16 nos EUA. Os mesmos vieram para 6,9 milhões de toneladas, fato que ajudou a dar um pouco de sustentação aos preços.
Em termos mundiais, o relatório apontou uma safra global de soja em 330,4 milhões de toneladas, com estoques finais em 71,2 milhões de toneladas, contra 67,1 milhões em julho passado e 73 milhões um ano antes. A produção brasileira está projetada em 103 milhões de toneladas e a da Argentina em 57 milhões. Já as importações chinesas permaneceram em 87 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo, as exportações de soja, por parte dos EUA, foram boas, segurando igualmente as cotações nos atuais níveis. As vendas líquidas somaram 3,1 milhões de toneladas na semana anterior, superando as expectativas do mercado. Nesse contexto, circulou boatos de que os chineses teriam comprado até seis carregamentos de soja estadunidense no final de semana anterior (cf. Safras & Mercado).
Por sua vez, as inspeções de exportação de soja estadunidenses somaram 746.371 toneladas na semana encerrada em 11/08, acumulando 48,4 milhões de toneladas no atual ano comercial que se encerra em 31/08 próximo. Um ano antes esse volume era de 49,4 milhões de toneladas.
Paralelamente, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) indicou que o esmagamento de soja estadunidense atingiu 3,9 milhões de toneladas em julho. O número ficou abaixo do esperado pelo mercado.
Enfim, confirmando o viés de baixa em Chicago, que continua, o USDA indicou que as condições das lavouras dos EUA, até o dia 14/08, se mantinham em 72% entre boas a excelentes, 21% regulares e 7% entre ruins a muito ruins.
Vale ainda destacar que o óleo de soja em Chicago disparou novamente, passando de 29,75 centavos de dólar por libra-peso em 01/08 para 34,19 centavos neste dia 18/08. Ou seja, em 14 dias úteis o mesmo ganhou 14,9% em Chicago. Isso oferece igualmente boa sustentação ao grão, embora o farelo esteja em baixa.No mercado brasileiro, a pequena desvalorização do Real na semana ajudou a melhorar um pouco, igualmente, os preços da soja. O Real chegou a ser cotado a R$ 3,21 em alguns momentos da semana, contra R$ 3,12 uma semana antes.
Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 70,10/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 78,00 e R$ 79,00/saco. Nas demais praças os lotes oscilaram entre R$ 63,00/saco em Pedro Afonso (TO) e Uruçuí (PI), R$ 72,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 80,50/saco no centro e norte do Paraná.
Em termos de preços futuros, os lotes FOB indicaram valores de R$ 75,00/saco para maio/17 na região do Planalto gaúcho, R$ 67,00/saco em Rondonópolis (MT) para março e R$ 65,50/saco igualmente em Tocantins e Piauí para abril/17.
No geral, praticamente não houve negócios no mercado nacional nesta semana, com os produtores que ainda detêm soja da safra passada aguardando uma melhoria nos preços.
O relatório anunciado no dia 12/08 indicou uma safra de 384,9 milhões de toneladas para os EUA, com estoques finais em 61,2 milhões ao término de 2016/17, contra 52,8 milhões projetados em julho e 43,3 milhões registrados um ano antes. O patamar de preços aos produtores estadunidenses foi revisto largamente para baixo, ficando agora entre US$ 2,85 e US$ 3,45/bushel.
Em termos mundiais, o relatório apontou uma safra global de 1,03 bilhão de toneladas, com estoques finais em 220,8 milhões ao final de 2016/17. A produção brasileira está projetada em 80 milhões de toneladas e a da Argentina em 36,5 milhões. O Brasil deverá exportar, segundo o USDA, 22 milhões de toneladas de milho em 2016/17.
O mercado não recuou diante de tais números porque esperava uma produtividade média maior do que a indicada. Assim, até a colheita em setembro a dúvida permanecerá quanto aos rendimentos finais e a capacidade de exportação dos EUA, a qual se mostra lenta no momento (cf. Safras & Mercado).
Muitos operadores acreditam que a produtividade indicada pelo USDA possa não se confirmar no final da colheita. Todavia, as condições das lavouras continuam muito boas, sendo que até o dia 14/08 cerca de 74% permaneciam entre boas a excelentes, 19% regulares e 7% apenas entre ruins a muito ruins. Além disso, há projeções de clima normal nos EUA para este restante de agosto.
A tonelada FOB para exportação fechou a semana em US$ 183,00 na Argentina e US$ 165,00 no Paraguai.
No mercado brasileiro, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 45,13/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes de milho giraram entre R$ 29,00/saco em Sapezal, no Nortão do Mato Grosso, e R$ 49,00/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
Nesse momento, os produtores de milho safrinha no Brasil continuam fixando negócios, especialmente em São Paulo, o que freia os preços e até mesmo os retrai em algumas localidades. Na região paulista da Sorocabana houve negócios entre R$ 41,50 e R$ 42,00/saco, enquanto o referencial Campinas ficou em R$ 46,00/saco.
Mas a colheita está se encerrando e a onda vendedora começa a diminuir. Ao mesmo tempo há forte pressão exportadora, a qual atinge a quase 4 milhões de toneladas para agosto, com setembro já iniciando fila para embarques (já haveria 400.000 toneladas no embarque).
Em termos gerais o quadro não apresenta grandes novidades. A demanda interna continua firme, as exportações se tornam mais importantes a cada mês e a colheita da safrinha está praticamente encerrada. Com isso, a expectativa fica por conta do volume de importações, as quais ocorrem principalmente junto aos Estados do sul do país, e a futura safra de verão, com as incógnitas quanto a área a ser semeada (provavelmente maior) e o clima. Nesse contexto, o viés continua sendo de preços estáveis para um pouco mais elevados até o início do próximo ano.
No curto prazo, o mercado fica na dependência do ritmo de venda de milho safrinha por parte dos produtores que ainda possuem o produto nas diferentes praças nacionais.
Assim, ainda diante de um contexto de oferta menor, o governo brasileiro decidiu realizar dois novos leilões de venda de milho de estoques públicos. Os mesmos se darão em 23/08, com oferta de mais de 50.000 toneladas.