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Análise Semanal do Mercado de Soja – 22/08/2016

SojaAs cotações da oleaginosa em Chicago registraram leve alta nesta semana. O fechamento desta quinta-feira (18) ficou em US$ 10,32/bushel, contra US$ 10,22 uma semana antes.

Estas cotações podem ser consideradas boas a julgar pelo relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/08. O mesmo trouxe números recordes para a produção dos EUA, com 110,5 milhões de toneladas projetadas para 2016/17. Os estoques finais nos EUA, para o mesmo ano, igualmente foram elevados, ficando agora em 9 milhões de toneladas. Todavia, em função de o mercado ter precificado parte destes dados, e igualmente ainda se haver um mês pela frente em termos de influência climática sobre as lavouras estadunidenses, antes do início da colheita, as cotações não recuaram nesta semana pós-relatório. Na prática, o mercado busca, a qualquer custo, segurar os preços acima do piso dos US$ 10,00/bushel, o que tende a ser difícil se os números do relatório se confirmarem na prática. Tanto é verdade que o próprio USDA reduziu o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses de soja para níveis entre US$ 8,35 e US$ 9,85/bushel, chegando na linha do que indicamos há semanas caso a safra daquele país viesse normal.

Vale dizer que o relatório reduziu os estoques finais para o corrente ano comercial 2015/16 nos EUA. Os mesmos vieram para 6,9 milhões de toneladas, fato que ajudou a dar um pouco de sustentação aos preços.

Em termos mundiais, o relatório apontou uma safra global de soja em 330,4 milhões de toneladas, com estoques finais em 71,2 milhões de toneladas, contra 67,1 milhões em julho passado e 73 milhões um ano antes. A produção brasileira está projetada em 103 milhões de toneladas e a da Argentina em 57 milhões. Já as importações chinesas permaneceram em 87 milhões de toneladas.

Ao mesmo tempo, as exportações de soja, por parte dos EUA, foram boas, segurando igualmente as cotações nos atuais níveis. As vendas líquidas somaram 3,1 milhões de toneladas na semana anterior, superando as expectativas do mercado. Nesse contexto, circulou boatos de que os chineses teriam comprado até seis carregamentos de soja estadunidense no final de semana anterior (cf. Safras & Mercado).

Por sua vez, as inspeções de exportação de soja estadunidenses somaram 746.371 toneladas na semana encerrada em 11/08, acumulando 48,4 milhões de toneladas no atual ano comercial que se encerra em 31/08 próximo. Um ano antes esse volume era de 49,4 milhões de toneladas.

Paralelamente, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) indicou que o esmagamento de soja estadunidense atingiu 3,9 milhões de toneladas em julho. O número ficou abaixo do esperado pelo mercado.

Enfim, confirmando o viés de baixa em Chicago, que continua, o USDA indicou que as condições das lavouras dos EUA, até o dia 14/08, se mantinham em 72% entre boas a excelentes, 21% regulares e 7% entre ruins a muito ruins.

Vale ainda destacar que o óleo de soja em Chicago disparou novamente, passando de 29,75 centavos de dólar por libra-peso em 01/08 para 34,19 centavos neste dia 18/08. Ou seja, em 14 dias úteis o mesmo ganhou 14,9% em Chicago. Isso oferece igualmente boa sustentação ao grão, embora o farelo esteja em baixa.No mercado brasileiro, a pequena desvalorização do Real na semana ajudou a melhorar um pouco, igualmente, os preços da soja. O Real chegou a ser cotado a R$ 3,21 em alguns momentos da semana, contra R$ 3,12 uma semana antes.

Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 70,10/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 78,00 e R$ 79,00/saco. Nas demais praças os lotes oscilaram entre R$ 63,00/saco em Pedro Afonso (TO) e Uruçuí (PI), R$ 72,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 80,50/saco no centro e norte do Paraná.

Em termos de preços futuros, os lotes FOB indicaram valores de R$ 75,00/saco para maio/17 na região do Planalto gaúcho, R$ 67,00/saco em Rondonópolis (MT) para março e R$ 65,50/saco igualmente em Tocantins e Piauí para abril/17.

No geral, praticamente não houve negócios no mercado nacional nesta semana, com os produtores que ainda detêm soja da safra passada aguardando uma melhoria nos preços.

Fonte: CEEMA.

Gráfico da SOJA na CBOTSoja CBOT.png

Gráfico da SOJA na BM&FSoja BM&F