Panorama Macroeconômico
As atenções do mercado externo seguem concentradas nos próximos passos do Fed, banco central dos EUA. Nossa expectativa é de que os estímulos começarão a ser retirados agora em setembro. Merece destaque, nesse contexto, a reversão de fluxos de capitais, por conta da elevação das taxas de juros longas no mundo, que atingiu com intensidade elevada alguns países emergentes que apresentam desequilíbrios externos e fragilidades internas. Os sinais de gradual superação da pior fase da crise na Europa continuam sendo acumulados e esperamos aceleração do PIB da região no terceiro trimestre. Na China, os dados de agosto – combinados com os de julho – reforçaram a retomada rápida em curso da economia do país, garantindo o cumprimento da meta de 7,5% de crescimento do PIB neste ano. Com a recuperação da economia dos EUA, a reversão da deterioração da Europa e a estabilização da economia chinesa, o tema dominante continuará a ser que estamos em uma nova fase, mais favorável aos desenvolvidos e mais seletiva em relação aos países
emergentes.
No cenário doméstico, os substanciais e rápidos movimentos da taxa de câmbio têm sido foco das atenções. Depois de a taxa de câmbio alcançar R$/US$ 2,45, o Banco Central modificou sua estratégia e anunciou um programa de leilões de swaps cambiais e linhas de financiamento em dólar. Nossa visão é de que essa intervenção remove o risco de que a taxa de câmbio apresente depreciação excessiva, mas não tem capacidade de levar o real para abaixo de seus fundamentos. Com base nesses eventos e nas expectativas para o comportamento à frente do Fed, acreditamos que a taxa de câmbio chegará a R$/US$ 2,30 e R$/US$ 2,35 no final de 2013 e 2014. Em relação à política monetária, ajustamos nossa expectativa para a taxa Selic, que deverá encerrar este ano em 9,75%, levando em conta a reação do BC aos efeitos do câmbio sobre a inflação. O resultado do PIB do segundo trimestre superou as expectativas, apresentando expansão de 1,5% na margem, principalmente devido à aceleração da indústria e à manutenção de uma significativa expansão da agropecuária. Com isso, calibramos nossa projeção para o PIB do ano de 2,3% para 2,4%. De outro lado, as informações mais recentes e a devolução de efeitos pontuais no segundo trimestre nos levaram a revisar para baixo a previsão do terceiro trimestre. Diante desses desdobramentos do cenário, esperamos altas respectivas de 6,05% e 5,60% do IPCA neste e no próximo ano.
Acesse aqui a íntegra do relatório: Agronegocio Brasil em Foco Setembro-2013