As cotações da soja nesta semana, após oscilações, terminaram a mesma mais firmes, sendo que o fechamento desta quinta-feira (11) ficou em US$ 10,42/bushel para o primeiro mês cotado. Nota-se que o mercado se mantém há tempos entre US$ 10,00 e US$ 10,50/bushel.
O bom volume das exportações estadunidenses manteve os preços mais firmes. Por sua vez, o relatório de oferta e demanda do dia 10/12 não trouxe grandes novidades. O mesmo confirmou uma safra de 107,7 milhões de toneladas nos EUA, embora tenha reduzido os estoques finais deste país, para 2014/15, a 11,1 milhões de toneladas. Com isso, o patamar de preços aos produtores locais se manteve entre US$ 9,00 e US$ 11,00/bushel para o atual ano comercial. Em termos mundiais, o relatório indicou uma safra total de 312,8 milhões de toneladas, com a produção brasileira estimada em 94 milhões de toneladas e a da argentina em 55 milhões de toneladas. Os estoques finais mundiais recuaram um pouco, ficando agora em 89,9 milhões de toneladas.
Por sua vez, as exportações líquidas de soja estadunidenses, para o ano 2014/15, iniciado em 1º de setembro, somaram 1,18 milhão de toneladas na semana encerrada em 27/11. Esse número ficou 5% acima da média das últimas quatro semanas. O principal comprador foi a China com 767.800 toneladas. O volume semanal ficou acima do esperado pelo mercado, confirmando que ainda a demanda pela soja dos EUA continua forte e não há deslocamento expressivo para o produto sul-americano. Esse fator manteve as cotações mais firmes no final da semana. Já as inspeções de exportação estadunidenses chegaram a 2,2 milhões de toneladas na semana encerrada em 04/12, acumulando no ano comercial iniciado em setembro um total de 23,7 milhões de toneladas, contra 19,1 milhões em igual momento do ano passado.
Todavia, grande parte dos analistas considera que o mercado está vivendo de repiques, os quais tendem a ficar mais raros na medida em que o ano termina e 2015 avançará. Assim, o cenário de médio prazo continua sendo baixista para Chicago, particularmente se a safra de verão sul-americana vier normal. Nesse sentido, não há grandes problemas climáticos nesta região, embora existam bolsões de seca no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte da Argentina.
Nesse sentido, enquanto o Brasil caminha para o encerramento do plantio de soja, a Argentina atingiu a 60% de sua área semeada, estando ainda atrasada, pois no ano anterior o percentual, nesta época, era de 65% semeado.
Paralelamente, os prêmios nos portos brasileiros se estabilizaram entre 70 centavos de dólar a US$ 1,90 por bushel. No Golfo do México, os mesmos ficaram entre 94 e 98 centavos, enquanto em Rosário (Argentina) se situaram entre 60 centavos e US$ 1,80 por bushel.
No Brasil, a média gaúcha no balcão subiu, puxada pelo câmbio, na medida em que o Real chegou a R$ 2,63 em alguns momentos da semana. A mesma fechou em R$ 59,31/saco. Nos lotes, os valores ficaram entre R$ 67,00 e R$ 67,50/saco. Nas demais praças do país os lotes oscilaram entre R$ 56,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 63,00/saco no norte do Paraná. Como estamos em entressafra tais preços se estabilizam nestes patamares, indicando que na chegada da colheita, se ela for normal, os mesmos não terão sustentação e haverá naturalmente um recuo. Salvo se o Real continuar a desvalorizar, o que não deverá ser o caso. Pelo contrário, a tendência é de o mesmo se estabilizar entre R$ 2,50 e R$ 2,60 de agora até maio próximo se o governo continuar a adotar as medidas monetaristas de controle da economia brasileira.
Dito isso, a CONAB indicou na semana uma produção de 95,8 milhões de toneladas, superando a projeção do USDA que foi de 94 milhões e contrariando indicações anteriores de que teríamos já um indicativo de quebra de safra nacional devido ao clima ruim em algumas regiões de produção.
Nesse contexto, os preços futuros hoje praticados continuam interessantes e muitos produtores brasileiros estão realizando média de comercialização. No Rio Grande do Sul, para maio, o preço FOB interior ficou em R$ 60,50/saco. No Paraná, para março/abril o porto de Paranaguá trabalhou com R$ 64,00/saco na compra. No Mato Grosso, a região de Rondonópolis ficou em US$ 18,50/saco o que, ao câmbio médio desta semana, representa R$ 48,47/saco. No Mato Grosso do Sul, a região de Dourados indicou R$ 50,00/saco para março. Já em Goiás, a região de Rio Verde ficou em R$ 55,00/saco para fevereiro/março, enquanto Brasília praticou R$ 55,50/saco para abril. Em Minas Gerais, Uberlândia apontou US$ 20,50/saco para abril, ou seja, R$ 53,71/saco ao câmbio de hoje. Enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins os valores, para maio, ficaram respectivamente em R$ 56,50; R$ 53,00; R$ 53,50 e R$ 50,50/saco. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: Ceema