As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (11) em US$ 3,90/bushel, se estabelecendo no valor mais alto desde meados de julho desde ano. Igualmente aqui as exportações estadunidenses, acima do esperado, sustentaram os preços, já que o relatório de oferta e demanda do USDA não trouxe grandes novidades.
Nesse sentido, o mesmo apontou uma produção dos EUA, já colhida, em 366 milhões de toneladas, com estoques finais para 2014/15 em 50,8 milhões (leve recuo em relação a novembro). Desta forma, o parâmetro médio de preços para os produtores estadunidenses, no corrente ano comercial, se manteve entre US$ 3,20 e US$ 3,80/bushel, o que indica que os atuais preços estão muito elevados.
Em termos mundiais, o relatório confirmou uma safra global de 991,6 milhões de toneladas e estoques finais em alta, chegando a 192,2 milhões de toneladas no final do ano comercial atual. A produção brasileira está projetada em 75 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina ficaria em 22 milhões (recuo de um milhão de toneladas em relação a novembro). O Brasil deverá exportar 19,5 milhões de toneladas em 2014/15.
As exportações de milho por parte dos EUA ficaram em 1,17 milhão de toneladas na semana anterior. Já na última semana o número caiu para 532.200 toneladas. Outra questão que está pressionando as cotações do milho é que a relação de troca soja/milho nos EUA está muito negativa para o milho, indicando um novo recuo na área a ser semeada com o cereal em 2015. Ajudou igualmente o fato de que o trigo também se manteve mais firme em Chicago durante a semana, após fortes oscilações.
Na América Latina a tonelada FOB fechou a semana em alta na Argentina, valendo US$ 195,00, e estável no Paraguai a US$ 137,50.
Por sua vez, no mercado brasileiro o milho se manteve estável a mais firme, puxado pela desvalorização do Real. A média no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 24,02/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 26,50 e R$ 27,00/saco. Nas demais praças nacionais o cereal foi cotado entre R$ 16,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,50/saco no oeste e centro de Santa Catarina.
Por enquanto, o mercado nacional não encontra motivos para sustentar preços acima destes valores. Isso porque o clima, salvo regiões muito específicas, transcorre bem para a safra de verão. Nesse contexto, os valores de R$ 29,50/saco para março na BM&F estariam fora da realidade, devendo recuar.
A desvalorização do Real sustenta os preços no porto de Santos ao redor de R$ 28,50 a R$ 29,00/saco, porém, as medidas econômicas que começam a ser tomadas pela nova equipe econômica do país tendem a estabilizar o processo em patamares um pouco mais baixos.
Em São Paulo os compradores estariam estocados, enquanto o produtor de milho tenta vender mais rapidamente o seu produto da safrinha.Com isso o referencial Campinas continuou entre R$ 27,00 e R$ 27,50/saco CIF (cf. Safras & Mercado).
Dito isso, a firmeza nos preços do sorgo sugerem que há potencial de aumento nos preços do milho futuramente, especialmente se ocorrer problemas com a safra de verão. Nesse sentido, os próximos 60 dias serão decisivos. Quanto ao sorgo, o mesmo chegou a ser vendida a R$ 21,00/saco em Minas Gerais (pagamento em 35 dias), enquanto a média gaúcha na semana fechou em R$ 19,60/saco.
Vale ainda destacar que os embarques de milho em dezembro já acumulam 1,28 milhão de toneladas, esperando-se um total de 3 milhões no mês.
Enfim, não se pode ignorar que ainda há um bom volume da safrinha para ser vendido, fato que deve pressionar os preços para baixo nas próximas semanas se os produtores continuarem vendendo. Nessas condições, a estabilidade nos preços do milho nacional parece ser o caminho mais lógico até se definir a safra de verão.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 37,10/saco para o produto dos EUA e R$ 38,25/saco para o produto argentino, ambos para dezembro. Já o produto argentino para janeiro ficou em R$ 39,50/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá ficou em R$ 28,49/saco para dezembro; R$ 28,05 para janeiro; R$ 27,77 para fevereiro; R$ 27,59 para março; R$ 27,48 para maio; R$ 27,87 para julho; R$ 28,96 para setembro; e R$ 29,30/saco para novembro. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: Ceema