As cotações do milho oscilaram durante a semana, terminando o dia 23/10 em US$ 3,59/bushel em Chicago, o melhor valor desde o final de agosto passado.
O atraso na colheita dos EUA, o clima mais seco no Centro-Oeste brasileiro e novas turbulências no mercado financeiro internacional (voltou à discussão a possibilidade de aumento dos juros nos EUA em 2015, fato que mudaria o cenário do câmbio no mundo) foram os principais motivos de tal comportamento.
Por sua vez, as exportações dos EUA, na semana anterior, pouco empolgaram, ficando em 717.600 toneladas. A colheita neste país estava em 32% do total no dia 19/10. Mesmo assim, a produtividade média continua muito elevada.
Essa média e a possibilidade da colheita aumentar sensivelmente neste restante de outubro, graças a um clima mais seco, permitem esfriar parcialmente o mercado.
Já a tonelada FOB na Argentina e no Paraguai voltou a subir nesta semana, ficando respectivamente em US$ 172,00 e US$ 127,50.
No mercado brasileiro, a média no balcão gaúcho melhorou, apoiada igualmente pela desvalorização do Real e pelas dificuldades de plantio no Centro-Oeste, devido a falta de chuvas. O fechamento da semana ficou em R$ 22,31/saco, enquanto os lotes gaúchos oscilaram ao redor de R$ 24,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes ficaram entre R$ 12,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 24,00/saco nas regiões catarinenses de Concórdia e Videira.
Assim, o câmbio, a paralisação do plantio de verão, a pequena melhoria em Chicago e mais os leilões de Pepro do governo reverteram, por enquanto, o quadro de baixa nos preços do milho nacional. Resta verificar se esta saída do fundo do poço avançará nas próximas semanas. Nesse sentido, chuvas eram esperadas no Centro-Oeste e região de São Paulo a partir do dia 24/10. Em isso ocorrendo, o plantio da safra de verão será retomado, podendo esfriar a recuperação dos preços do cereal.
Vale destacar, portanto, que o clima passa a ser o elemento central das preocupações do mercado neste momento.
Dito isso, o governo brasileiro liberaria edital de Pepro neste dia 23/10 com 910.000 toneladas de milho, sendo que tal volume seria dividido entre Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Piauí e Bahia.
Por outro lado, os embarques brasileiros de milho acumulavam, até o dia 20/10, um total de 1,83 milhão de toneladas. O mercado espera que, no mês, as vendas externas cheguem novamente entre 2,7 e 3 milhões de toneladas.
Enfim, a semana terminou com as importações no CIF indústrias brasileiras valendo, para outubro, R$ 34,31/saco para o milho oriundo dos EUA e R$ 33,24 para o produto vindo da Argentina. Já para novembro o produto argentino ficou em R$ 34,73/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 25,52/saco para outubro; R$ 25,29 para novembro; R$ 25,33 para dezembro; R$ 25,77 para janeiro; R$ 25,75 para fevereiro; R$ 25,66 para março; R$ 25,98 para maio e R$ 26,84/saco para setembro/15. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: Ceema