As cotações da soja em Chicago voltaram a ceder em boa parte desta semana de feriado no Brasil. Todavia, na quinta-feira (13) ajustes técnicos permitiram uma recuperação das mesmas. Desta forma, após atingir a US$ 9,45 no dia 12/10, o bushel fechou em US$ 9,56 na quinta-feira (13), para o primeiro mês cotado.
Além do bom avanço da colheita nos EUA, agora com 44% cortados, contra 47% na média histórica na data 09/10, o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 12/10, foi mais uma vez baixista. O mesmo elevou para 116,1 milhões de toneladas a produção dos EUA e para 10,75 milhões de toneladas os estoques finais estadunidenses para 2016/17, contra 5,4 milhões no ano anterior. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores daquele país foi mantido, para o corrente ano comercial, entre US$ 8,30 e US$ 9,80/bushel. Em termos mundiais, o relatório elevou a safra global de soja para 333,2 milhões de toneladas e os estoques finais para 77,4 milhões. Para completar o quadro baixista, as projeções para a safra de soja brasileira, que está em fase de plantio, foram elevadas pela Conab, podendo superar as 104 milhões de toneladas em clima normal segundo este órgão oficial. Já o analista privado Safras & Mercado projeta uma safra nacional de 103,5 milhões de toneladas (contra 97,2 milhões na safra anterior). Ou seja, um novo recorde brasileiro. Espera-se que a Argentina consiga algo em torno de 57 milhões de toneladas. Nesse país o volume só não aumentará, considerando clima normal, porque os impostos de exportação não foram reduzidos como o governo local havia prometido. Esse fato leva os produtores argentinos a darem preferência ao milho no verão.
O recuo nas cotações da soja em Chicago só não é maior porque a demanda pelo produto dos EUA continua firme, dando um certo suporte aos preços. Nesse sentido, as vendas referentes ao ano comercial 2016/17 somaram 2,18 milhões de toneladas na semana encerrada em 29/09, ficando bem acima do esperado pelo mercado. A China foi o maior comprador com 1,49 milhão de toneladas.
Justamente em termos de demanda, o relatório do USDA indicou que a China ficará mesmo com importações ao redor de 86 milhões de toneladas no atual ano comercial 2016/17. A título ainda de informação sobre esta demanda específica, vale destacar que os chineses compraram, nos primeiros nove meses de 2016, 37,04 milhões de toneladas de soja do Brasil, de um total exportado por nosso país de 49,6 milhões no período. Ou seja, a China absorveu 75% de toda a soja que o Brasil exportou entre janeiro e setembro de 2016.
Por sua vez, os preços no Brasil se estabilizaram, diante de um câmbio que acabou recuando para R$ 3,20 por dólar antes do feriado do dia 12/10. Mas o viés continua de baixa diante do quadro em Chicago. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 68,96/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 74,00 e R$ 74,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 73,50 e R$ 75,00/saco no Piauí e Tocantins, passando a R$ 71,00/saco em Sapezal (MT) e chegando a R$ 76,50/saco em Cascavel (PR).
Os preços futuros registraram os seguintes valores: para o interior gaúcho o FOB, para maio/17, ficou em R$ 73,50/saco; em Rondonópolis (MT) o saco registrou R$ 65,00/saco para março/17, enquanto no Piauí e Tocantins o valor girou entre R$ 67,00 e R$ 69,00/saco para abril/17 (cf. Safras & Mercado).
Para o Rio Grande do Sul a futura produção de soja está projetada em 16,1 milhões de toneladas, contra 17,3 milhões no Paraná e 29,4 milhões de toneladas no Mato Grosso (cf. Safras & Mercado). Estes três principais produtores nacionais, se o clima permitir, colherão 60,7% do total brasileiro neste ano de 2016/17.
Enfim, o plantio da nova safra brasileira de soja chegava a 10,2% da área total esperada no dia 07/10, contra 5,1% na média histórica para esta data. No Paraná o mesmo já atingia a 30%, no Mato Grosso 17%, no Mato Grosso do Sul 9%, em Goiás 2% e em Santa Catarina 0,8% (cf. Safras & Mercado).