Chicago se mantém, portanto, entre US$ 10,00 e US$ 10,50/bushel. É bom lembrar, a título de comparação, que em meados de dezembro do ano de 2013 o bushel atingia US$ 13,23. Isso dá uma ideia do forte recuo ocorrido neste segundo semestre na Bolsa, já que o processo se iniciou em julho (no dia 1º de julho de 2014 o bushel ainda valia US$ 14,00 no primeiro mês cotado). Portanto, em menos de seis meses a queda chega a 26,1%.
Junto aos derivados da soja o comportamento é o mesmo. Entre meados de dezembro de 2013 e meados de dezembro de 2014 a libra-peso do óleo de soja passou de 39,80 centavos de dólar para 31,77, enquanto a tonelada curta do farelo de soja recuou de US$ 459,40 para US$ 359,30 (100 dólares a menos).
O mercado considerou um tanto acentuada a redução dos estoques finais dos EUA, divulgados no relatório do dia 10/12, dando início a uma especulação de que o relatório de oferta e demanda de janeiro/15 possa apontar uma produtividade menor naquele país em relação a safra recentemente colhida. Isso motivou certa firmeza nas cotações nos primeiros dias da semana.
Todavia, os números de exportação acabaram decepcionando o mercado, temperando o humor altista. A venda de 810.300 toneladas na semana inicial de dezembro significa 20% a menos do que a médias das últimas quatro semanas, reforçando o sentimento de que, pouco a pouco, a demanda mundial de soja se desloca para a América do Sul.
Por sua vez, as inspeções de exportação, na semana encerrada em 11/12, ficaram em 1,82 milhão de toneladas, acumulando no ano comercial 2014/15, iniciado em 1º de setembro, um total de 25,6 milhões de toneladas, contra 20,9 milhões em igual momento do ano anterior.
Outro fator que ajudou a forçar um recuo nos preços mais para o final da semana foi a continuidade do clima positivo na América do Sul. Nesse sentido, enquanto o Brasil praticamente encerrou o seu plantio, a Argentina alcançou 69% de área semeada na semana passada (71% no mesmo período do ano de 2013).
Vale ainda destacar que o esmagamento de soja nos EUA somou 4,4 milhões de toneladas em novembro, enquanto o mercado esperava 4,5 milhões.
Os prêmios nos portos brasileiros voltaram a ceder um pouco, fechando a semana com dezembro indicando valores entre 60 centavos de dólar e US$ 1,60 por bushel. Já no Golfo do México (EUA) os prêmios ficaram entre 88 e 91 centavos de dólar. Enfim, na Argentina, o porto de Rosário, registrou 60 centavos a US$ 1,80 por bushel.
No mercado brasileiro, a grande vedete continua sendo o câmbio. Com o Real atingindo R$ 2,73 em alguns momentos da semana, o saco de soja ao produtor, no balcão gaúcho, fechou em R$ 59,74 na média. Já os lotes oscilaram entre R$ 67,00 e R$ 67,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes fecharam a semana entre R$ 56,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 63,50/saco em Cascavel (PR).
Aqui no Rio Grande do Sul, considerando o atual valor de Chicago para maio e um câmbio ao redor de R$ 2,50 para o momento da colheita, o preço de balcão futuro (abril/maio) fica projetado, no momento, entre R$ 46,00 e R$ 49,00/saco.
É bom lembrar que em meados de dezembro de 2013 o balcão gaúcho trabalhava com a média de R$ 67,35/saco. Isso significa dizer que temos uma redução, passados 12 meses, de oito reais por saco. No Paraná, os lotes eram negociados a R$ 75,35/saco, o que representa um recuo, em relação ao valor atualmente praticado, de quase 12 reais por saco. Portanto, se a nova safra for normal e o câmbio voltar a parâmetros mais racionais, a tendência continua sendo de preços gaúchos e paranaenses, tanto em balcão quanto em lotes, com redução entre 15 a 20 reais por saco em relação a última safra.
Obviamente, aqueles que estão negociando antecipadamente sua futura safra obterão média bem melhor nessas circunstâncias, pois os preços futuros há alguns meses vêm sendo muito atrativos.
Nesta semana, por exemplo, a soja para maio/15, no FOB interior gaúcho, fechou a R$ 61,00/saco. No Paraná, o porto ficou em R$ 67,00/saco para março. No Mato Grosso, para fevereiro, Rondonópolis cotou a R$ 53,00 o saco na compra. Enquanto isso, Rio Verde (GO) trabalhou com R$ 57,00/saco para fevereiro/março, e Brasília a R$ 56,50/saco para abril. Já no Mato Grosso do Sul, para março, a compra ficou em R$ 55,00/saco. Em Uberlândia (MG) a compra registrou R$ 59,00/saco para abril, enquanto na Bahia a soja futura, para maio, foi cotada a R$ 57,00. Enfim, no Maranhão, Piauí e Tocantins o saco de soja, para maio, ficou respectivamente em R$ 54,70, R$ 56,60 e R$ 52,60. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: Ceema