Nesta semana repleta de feriados, nos EUA e particularmente no Brasil, as notícias são poucas no mercado, porém, não menos importantes. As cotações em Chicago, por exemplo, romperam o teto dos US$ 10,00/bushel no dia 17/02, para as primeiras posições, após um mês abaixo deste patamar. Esse movimento acabou sendo motivado por mais uma nevasca nos EUA que interrompeu novamente o sistema de transportes em boa parte da região produtora daquele país. Ao mesmo tempo, os operadores aproveitaram para realizar ajustes técnicos. Após oscilações, o bushel de soja acabou fechando a quinta-feira (19) em US$ 10,07para o primeiro mês cotado (março) e US$ 10,11 para maio.
A manutenção deste novo patamar irá depender, agora, do ritmo da colheita sul-americana. Nesse sentido, ajudou à recuperação o fato de que a produtividade média do Centro-Oeste brasileiro, em particular no Mato Grosso, estar sendo um pouco menor do que o esperado devido a momentos de falta de chuva quando do desenvolvimento da planta naquela região. Tanto é verdade que a Conab reduziu a estimativa da safra brasileira para 94,6 milhões de toneladas. Mesmo assim, o Brasil está diante de uma safra recorde.
Outros dois fatores pontuais ajudaram ainda no aumento dos preços em Chicago: breve recuperação nos preços do petróleo, por enquanto sem grande sustentação; melhoria nos volumes semanais exportados pelos EUA, com a semana encerrada em 05/02 apontando 745.500 toneladas, o que superou a expectativa do mercado. Ao mesmo tempo, os produtores locais frearam um pouco suas vendas considerando que Chicago, ao bater ao redor de US$ 9,60-US$ 9,70/bushel recuou demais nestes últimos 30 dias.
Os prêmios nos portos brasileiros fecharam a semana entre 54 e 86 centavos de dólar por bushel, para fevereiro, com sensível recuo em relação às semanas anteriores. Já nos EUA o prêmio oscilou, no Golfo do México, entre 69 e 71 centavos, enquanto na Argentina (Rosário) os mesmos ficaram entre 24 e 76 centavos de dólar por bushel.
No mercado brasileiro, a manutenção de um câmbio entre R$ 2,83 e R$ 2,87 auxiliou para garantir preços mais firmes, puxados também pela melhor performance de Chicago. Com isso, o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 56,22/saco na média semanal. Já os lotes ficaram entre R$ 62,00 e R$ 62,50/saco no final da corrente semana. Nas demais praças brasileiras, os lotes giraram entre R$ 49,80/saco em Sapezal (MT) e R$ 61,00/saco no norte do Paraná. Nota-se que, na medida em que a colheita avança no país os preços vão paulatinamente recuando, somente sendo sustentados pelo câmbio.
Fonte: CEEMA