As cotações da soja melhoraram um pouco durante esta semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 9,76/bushel, após US$ 9,50 uma semana antes (referência a primeira posição cotada).O motivo da melhora, agora, seria o excesso de chuva em algumas regiões dos EUA, o que estaria atrasando a colheita. A mesma chegou, até o dia 18/09, em 4% da área contra 5% na média histórica. Portanto, o tema ainda é irrelevante para o contexto final da safra. Todavia, o mercado começa a especular de que o volume projetado pelo USDA em seu último relatório (114,3 milhões de toneladas) pode não se concretizar. Mesmo assim, a safra final da oleaginosa nos EUA não deverá baixar de 110 milhões de toneladas, consolidando um novo recorde.Até o dia 18/09 as condições das lavouras ainda por colher apontavam 73% entre boas a excelentes.Paralelamente, as exportações líquidas de soja pelos EUA, na semana encerrada em 08/09, atingiram a 1,02 milhões de toneladas para o ano comercial 2016/17, sendo que a China comprou 641.700 toneladas daquele total. Já as inspeções de exportação alcançaram 755.120 toneladas na semana encerrada em 15/09, acumulando 1,9 milhões de toneladas no atual ano comercial iniciado em 1º de setembro.
Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja atingiu 3,59 milhões de toneladas em agosto. Um volume abaixo do registrado em julho e bem abaixo do esperado pelo mercado (3,77 milhões).
Pelo lado da demanda, segundo o governo brasileiro, a China teria comprado 36,21 milhões de toneladas de soja do Brasil em 2016, de um total vendido nos primeiros oito meses do ano de 48,17 milhões. Ou seja, a China respondeu por 75,2% do total exportado pelo Brasil no corrente ano. O volume total vendido ao exterior cresceu 5,1% sobre igual período de 2015.
No mercado brasileiro, os preços cederam no final da semana, após breve recuperação, devido a nova valorização do Real. Após atingir a R$ 3,34 por dólar na semana passada, a moeda estadunidense voltou a ser cotada em R$ 3,21 em alguns momentos desta semana. A valorização se deve a manutenção do juro baixo nos EUA. Agora, o sentimento é de que se houver mudança nos mesmos, talvez isso ocorra apenas em dezembro próximo. Igualmente mudanças na política monetária japonesa enfraqueceu o dólar no cenário internacional.
Desta forma, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 70,78/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 77,00/saco na compra. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 71,00 e R$ 73,00/saco no Piauí e Tocantins, R$ 71,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 78,00/saco em Cascavel (PR). Quanto aos preços futuros, o interior gaúcho registrava R$ 75,00/saco FOB para maio/17; Rondonópolis (MT) apontava R$ 67,00/saco para março/17; e Piauí e Tocantins indicavam R$ 72,00 a R$ 73,00/saco para abril/17 (cf. Safras & Mercado).
O mercado nacional continua travado com pouco produto disponível e na expectativa do novo plantio, o qual começa a se desenhar pelo Norte e Centro-Oeste brasileiro. A safra 2015/16, até o dia 09/09, havia sido comercializada em 89% do total, contra 86% na média histórica para o período. No Rio Grande do Sul as vendas atingiam a 80%, contra 71% na média, no Paraná 86%, contra 79% e no Mato Grosso 95%, contra 93% na média. Já para a safra nova 2016/17 as vendas antecipadas brasileiras, na mesma data, atingiam a 20% do total esperado, ficando exatamente dentro da média histórica. No Rio Grande do Sul as mesmas chegavam a 12%, contra 11% na média, no Paraná 14%, contra 13% na média, e no Mato Grosso o percentual vendido batia em 27%, contra 26% na média histórica para o período (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Nov/2016
Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Nov/2016