Após forte especulação e tentativas de baixa, semana se encerra em ritmo lento
A última semana terminou em ritmo lento, cenário típico de sexta-feira e agravado pela queda no preço ofertado pelos frigoríficos.
Com a redução repentina e a ampla variação nas ofertas de compra ao longo da semana, há dificuldade de se estabelecer uma referência de preços em várias praças pecuárias.
Em São Paulo, o boi gordo está cotado em R$146,50/@, à vista. Há tentativas de compra em patamares menores, mas com resistência por parte dos pecuaristas.
Assim, não foi verificado volume considerável de negócios nos preços menores, o que impede quedas mais consideráveis. A oferta de gado não está abundante e colabora para segurar o mercado.
No atacado de carne bovina com osso, preços estáveis.
Fica a expectativa quanto à cotação da carne na semana que vem, com a reposição de estoques pelo varejo, e como este fato influenciará o mercado do boi gordo.
Preço da carne sem osso sobe mais no atacado que no varejo
A semana passada foi marcada pela tentativa forçada dos frigoríficos em manter suas margens.
Começando pela abertura do mercado do boi gordo, com ofertas de compra até R$8,00/@ menores que a referência registrada no fechamento da semana anterior. A isso se soma a valorização da carne, comportamento contrário ao observado no varejo.
No acumulado dos últimos sete dias, embora a alta tenha sido pequena, de 0,6%, não reflete o cenário de consumo atual.
Os varejistas paulistas reduziram em 1,4% os preços no mesmo período. Sinal de vendas fracas, de consumidor descapitalizado.
No atacado a valorização mais forte foi para os cortes de dianteiro, 1,4%, já que estes produtos são de menor valor agregado e que, por isso, têm encontrado maior facilidade de escoamento em 2015, com o complicado cenário econômico.
Os frigoríficos, em um ano, elevaram em 17,0% os preços dos cortes, frente a 13,0% nos açougues e supermercados.
Como resultado da alta nas cotações, a margem da indústria que faz a desossa subiu para 18,2%, o melhor resultado de 2015, próximo do patamar de um ano atrás, quando a crise econômica era uma ameaça e os preços da arroba estavam 20,5% abaixo do atual.
Alta perde força no mercado de reposição
Mercado sem significativas alterações na semana passada, apesar de a referência ter recuado em alguns estados. O movimento de alta mantido desde o início do ano perdeu força.
Na média geral de levantamento, considerando todos os estados e categorias, o preço médio ficou estável em relação à semana anterior.
As cotações das categorias jovens estão mais frouxas. A resistência imposta pela forte valorização dos últimos meses e a recente melhoria na oferta são fatores que colaboram para este cenário.
No mercado do boi magro, houve ajustes de preços nas duas direções. Um fator relacionado ao futuro dos preços da categoria será o comportamento das cotações do boi gordo, fortemente pressionadas nos últimos dias, em momento de mercado altamente especulado.
De qualquer forma, em curto prazo, a disponibilidade de bovinos para reposição não deve apresentar recuperação e este deve continuar sendo o principal fator de precificação do mercado.
Fonte: SCOT