Comentários referentes ao período entre 29/03/2013 a 04/04/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago, após os relatórios do dia 28/03 nos EUA, se estabilizaram em níveis bem mais baixos durante esta primeira semana de abril. O fechamento desta quinta-feira (04) ficou em US$ 6,30/bushel, após US$ 6,41 na véspera e US$ 6,95 uma semana antes. A média de março ficou em US$ 7,26/bushel, contra US$ 7,10 em fevereiro.
Na prática, há uma forte pressão de venda por parte dos produtores dos EUA a qualquer movimento de alta em Chicago, pois a expectativa é de preços ainda mais baixos no futuro, especialmente se a safra estadunidense caminhar normalmente.
Nesse sentido, assim como na soja, o mercado está atento agora ao clima nos EUA. Por enquanto o mesmo está normal, havendo previsões de mais chuvas para os próximos dias no Meio-Oeste daquele país. No próximo dia 15/04 o governo estadunidense anunciará o primeiro levantamento de plantio do milho.
Pelo lado da demanda, com a entrada da safra argentina no mercado, e o quadro de baixa nos preços mundiais, os compradores se retraem e até mesmo cancelam alguns contratos.
No curtíssimo prazo, a queda nos preços externos freou porque as condições das lavouras de trigo nos EUA apontaram apenas 34% entre boas a excelentes, enquanto o mercado esperava até 46%. Além disso, houve boas exportações do cereal por parte dos EUA, com a semana registrando volumes de 485.312 toneladas.
A tonelada de milho FOB na Argentina ficou em US$ 245,00, enquanto no Paraguai a mesma registrou US$ 132,50.
No Brasil, os melhores momentos de preços realmente passaram e o mercado continua em recuo constante. Tendência esta já observada desde janeiro passado. As fortes baixas em Chicago nesta semana trouxeram a paridade de exportação brasileira para menos de R$ 25,00/saco após o mês de setembro, no porto. Se o mercado impor prêmios ainda mais negativos, devido a nossa péssima logística, a paridade poderá cair para R$ 21,00/saco, com graves problemas de preços aos produtores no segundo semestre.
As exportações brasileiras em março ficaram mesmo em 1,6 milhão de toneladas, porém, a expectativa para abril é de apenas 200.000 toneladas, por enquanto.
No balcão gaúcho o preço médio fechou a semana em R$ 25,93/saco, enquanto os lotes fecharam a semana em R$ 26,00/saco, porém, boa parte das regiões com preços menores do que esse. Nas demais praças brasileiras, os lotes oscilaram entre R$ 15,75/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 24,00/saco no norte do Paraná. Para a safrinha, boa parte do Centro-Oeste está sem indicação de preço, porém, houve notícias de que no Mato Grosso do Sul os valores, nos lotes, seriam de R$ 18,50/saco para junho e em Goiás ao redor de R$ 16,50/saco. Lembramos que no Nortão do Mato Grosso, na semana passada, os valores giravam entre R$ 9,00 e R$ 13,00/saco.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras valendo R$ 43,45/saco para o produto dos EUA e R$ 36,88/saco para o produto argentino, ambos para abril. Já para maio o produto da Argentina ficou em R$ 36,26/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 25,74/saco para abril; R$ 25,62 para maio; R$ 25,29 para junho; R$ 25,23 para julho; R$ 25,49 para agosto; R$ 25,00 para setembro; R$ 24,30 para outubro e R$ 24,23/saco para novembro. (cf. Safras & Mercado)
¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.