As cotações do milho em Chicago pouco variaram novamente durante a semana, tendo fechado o dia 30/03, véspera do relatório de intenção de plantio, em US$ 3,67/bushel. Entretanto, o relatório surpreendeu negativamente o mercado, fato que derrubou as cotações após o seu anúncio, com o fechamento da quinta-feira (31), para o primeiro mês cotado, ficando em US$ 3,51/bushel.
Efetivamente, a grande expectativa do mercado era em relação ao relatório, com o mercado esperando uma área de milho ao redor de 36,44 milhões de hectares. O mesmo trouxe os seguintes dados: uma área em crescimento de 6%, devendo atingir a 37,88 milhões de hectares; estoques trimestrais, na posição 1º de março, em 195,6 milhões de toneladas, com aumento de 1% sobre igual momento do ano anterior.
Ao mesmo tempo, as exportações da semana anterior chegaram a 803.200 toneladas, sendo consideradas boas. Já as inspeções de exportação de milho somaram 977.686 toneladas na semana encerrada em 24/03, acumulando um total de 18,5 milhões de toneladas no atual ano comercial 2015/16, contra 22,3 milhões em igual momento do ano anterior.
Assim como no caso da soja, a partir de agora o clima nos EUA irá direcionar muito as cotações do cereal em Chicago.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB para exportação ficou, respectivamente, em US$ 166,00 e US$ 152,50, com novos aumentos em relação a semana anterior.
No Brasil, o preço do milho aos produtores se manteve firme, com o balcão gaúcho fechando na média de R$ 36,89/saco, enquanto os lotes já atingem R$ 49,00/saco no Planalto Médio e Norte do Estado. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram em R$ 31,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 46,50/saco em Guarapuava (PR) e Videira, Concórdia e Chapecó (SC). No interior paulista o mercado físico já bateu, em alguns momentos, em R$ 50,00/saco, enquanto o referencial Campinas (SP) chegou a R$ 54,00/saco CIF.
Nas regiões de colheita de soja, a falta de milho novo é maior já que os produtores se dedicam a cortar, em prioridade, a oleaginosa, deixando para depois o cereal.
Ao mesmo tempo, mesmo tendo que importar milho no momento, o Brasil não segura suas exportações. Até o início da última semana de março o total exportado era de 1,83 milhão de toneladas no mês, a um preço médio de US$ 167,10/tonelada. Isso equivale, ao câmbio de hoje, a algo em torno de R$ 36,29/saco. Ou seja, o mercado interno está pagando bem mais do que a exportação, porém, esta última continua.
É bom lembrar que a carência do cereal no momento se dá em função da forte exportação no ano comercial passado (01/02/2015 a 31/01/2016), quando o país atingiu a 34,2 milhões de toneladas segundo dados portuários (cf. Safras & Mercado); e da forte redução da área semeada na safra de verão.
Nesse momento cerca de 14 milhões de toneladas da futura safrinha já estariam comprometidos para a exportação, faltando teoricamente 20% ainda para ser comercializado, considerando as necessidades internas (cf. Safras & Mercado).
Até o início da última semana de março a colheita de verão no Centro-Sul brasileiro chegava a 70% do total, sendo 88% no Rio Grande do Sul e 75% em Santa Catarina. Já a safrinha estava com a totalidade de sua área semeada, somando 10,4 milhões de hectares, o que representa um aumento de 10,6% sobre o ano anterior.
Para se ter uma ideia do aumento atual dos preços do milho, que estão ao redor de R$ 45,00/saco na média do Centro-Sul do país, há 10 anos atrás o mesmo era de R$ 12,81/saco e em 2015, no início do ano, registrava tão somente R$ 21,00/saco. Ou seja, de um ano para outro o preço mais do que dobrou. Isso vem penalizando consideravelmente os consumidores de ração animal, especialmente aves e suínos.
Enfim, ainda vale destacar que as importações da Argentina e do Paraguai estão muito lentas, o que não ajuda a reverter o processo de alta do milho no mercado interno brasileiro.
A semana terminou com a importação. No CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 47,17/saco para o produto procedente dos EUA e R$ 45,84/saco para o produto da Argentina, ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 48,01/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 37,82/saco para março; R$ 38,02 para abril; R$ 35,72 para maio; R$ 36,47 para julho; R$ 32,99 para agosto e setembro; R$ 33,02 para outubro; e R$ 33,26/saco para novembro.
Fonte: CEEMA
Milho – CBOT (Chicago) – Contrato Set/16
Milho – BM&F – Contrato Set/16