As cotações do milho em Chicago igualmente oscilaram pouco na semana, registrando leve alta após o fechamento de US$ 3,61/bushel neste dia 10/09. O mercado do cereal espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 11/09.
No geral, assim como no caso da soja, o viés continua sendo de baixa, já que a oferta é grande, a colheita nos EUA avança, o volume final deve ficar dentro das expectativas, e a demanda está fraca pelo milho estadunidense. Nesse último caso, as vendas líquidas de milho por parte dos EUA, na semana encerrada em 27/08, somaram 112.700 toneladas para o ano 2014/15 e 328.300 toneladas para 2015/16. A firmeza do dólar continua tirando competitividade dos produtos estadunidenses no exterior.
Paralelamente, a qualidade das lavouras a serem colhidas nos EUA se manteve em 68% entre boas a excelentes. Todavia, relatórios privados deram conta de que os rendimentos médios já obtidos em algumas regiões mostram produtividade abaixo do esperado. Diante disso, ganha mais importância o relatório deste dia 11/09.
A tonelada FOB na Argentina e no Paraguai se manteve respectivamente em US$ 158,00 e US$ 100,00.
No Brasil, a contínua desvalorização do Real mantém os preços do milho mais firmes, pois torna o produto de exportação mais competitivo. Assim, os preços nos portos de embarque sobem quase que constantemente, elevando os valores no interior do país. Isso irá durar enquanto permanecer a fraqueza do Real (o que deve estar no seu limite a julgar pela retomada das intervenções do Banco Central brasileiro no mercado cambial nesta semana, salvo se perdermos o Grau de Investimento).
Nesse contexto, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 24,65/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 29,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 17,00 no Nortão do Mato Grosso e R$ 28,50/saco nas regiões catarinenses de Concórdia, Videira e Campos Novos, assim como em Pará de Minas (MG).
Hoje, quase meados de setembro, mesmo com oferta abundante oriunda da safrinha recorde, a desvalorização do Real freia os negócios internos e eleva os preços locais acima da média praticada nesta época em 2014. Evidentemente, o produtor de milho nacional continua especulando em novas altas do cereal, vendendo bem menos do que deveria nesta época do ano. Por outro lado, os compradores, que assistem seus estoques diminuírem, se veem obrigados a oferecerem preços mais altos ainda para obterem o cereal, gerando um círculo virtuoso para os primeiros e vicioso para os segundos.
Assim como no caso da soja, o que tem elevado o preço do milho é o câmbio fora de controle no Brasil. Isso terá fim no momento em que o câmbio voltar a se ajustar a paridades normais. Por enquanto, o referencial Campinas fechou a semana em R$ 31,50/saco CIF, enquanto no porto de Santos os preços oscilaram entre R$ 34,00 e R$ 34,50/saco, e no porto de Paranaguá em R$ 33,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 49,73/saco para o produto dos EUA e R$ 46,36/saco para o produto da Argentina, ambos para setembro. Já o produto argentino, para outubro, ficou em R$ 49,31/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores no fechamento da semana: R$ 32,54/saco para setembro; R$ 32,53 para outubro; R$ 32,68 para novembro; R$ 32,72 para dezembro; R$ 33,78 para janeiro; R$ 34,02 para fevereiro; e R$ 34,30/saco para março/16. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA