As cotações do milho subiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (17) em US$ 3,68/bushel para o primeiro mês cotado, contra US$ 3,62 uma semana antes e US$ 3,53 no primeiro dia de março.
Assim como no caso da soja, o mercado espera agora o relatório de intenção de plantio dos produtores estadunidenses, previsto para o dia 31/03. O mesmo, em princípio, pode trazer algumas surpresas caso a soja continue ganhando preço em Chicago, mesmo que lentamente. Por enquanto, a expectativa é de pequeno aumento na área semeada com milho.
Todavia, o atual excesso de chuvas no Delta dos EUA começa igualmente a preocupar o mercado do milho, pois o mesmo poderá causar atrasos no plantio do cereal, o qual se dá primeiro do que a soja.
Ao mesmo tempo, a desvalorização do dólar no mercado mundial e a melhoria dos preços do petróleo deram alguma sustentação adicional aos preços do milho. Por sua vez, as vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 03/03, chegaram a 1,17 milhão de toneladas, ou seja, 37% acima da média das quatro semanas anteriores. Esse volume ficou dentro do esperado pelo mercado, sendo o México o principal comprador com 339.100 toneladas. Já as inspeções de exportação dos EUA atingiram a 804.499 toneladas na semana encerrada em 10/03, acumulando, desde setembro, 16,5 milhões de toneladas no atual ano comercial 2015/16, contra 20,5 milhões em igual período do ano anterior.
Vale lembrar que a alta do petróleo favorece a produção de etanol de milho nos EUA, aumentando o consumo do cereal, fato que eleva o seu preço. Todavia, os preços do petróleo continuam muito voláteis e ainda bastante baixos, embora tenham saído do fundo do poço nestes dias de março.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação permaneceu em US$ 163,00 e US$ 142,50 respectivamente, ambas para março.
No mercado interno brasileiro, a média semanal no balcão gaúcho se manteve estável, em R$ 36,51/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 44,00 e R$ 44,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo dos Parecis (MT) e R$ 44,50/saco em Santa Catarina.
Continua havendo restrição na oferta de milho e isso deverá durar todo o primeiro semestre, fato que mantém os preços firmes. Os estoques estão cada vez mais enxutos, fato que tende a elevar o preço do cereal nos próximos meses que antecedem a safrinha.
Ao mesmo tempo, as exportações continuam, sendo que nas duas primeiras semanas de março o Brasil teria vendido 1,18 milhão de toneladas segundo a SECEX.
Nesse contexto, muitos compradores nacionais já começam a cogitar importações da Argentina, principalmente agora que o Real se valorizou. Ao mesmo tempo, os negócios com a safrinha permanecem paralisados devido a diferença de preços entre a oferta e a demanda.
Em termos de estoques a situação é mais crítica em São Paulo. Com isso, a Sorocabana já registra preços ao redor de R$ 47,00/saco em alguns negócios, enquanto o referencial Campinas atingiu a R$ 52,00/saco CIF.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 49,76/saco para o produto dos EUA e R$ 47,52/saco para o produto da Argentina, ambos para março. Já para abril o produto argentino ficou cotado em R$ 49,80/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 40,50/saco para março; R$ 41,01 para abril; R$ 37,72 para maio; R$ 38,51 para julho; R$ 35,50 para agosto; R$ 35,48 para setembro; R$ 35,01 para outubro; e R$ 35,44/saco para novembro.
Fonte: CEEMA
Gráfico do Milho na CBOT – Vencimento Set/16
Gráfico do Milho na BM&F – Vencimento Set/16