As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (18) em US$ 3,58/bushel, ou seja, praticamente nos mesmos níveis da semana anterior. Isso confirma que a especulação, no momento, se concentra na soja estadunidense.
E isso graças à continuidade das chuvas nas regiões produtoras dos EUA, já que o plantio está concluído há alguns dias. Ao mesmo tempo, a demanda pelo milho estadunidense não é significativa no cenário externo, embora tenha melhorado na semana que passou. Pelo sim ou pelo não, o momento crítico para o milho estadunidense é o mês de julho, momento da polinização do cereal.
No geral, assim como no caso da soja, o viés de médio prazo continua baixista já que não há fatores altistas importantes surgindo. O elemento central continuará sendo o clima até setembro, momento da colheita dos EUA.
Ao contrário da soja, os estoques de passagem no final de 2015/16 foram elevados pelo USDA, passando agora para 45 milhões de toneladas.
Ajuda ainda a segurar os preços do milho em Chicago a forte queda nos valores do trigo nos últimos dias. Assim, nem mesmo as exportações de 1,1 milhão de toneladas de milho na semana anterior ajudaram a recuperar a cotação do cereal.
Quanto às condições das lavouras dos EUA, 73% estão agora entre boas a excelentes, perdendo apenas um ponto percentual em relação à semana anterior.
Na Argentina e no Paraguai os preços da tonelada FOB permaneceram em US$ 162,00 e US$ 112,50 respectivamente.
No Brasil, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 22,40/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 24,50 e R$ 25,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 12,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,00/saco em Concórdia, Videira, Chapecó e regiões catarinenses vizinhas.
Na BM&F o contrato novembro chegou a apresentar alguma alta no final da semana, muito mais em razão de tomada de lucros do que por motivos fundamentais altistas. A entrada da safrinha continua pressionando para baixo os preços nacionais do milho, sem perspectiva de reversão no médio prazo. Apenas dois fatores poderão mudar um pouco tal quadro: a desvalorização maior do Real, fato que estimulará as exportações, as quais estão ainda muito lentas. (cf. Safras & Mercado)
Nesse sentido, os embarques de milho por parte do Brasil, na primeira quinzena de junho, somam apenas 68.000 toneladas. O mercado espera 300.000 toneladas para o mês inteiro.
Tanto produtores quanto compradores estão esperando a entrada definitiva da safrinha para assumirem uma posição mais consistente no mercado interno brasileiro de milho.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 42,02/saco para o produto dos EUA e R$ 39,11/saco para o produto argentino, ambos para junho. Já para julho o produto argentino ficou em R$ 40,97/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá fechou a semana com os seguintes valores: R$ 27,47/saco para junho; R$ 27,49 para julho; R$ 27,46 para agosto; R$ 27,48 para setembro e outubro; R$ 27,69 para novembro e dezembro; e R$ 28,58/saco para janeiro/16. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA