As cotações da soja em Chicago oscilaram bastante nesta semana do relatório de intenção de plantio nos EUA. O bushel da oleaginosa, para o primeiro mês cotado, todavia, sempre ficou acima de US$ 9,00, tendo fechado o dia 30/03 em US$ 9,09. Na quinta-feira (31), após o anúncio do relatório de intenção de plantio dos produtores estadunidenses o fechamento ficou em US$ 9,10/bushel.
De fato, a grande expectativa do mercado era em relação ao relatório. O mesmo trouxe que a área com soja nos EUA será 1% menor do que a do ano anterior, ficando 33,26 milhões de hectares (um pouco abaixo do esperado pelo mercado). Ao mesmo tempo, os estoques trimestrais, na posição 1º de março, indicaram um volume de 41,64 milhões de toneladas, 15% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, porém, igualmente um pouco abaixo do esperado pelo mercado. A expectativa do mercado era para uma área de 33,56 milhões de hectares e estoques em 42,7 milhões de toneladas. Mesmo assim, Chicago acabou tendo um comportamento neutro no pregão deste dia 31/03. Todavia, poderá subir um pouco nos próximos dias, porém, muita coisa irá, agora, depender do clima nos EUA. É bom lembrar que parte do mercado esperava uma redução de área até maior do que foi anunciado.
Em falando de clima, no início desta semana o clima úmido em partes das regiões produtoras dos EUA deixou o mercado mais aquecido, pois há o temor de que as chuvas possam atrasar o plantio da soja, embora ainda esteja muito cedo para isso.
Por outro lado, foram fracas as exportações semanais estadunidenses, que somaram 440.100 toneladas na semana encerrada em 17/03, embora as vendas líquidas de farelo de soja tenham subido para 468.700 toneladas. Vale registrar igualmente que o óleo de soja está com cotações muito firmes, batendo nos níveis mais altos dos últimos tempos.
Por sua vez, as inspeções de exportação chegaram a 567.528 toneladas na semana encerrada em 24/03. No acumulado do ano comercial 2015/16 o volume chega a 41,2 milhões de toneladas, contra 44,3 milhões em igual período do ano anterior.
Pelo lado altista, a lentidão das vendas sul-americanas, especialmente no Brasil onde a soja perdeu valor em moeda nacional devido a desvalorização do real, somada a possibilidade de menor produção de óleo de palma na Malásia, devido a seca, sustentou o mercado na semana, antes do relatório do dia 31/03.
No Brasil, com o câmbio se mantendo ao redor de R$ 3,62 por dólar, os preços da soja estacionaram, com poucas oscilações. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 67,69/saco, enquanto os lotes continuaram em R$ 71,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes registraram R$ 57,80/saco em Sorriso (MT) e R$ 69,50/saco no norte do Paraná.
A colheita continua avançando, tendo sofrido um certo atraso no final de semana de Páscoa devido as fortes e constantes chuvas no sul do país, gerando algumas preocupações localizadas quanto a qualidade do produto colhido.
Os preços mais baixos das últimas semanas, na medida em que o câmbio se estabilizou entre R$ 3,60 e R$ 3,70 por dólar freou um pouco o ímpeto de vendas, com os produtores esperando o desenrolar dos acontecimentos políticos nacionais. Todavia, em muitos casos, se aproxima o momento de fazer caixa para o pagamento dos financiamentos, o que deve forçar vendas a qualquer preço.
Fonte: CEEMA
Soja – CBOT (Chicago) – Contrato Set/16
Soja – BM&F – Contrato Mai/16