As cotações da soja pouco variaram em grande parte da semana, porém, na quinta-feira (25) despencaram. O bushel da oleaginosa acabou fechando neste dia 25/08 em US$ 9,98, após US$ 10,32 uma semana antes.
O mercado continua sob influência do clima nos EUA, às vésperas do início da colheita de verão. O mesmo continua normal, porém, com algumas regiões acusando menos umidade do que o esperado. Entretanto, nada que comprometa a safra, pelo menos por enquanto. Tanto é verdade que as condições das lavouras, até o dia 21/08 mantinham 72% entre boas a excelentes, 21% regulares e 7% entre ruins a muito ruins. Esse é segundo melhor nível em qualidade das lavouras nos últimos 30 anos para esta época do ano (cf. Safras & Mercado).
Para confirmar isso, o “crop tour” que a Pro Farmer vem realizando nos EUA informa que a safra atual poderá ser maior do que a de 2015, batendo realmente um recorde histórico.
Ou seja, por este lado o viés continua baixista em Chicago, fato que poderá se confirmar a partir do início de outubro, quando a colheita estiver em andamento.
Enquanto isso, as boas exportações estadunidenses ajudaram a dar suporte aos preços em parte da semana, porém, não são suficientes para fazer frente às notícias positivas do clima. As exportações líquidas para a safra 2015/16, que se encerra em 31/08, chegaram a 177.900 toneladas na semana encerrada em 11/08, enquanto para o ano de 2016/17 o volume atingiu a 1,6 milhão de toneladas, ficando dentro do esperado pelo mercado. Já as inspeções de exportação somaram 774.820 toneladas, acumulando, desde o 1º de setembro do ano passado um total de 49,4 milhões de toneladas, contra 49,6 milhões em igual momento do ano anterior.
Pelo lado da demanda as importações da China somaram 7,76 milhões de toneladas em julho, com recuo de 18,4% sobre julho de 2015. No acumulado do ano a China importou 46,3 milhões de toneladas de soja, com aumento de 3,8% sobre igual período do ano anterior. Porém, preocupa o recuo mensal recente que está ocorrendo por parte dos chineses.
No mercado brasileiro, diante de um câmbio que se manteve ao redor de R$ 3,20 em boa parte da semana, os preços pouco se modificaram. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 71,73/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 79,50 e R$ 80,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 67,80/saco em Uruçuí (PI) e Pedro Afonso (TO), R$ 72,00/saco em Diamantino (MT) e R$ 79,50/saco no centro e norte do Paraná.
Os negócios continuam poucos, com os negociadores demonstrando pouco interesse. O mercado fica estagnado, com um movimento de fretes muito reduzido igualmente nos últimos dias (cf. Safras & Mercado).
Enfim, os preços futuros indicaram os seguintes valores: R$ 76,00/saco FOB para maio no interior gaúcho; R$ 66,00/saco para março em Rondonópolis (MT) e R$ 70,00/saco para abril, no Tocantins e Piauí.