As cotações do trigo em Chicago pouco se alteraram durante a última semana de março. O bushel, para o primeiro mês cotado, fechou o dia 30 (véspera do relatório de intenção de plantio nos EUA) em US$ 4,64, após US$ 4,76 no dia anterior. Já no dia 31/03, após o anúncio do relatório, o fechamento ficou em US$ 4,73/bushel.
O mercado esperava uma área semeada com trigo em 20,9 milhões de hectares. O relatório acabou trazendo uma área um pouco menor, de 20,07 milhões na projeção. Ao mesmo tempo, os estoques trimestrais, posição 1º de março, ficaram em 37,28 milhões de toneladas, ou seja, 20% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Mesmo assim, Chicago até subiu um pouco no fechamento do dia 31/03, como visto acima.
Houve, durante a semana, uma maior demanda pelo trigo dos EUA, o que aqueceu um pouco o mercado. As vendas líquidas, na semana de 17/03, referentes ao ano comercial 2015/16, somaram 368.900 toneladas, ficando 16% acima da média das quatro semanas anteriores. As Filipinas foram os maiores compradores com 107.300 toneladas.
Por outro lado, temperaturas mais baixas do que o esperado atingiram as Planícies produtoras do sul dos EUA causou preocupação e elevação nos preços, mesmo que pouca, pois geadas tardias podem prejudicar o trigais. Todavia, isso acabou não se confirmando e há expectativa de clima mais seco e quente para o início de abril na região.
Nas regiões exportadoras do Mercosul permaneceram com preços entre US$ 170,00 e US$ 200,00/tonelada.
No Brasil, os preços não reagem, diante de um mercado relativamente parado e com importações favorecidas pelo câmbio no momento. Espera-se para o início de abril algum movimento de compra em algumas regiões do país, porém, nota-se que para o Rio Grande do Sul e o Paraná a necessidade das indústrias somente aparecerá em maio, adiando por mais um mês um possível aquecimento de preços. Os fatores logísticos e moinhos relativamente bem abastecidos seriam as causas desta realidade. Além disso, o ritmo de esmagamento por parte dos moinhos se reduziu bastante nas últimas semanas.
Por enquanto, o trigo do Paraguai e da Argentina já está mais interessante, em termos de preço, do que o produto nacional em algumas regiões brasileiras. Isso não impede que o trigo nacional de qualidade venha a ser disputado e tenha aumentos de preço futuramente devido a sua escassez (cf. Safras & Mercado). Ao mesmo tempo, o trigo de baixa qualidade está mais procurado do que o esperado devido aos altos preços do milho, favorecendo o seu uso nas rações animais.
Nesse contexto, a semana fechou com o balcão gaúcho registrando R$ 33,79/saco na média, enquanto os lotes em R$ 680,00/tonelada ou R$ 40,80/saco. No Paraná, igualmente os lotes permaneceram entre R$ 780,00 e R$ 800,00/tonelada, equivalente a R$ 46,80 e R$ 48,00/saco em termos médios.
Fonte: CEEMA
TRIGO – CBOT (Chicago) – Contrato Mai/2016