As cotações do trigo em Chicago recuaram novamente durante a semana, fechando a quinta-feira (05) em US$ 4,53/bushel, após US$ 4,77 no dia 02/05. A média de abril ficou em US$ 4,71/bushel, contra US$ 4,63 em março.
A fraqueza do dólar estimulou as exportações estadunidenses, o que deu um certo alento às cotações em alguns momentos da semana.
Por outro lado, as vendas líquidas norte-americanas de trigo, para o ano 2015/16 iniciado em 1º de junho, ficaram em 351.900 toneladas na semana encerrada em 21/04. As mesmas ficaram bem acima da média das quatro semanas anteriores. O México foi o maior comprador, com 118.800 toneladas. Paralelamente, as inspeções de exportação atingiram a 355.757 toneladas na semana encerrada em 28/04.
Ao mesmo tempo, o USDA divulgou as condições das lavouras estadunidenses no dia 1º de maio passado. As mesmas apresentavam 61% entre boas a excelentes, 32% regulares e 7% entre ruins a muito ruins. Em relação à semana anterior houve melhoria nas condições das mesmas. Já o plantio do trigo de primavera, na mesma data, atingia a 54%, contra a média histórica de 39% para esta época do ano.
Nos países do Mercosul, a tonelada de trigo FOB exportação ficou cotada entre US$ 170,00 e US$ 200,00, repetindo o que ocorre há algumas semanas.
No Brasil, o preço do trigo subiu um pouco graças a alguma retomada de compra por parte dos moinhos e pela escassez de produto de qualidade. No Rio Grande do Sul o mesmo ganhou 3%, enquanto no Paraná o ganho foi de 0,85%. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 34,53/saco, enquanto os lotes chegaram a valores entre R$ 700,00 e R$ 720,00/tonelada (R$ 42,00 e R$ 43,20/saco). No Paraná, os lotes se mantiveram entre R$ 780,00 e R$ 800,00/tonelada, ou seja, entre R$ 46,80 e R$ 48,00/saco. Com a melhora na logística de transporte, a partir do encerramento da safra de soja, e a melhoria na demanda da indústria, certo número de produtores paranaenses tentam firmar posição em torno de R$ 900,00/tonelada para o seu produto de qualidade superior. Todavia, os negócios não têm avançado.
Em abril o Brasil importou mais 456.000 toneladas, sendo 302.000 da Argentina, 94.500 do Uruguai e 48.000 toneladas do Paraguai. O restante veio de outros países produtores. Mas o país igualmente exportou trigo, esse de baixa qualidade, num total de 92.500 toneladas para a Colômbia e as Filipinas. A totalidade do trigo exportado teve origem no Rio Grande do Sul (cf. Safras & Mercado).
O plantio da nova safra de trigo brasileira alcançou 3% da área total esperada, ficando abaixo da média histórica, que é de 5% para o período.
Dito isso, em função do câmbio atualmente praticado no Brasil (ao redor de R$ 3,50 por dólar), não há muita expectativa de melhoria nos preços nacionais do cereal já que o produto importado chega a preços mais baixos do que os praticados internamente.
Fonte: CEEMA
Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Set/16