As cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar, fechando a quinta-feira (17) em US$ 4,62/bushel, após US$ 4,71 uma semana antes e US$ 4,38 no primeiro dia de março.
As preocupações com o clima nos EUA diminuíram. Ao mesmo tempo, o dólar, mesmo mais fraco nestes últimos dias, em termos de médio prazo se mantém forte tirando competitividade dos produtos estadunidenses na exportação. Nesse sentido, as vendas de trigo ao exterior, neste ano comercial, são as piores em 44 anos por parte dos EUA.
Tanto é verdade que as vendas líquidas estadunidenses de trigo, na semana encerrada em 03/03, ficaram em apenas 330.600 toneladas, com aumento de tão somente 6% sobre a média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação somaram 406.577 toneladas na semana encerrada em 10/03, acumulando no atual ano comercial 2015/16 um total de 15,7 milhões de toneladas, contra 17,9 milhões em igual período do ano anterior.
Aqui no Mercosul, a tonelada FOB para exportação girou entre US$ 170,00 e US$ 200,00, sem modificação em relação as últimas semanas.
No Brasil, o mercado igualmente se manteve estável, com a média gaúcha no balcão ficando em R$ 33,65/saco, enquanto os lotes registraram os mesmos R$ 680,00/tonelada na média, ou seja, R$ 40,80/saco. No Paraná os lotes ficaram entre R$ 780,00 e R$ 800,00/tonelada, ou seja, entre R$ 46,80 e R$ 48,00/saco.
A valorização do Real desde a semana anterior, em função dos escândalos políticos que estão inviabilizando o atual governo federal, favorecem as importações e países como o Uruguai e o Paraguai apresentam, agora, preços abaixo dos praticados no mercado brasileiro.
Todavia, o produto de qualidade superior no Brasil continua valorizado. Já o produto de qualidade inferior vê sua procura melhorar devido a manutenção dos altos preços do milho. Com isso, o trigo está substituindo parte do milho nas rações animais brasileiras.
Estamos chegando ao final do primeiro trimestre do ano e os negócios com trigo nacional tendem a crescer já que os moinhos precisam refazer estoques. De um lado, a firmeza do Real estimula aumento nas importações, por outro lado, a escassez de trigo de qualidade superior no país faz com seus preços melhorem. No Paraná, a tonelada já atingiu, em alguns locais, a R$ 820,00, ou seja, R$ 49,20/saco. Por outro lado, uma nova desvalorização do Real, na direção dos R$ 4,00 por dólar (isso dependerá dos desdobramentos políticos no país) inibe as importações e tende a valorizar ainda mais o produto nacional de qualidade superior.
Fonte: CEEMA
Gráfico do Trigo na CBOT – Vencimento Set/16