As cotações do trigo em Chicago voltaram a subir forte nesta semana, alcançando US$ 5,32/bushel no dia 25/06, contra US$ 4,88 uma semana antes. Desde o dia 02/04 passado tal preço não era verificado em Chicago, considerando o primeiro mês cotado.
Nos EUA, apesar de o clima indicar melhoria nas regiões produtoras, os atrasos na colheita do trigo de inverno devido às chuvas, com riscos de doenças nas lavouras, manteve os preços em alta.
As vendas líquidas estadunidenses de trigo, referentes ao ano comercial 2015/16 iniciado em 1º de junho, somaram 315.700 toneladas na semana encerrada em 11/06. O Japão foi o principal comprador, com 97.700 toneladas deste total. Por sua vez, as inspeções estadunidenses de trigo alcançaram a 290.275 toneladas na semana encerrada em 18/06. Com isso, o acumulado no ano comercial 2015/16. iniciado no último dia 1º de junho atinge a 828.526 toneladas, contra 1,5 milhão em igual momento do ano anterior.
Quanto à colheita do produto de inverno nos EUA, a mesma atingiu a 19% da área no dia 21/06, ficando abaixo da média histórica que é de 31% nesta época do ano. Por enquanto, 41% das lavouras de trigo de inverno estão entre boas a excelentes, 37% regulares e 22% entre ruins a muito ruins. Quanto ao trigo de primavera, 71% estavam entre boas a excelentes, 25% regulares e 4% apenas entre ruins a muito ruins.
Na Argentina, o plantio da nova safra de trigo atingia a 35% da área esperada no início desta semana que passou, esperando-se agora uma área final um pouco menor, ou seja, ao redor de 3,9 milhões de hectares. Espera-se, também aqui, que a melhoria climática permita acelerar o plantio do trigo, atrasado neste momento.
No MERCOSUL, os preços da tonelada FOB não se modificaram em relação à semana anterior. Na Argentina os mesmos variaram entre US$ 195,00 e US$ 235,00, enquanto no Uruguai ficaram entre US$ 190,00 e 205,00 e no Paraguai entre US$ 190,00 e US$ 200,00. (cf. Safras & Mercado)
No mercado brasileiro, os preços recuaram durante a semana. O balcão gaúcho viu sua média semanal cair para R$ 28,00/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 580,00/tonelada, ou seja, R$ 34,80/saco. Já no Paraná, os preços oscilaram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada. Isso representa valores entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco para o produto de qualidade superior.
No geral, a tendência é de que o mercado brasileiro deva se manter estagnado diante do fato de que os moinhos continuam abastecidos e o câmbio favorece importações relativamente baratas. Além disso, com a entrada da nova safra a partir de setembro, as indústrias aguardam para realizar novas compras internas na expectativa de recuo nos preços do cereal.
Tudo isso apesar de o trigo argentino entrar no Brasil cerca de 10% acima dos preços internos nacionais. Todavia, os trigos paraguaio e uruguaio chegam aos moinhos paulistas 4% e 1% mais baratos. Já o produto dos EUA chega ao Brasil entre 20% a 24% mais caro do que o praticado no mercado nacional.
Um fator adicional, que veio complicar a possibilidade de retomada das compras por parte dos moinhos brasileiros, está no fato de que os mesmos passaram a encontrar dificuldades para comercializar a farinha no mercado interno. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, até meados desta última semana de junho, segundo a Emater, o plantio da nova safra de trigo no Rio Grande do Sul chegava a 42% da área esperada, estando igualmente atrasado.
Fonte: CEEMA