Home » Publicações » Agronegócio » Análise Semanal do Mercado do Milho – 03/10/2016
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Além da pressão relativa a colheita nos EUA, que chegava a 15% da área no dia 25/09, contra 19% na média histórica, pesou sobre o mercado o fato da China ter anunciado importações mais baixas de milho estadunidense. Nos oito primeiros meses de 2016 o volume importado pela China somou 2,96 milhões de toneladas, 32,1% menor do que igual período do ano anterior. Além disso, 74% das lavouras que estão ainda por colher apresentam condições entre boas a excelentes.
Já as exportações totais de milho por parte dos EUA somaram 1,33 milhão de toneladas na semana anterior, ficando dentro do normal. O mercado espera agora números mais consistentes de colheita para confirmar se a produtividade média ficará ou não dentro dos altos padrões indicados pelo USDA em seu último relatório de oferta e demanda.
Na Argentina, a tonelada FOB para exportação registrou US$ 167,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 147,50.
Aqui no Brasil, a maior fixação de vendas por parte de cooperativas, especialmente em São Paulo, forçou novas baixas nos preços internos. A Sorocabana paulista registrou R$ 36,00/saco, enquanto o referencial Campinas ficou em R$ 41,00/saco no disponível. No final da semana estes valores evoluíram para R$ 38,00 e R$ 41,50/saco respectivamente. A necessidade de pagar contas por parte dos produtores levou a uma maior oferta do cereal, porém, tal processo já estaria arrefecendo. Além disso, as exportações acontecem, porém, em ritmo menor do que o esperado porque o produto dos EUA se mantém mais competitivo no momento, especialmente com o câmbio brasileiro ao redor de R$ 3,23 por dólar.
Nesse contexto, até o final da terceira semana de setembro os embarques brasileiros de milho registravam 2,39 milhões de toneladas, com os compromissos firmados por navios indicando um total final mensal de 2,8 milhões. Outubro já teria programação de 600.000 toneladas.
Vale destacar que o clima seco que atinge grande parte do Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, e já começa a se fazer presente igualmente no Sul, preocupa o mercado neste momento em que o plantio da safra de verão vem ocorrendo.
O preço médio de balcão no Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 41,38/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 27,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 49,00/saco em Videira e Concórdia (SC).
Dito isso, a projeção para a safra de verão do Centro-Sul brasileiro em 2016/17 é de 24,3 milhões de toneladas, contra 22,7 milhões no ano anterior. O Rio Grande do Sul espera colher 5,86 milhões de toneladas, contra 5,61 milhões na última safra. No Paraná a projeção é de 4,2 milhões, em Santa Catarina 3,8 milhões, Minas Gerais 5,1 milhões, e Goiás/DF 2,4 milhões de toneladas. Para o Norte/Nordeste a projeção é de uma colheita de 6,3 milhões de toneladas. Somando isso tudo com a projeção de uma safrinha 2016/17 em 61,7 milhões de toneladas, contra 44,6 milhões no ano anterior, a safra total de milho no Brasil, para este novo ano comercial, deverá atingir a 92,3 milhões de toneladas, contra a frustrada safra passada que alcançou 70,7 milhões.
Em isso se confirmando e as exportações não deslanchando da mesma maneira que há dois anos atrás, os estoques nacionais de milho deverão aumentar significativamente, levando a um forte recuo nos preços internos do cereal. Especialmente se os preços internacionais continuarem baixos (cf. Safras & Mercado).
O plantio da nova safra de verão no Centro-Sul brasileiro é esperado em 4,15 milhões de hectares. Deste total, 16,1% já estavam semeados até o dia 23/09, segundo Safras & Mercado, sendo 37% no Rio Grande do Sul, 18% em Santa Catarina e 23% no Paraná. A maior área semeada com milho de verão será no Rio Grande do Sul com 1,08 milhão de hectares, ou seja, 26% do total.