As cotações do milho em Chicago recuaram um pouco durante a semana, com o bushel do cereal fechando a quinta-feira (25) em US$ 3,23, contra US$ 3,32 uma semana antes.
O mercado igualmente está pressionado pelo clima normal sobre as lavouras dos EUA, enquanto o período de colheita se aproxima rapidamente. A mesma deverá começar na primeira quinzena de setembro. Até o dia 21/08 as condições das lavouras mostravam uma melhoria, com 75% entre boas a excelentes, 18% regulares e 7% entre ruins a muito ruins.
Assim, mesmo com o “crop tour” da Prof Farmer acusando uma redução na produtividade média de alguns Estados norte-americanos (em Ohio a mesma deverá ficar em 9.352 quilos/ha; em Dakota do Sul em 9.404 quilos/ha…), o mercado não encontra motivos para altas em Chicago. Afinal, em outros Estados a produtividade é melhor do que as registradas no passado. É o caso de Indiana que projeta 10.888 quilos/ha.
Nesse contexto, o suporte às cotações, mesmo que fraco, vem das exportações estadunidenses. Há, no momento, boa demanda pelo milho dos EUA no mercado mundial. Tanto é verdade que as vendas líquidas do cereal, para o ano 2016/17, somaram 1,04 milhão de toneladas na semana encerrada em 11/08, ficando dentro do esperado pelo mercado.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho para a exportação fechou a semana em US$ 176,00 e US$ 165,00 respectivamente.
Aqui no Brasil, o saco de milho no balcão gaúcho fechou na média de R$ 44,50, com um pequeno recuo em relação à semana anterior. Os lotes, por sua vez, ficaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 28,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 49,00/saco em Videira e Concórdia (SC).
Diante deste quadro estável os produtores adotam uma postura de reter o milho que ainda resta, visando elevar os preços do cereal no mercado físico. Por enquanto, a Sorocabana paulista está com valores entre R$ 41,00 e R$ 42,00/saco, enquanto o referencial Campinas fica em R$ 46,00/saco CIF. Assim, os compradores voltam a enfrentar estoques reduzidos (cf. Safras & Mercado).
Paralelamente, as exportações brasileiras de milho em agosto atingem a 1,55 milhão de toneladas a um preço médio de US$ 168,80/tonelada, equivalente a R$ 32,41/saco considerando o câmbio atual.
Na BM&F as cotações futuras continuaram recuando em busca de uma aproximação com a realidade existente no mercado físico.
Dito isso, o viés continua sendo de certa recuperação nos preços do milho caso as exportações se mantenham elevadas e as importações não avancem muito.