As cotações da soja em Chicago subiram fortemente nesta semana, puxadas por correções técnicas, após as baixas constantes das semanas anteriores, e pela grande especulação em torno do clima chuvoso nos EUA. Esse clima vem atrasando o término do plantio da soja e poderá causar uma redução na área semeada em relação à intenção anunciada em março. Nesse sentido, o mercado espera com muito interesse o relatório de plantio definitivo previsto para o próximo dia 30/06 naquele país.
Assim, o fechamento desta quinta-feira (18) ficou em US$ 9,77/bushel, após US$ 9,40 uma semana antes e US$ 9,26 no primeiro dia do mês de junho.
Para completar o quadro, o USDA cortou, nesta semana, os estoques finais dos EUA para 2014/15 e 2015/16, sendo que a redução foi maior do que o mercado esperava.
Dito isso, os fundamentos do mercado continuam baixistas, caso a safra estadunidense seja normal. Vem auxiliar nessa tendência o fato de a CONAB ter revisado para cima a última safra brasileira, agora estabelecida em 96,04 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, a Argentina, com 98% de sua área efetivamente colhida, continua apontando uma safra recorde entre 60 a 61 milhões de toneladas.
Paralelamente, as exportações dos EUA, na semana encerrada em 04/06, ficaram em 553.300 toneladas, ou seja, dentro do esperado pelo mercado. Já as inspeções de exportação estadunidenses, na semana encerrada em 11/06, chegaram a 226.614 toneladas. Com isso, o acumulado no ano-safra 2014/15, iniciado em 01/09/2014, fica em 47,4 milhões de toneladas, contra 42,5 milhões um ano antes.
Por sua vez, o esmagamento de soja em maio, nos EUA, atingiu a 4,04 milhões de toneladas, ficando 1,3% abaixo do volume registrado em abril.
Quanto ao plantio da nova safra dos EUA, o mesmo atingia a 87% da área no dia 14/06, contra a média histórica ao redor de 90% nesta época. As condições das lavouras semeadas entre boas a excelentes recuou para 67%, perdendo dois pontos percentuais em relação a semana anterior. Esses dois elementos foram importantes na sustentação dos preços na semana, embora estejam longe de preocupar, por enquanto.
Em termos de prêmio nos portos, os mesmos, para julho, ficaram entre 53 e 82 centavos de dólar por bushel no Brasil; entre 75 e 82 nos EUA; e entre 43 e 67 centavos na Argentina.
No Brasil, diante de um câmbio que demonstrou um fortalecimento do Real, com o a quinta-feira (18) trabalhando ao redor de R$ 3,05, os preços médios recuaram um pouco, mesmo com Chicago mais forte. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 58,81/saco, enquanto os lotes chegaram a valores entre R$ 65,00 e R$ 65,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 52,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 63,00/saco no centro e norte do Paraná. Na BM&F o contrato julho/15 ficou em US$ 22,44/saco.
Em termos de preços futuros, os valores se mantiveram em linha com os da semana anterior. O FOB interior gaúcho, para maio/16, registrou R$ 68,50/saco. No Paraná, o porto de Paranaguá indicou R$ 72,00/saco para março/abril próximos. No Mato Grosso, Rondonópolis indicou R$ 59,00/saco para janeiro/fevereiro, enquanto Dourados (MS) ficou em R$ 59,50 para fevereiro. Em Goiás, a região de Rio Verde apontou US$ 18,50/saco para fevereiro, o que equivale, ao câmbio de hoje, R$ 56,42/saco. Enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio/16, os valores ficaram respectivamente em R$ 62,50; R$ 62,00; R$ 63,00; e R$ 60,50/saco. (cf. Safras & Mercado)
Em todas as regiões brasileiras, os preços futuros, considerando as tendências de Chicago e câmbio, em situação normal, são muito bons e merecem aproveitando em venda futura por parte dos produtores, na busca de uma média elevada no final.
Fonte: CEEMA