As cotações do trigo em Chicago oscilaram durante a semana, porém, acabaram fechando a quinta-feira (13) com boas altas, quando o bushel, para o primeiro mês cotado, fechou o dia em US$ 4,16, após US$ 3,96 na véspera. Este valor do dia 13 é o mais elevado desde meados de agosto passado.
O relatório de oferta e demanda do USDA não chegou a trazer grandes novidades, embora tenha reduzido para 62,9 milhões de toneladas a safra dos EUA e aumentado para 31 milhões de toneladas os estoques finais deste país. Mas as mudanças não foram expressivas em relação ao relatório de setembro. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses ficou entre US$ 3,50 e US$ 3,90/bushel para o corrente ano comercial 2016/17. Já a safra mundial de trigo foi mantida em 744,4 milhões de toneladas, com leve redução de 400.000 toneladas sobre setembro. Os estoques finais mundiais recuaram para 248,4 milhões de toneladas. A produção brasileira de trigo está estimada em 6,3 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina permaneceu em 14,4 milhões de toneladas. Com isso, os argentinos terão 8 milhões de toneladas para exportar. O Brasil, por outro lado, deverá importar cerca de 6 milhões de toneladas de trigo em 2016/17.
O plantio do trigo de inverno nos EUA, até o dia 09/10, atingia a 59% da área esperada, contra 60% na média histórica para esta data.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 205,00 e US$ 210,00 (cf. Safras & Mercado). Ao câmbio brasileiro de hoje isso significa valores entre R$ 39,36 e R$ 40,32/saco.
Já no Brasil, apesar do retorno das chuvas, a colheita avançou no Paraná, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma se inicia lentamente. No geral o produto é de boa qualidade.
No Paraná a colheita chegou a 64% da área semeada até o dia 10/10, enquanto 90% do que resta colher apresenta boas condições de qualidade.
Os preços nacionais continuam com viés de baixa, apesar de já estarem abaixo do preço mínimo oficial estabelecido para atual safra.
Neste sentido, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 34,66/saco, enquanto os lotes ficaram nominalmente em R$ 42,00/saco. No Paraná, o balcão ficou em R$ 36,00/saco enquanto os lotes giraram entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
Diante de tais preços, está cada vez mais claro que o governo brasileiro deverá lançar seu programa Pepro de sustentação do preço mínimo do trigo nas próximas semanas.
Enfim, a demanda brasileira terminou a semana esperando novas baixas de preços para as semanas futuras. Ao mesmo tempo, as importações nacionais de trigo somaram 881.234 toneladas em setembro, sendo que a Argentina participou com 47,9%, seguida pelos EUA com 246.194 toneladas (27,9%), Uruguai com 73.854 toneladas (8,4%), Canadá com 7,9% e Paraguai com outros 7,9%. O volume importado em setembro é o maior da história para um único mês. Nos dois primeiros meses do atual ano comercial 2016/17 o volume importado pelo Brasil atingiu a 1,46 milhão de toneladas, superando o recorde anterior que era de 1999/2000. Enfim, vale destacar que parte deste volume importado se deve às fábricas de rações, as quais se mantém adquirindo trigo no exterior para substituir o milho em suas fórmulas (cf. Safras & Mercado).