As cotações do trigo em Chicago recuaram na semana, fechando o dia 18/06 em US$ 4,88/bushel, contra US$ 5,04 na semana anterior e US$ 5,28 no dia 08/06.
E isso, mesmo com a possibilidade de atrasos na colheita do trigo de inverno nos EUA devido a chuvas importantes nas regiões produtoras desse país. Dito isso, há preocupações com a qualidade final do produto a ser colhido. Até o dia 14/06 cerca de 11% do trigo de inverno já havia sido colhido nos EUA, sendo que 43% das lavouras estavam entre boas a excelentes. Enquanto isso, o trigo de primavera local apresentava 70% das lavouras em condições entre boas a excelentes.
As inspeções de exportação estadunidenses, na semana encerrada em 11/06, indicaram um total de 377.847 toneladas. Com isso, o acumulado do ano comercial 2015/16, iniciado em 01/06 soma 528.711 toneladas.
Por sua vez, os preços do trigo nos portos argentinos se mantiveram entre US$ 195,00 e US$ 235,00/tonelada FOB. Já no Uruguai os mesmos ficaram entre US$ 190,00 e US$ 205,00/tonelada, e no Paraguai entre US$ 190,00 e US$ 200,00/tonelada FOB.
Na Argentina, o plantio da nova safra 2015/16 alcançava 22% da área em meados de junho, estando um pouco adiantada em relação ao ano passado. Os argentinos esperam semear 4,1 milhões de hectares no total.
Enquanto isso, no mercado brasileiro os preços do trigo estagnaram. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 29,63/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 580,00/tonelada ou R$ 34,80/saco para o produto de qualidade superior. No Paraná, os lotes oscilaram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
No geral, o mercado brasileiro de trigo continua lento, diante da baixa liquidez e da proximidade da nova safra, que se inicia a partir de setembro pelo Paraná. Os moinhos continuam abastecidos, esperando queda nos preços a partir da nova colheita. Enquanto isso, a oferta busca não vender na expectativa de que novas desvalorizações do Real possam elevar o preço do cereal no mercado interno.
A área gaúcha semeada com trigo, onde se projeta um recuo entre 20% a 30% neste ano, continua atrasada devido às chuvas. Em meados de junho a mesma chegava ao redor de 30% do esperado, segundo a Emater. No Paraná, segundo o Deral, o plantio chegou a 82% da área, com projeção de recuo de 5% na área total do Estado sobre 2014. Por enquanto, 97% das lavouras semeadas se encontram em boas condições. O instituto espera uma safra paranaense ao redor de 3,96 milhões de toneladas se o clima ajudar.
Segundo a CONAB, a produção total brasileira poderá chegar a 6,8 milhões de toneladas do cereal neste ano (2,5 milhões no Rio Grande do Sul), em uma área 9,2% acima da semeada no ano passado. Em nosso entender, tais projeções estão fora da realidade a julgar pela intenção menor de plantio no Estado gaúcho e mesmo no Paraná. Sem falar no alto custo de produção deste ano, o qual tende a levar os produtores a conduzirem uma lavoura com menos tecnologia e, portanto, mais suscetível a menores produtividades.
Fonte: CEEMA