As cotações do milho em Chicago cederam um pouco na semana, porém, melhoraram no fechamento da quinta-feira (04), ficando em US$ 3,76/bushel, após US$ 3,67 no dia 02/12 e US$ 3,78 no dia 26/11. A média de novembro ficou em US$ 3,73/bushel, contra US$ 3,49 em outubro.
O mercado externo do milho trabalha influenciado pela volatilidade do mercado financeiro, enquanto a relação de troca entre soja e milho continua sendo um fator importante. Assim como no caso da soja, os EUA estão consolidando um elevado estoque de milho neste ano comercial, fato que faz pressão baixista sobre os preços em Chicago.
Paralelamente, as ferrovias estadunidenses voltaram a transportar melhor, favorecendo um movimento mais agudo de vendas do cereal. Soma-se a isso a melhoria do clima na América do Sul, onde o plantio avança, e exportações estadunidenses ainda baixas (743.800 toneladas na semana anterior) e o quadro baixista está montado. Para reverter o mesmo, apenas a realidade do mercado tritícola estadunidense, a qual elevou os preços do cereal nos últimos dias. Todavia, as fortes baixas nos preços mundiais do petróleo puxam para baixo igualmente os valores do óleo de soja e do milho, alternativas para a geração de combustíveis.
Por enquanto, o mercado carece de fatos novos altistas. Talvez possa vir alguma surpresa no relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10/12, porém, a mesma, se vier, não será relevante.
Na América do Sul, a tonelada FOB fechou a semana em US$ 189,00 na Argentina e US$ 137,50 no Paraguai.
Aqui no Brasil, diante de um câmbio mais acomodado, os preços recuaram um pouco mais uma vez. A semana começou com o referencial Campinas caindo para valores entre R$ 28,00 e R$ 28,50/saco, enquanto em Sorocabana a base veio a R$ 25,00/saco. A nova equipe econômica indicada pelo governo brasileiro provocou reação positiva no mercado, fato que acalma as pressões cambiais.
O balcão gaúcho terminou a semana na média de R$ 23,83/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 26,00 e R$ 27,00/saco. Já nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 15,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,00/saco em Santa Catarina.
Nesse contexto, os compradores paulistas diminuem seu ímpeto, esperando preços mais baixos num horizonte de curto prazo. Já os produtores procuram vender mais, fato que levou o encerramento da semana a preços de R$ 27,00 a R$ 27,50/saco no referencial Campinas e a R$ 24,00/saco em Sorocaba. Em havendo abastecimento normal dos consumidores neste mês, dificilmente a tendência de preços se reverte em janeiro, salvo se ocorrer uma frustração na safra de verão. (cf. Safras & Mercado)
Na BM&F/Bovespa os preços futuros, a contar de março, estão muito acima do preço à vista no mercado, sugerindo um recuo expressivo nas próximas semanas em condições normais de oferta e safra de verão.
Nesse contexto, nem mesmo a boa recuperação das exportações devem ajudar muito. Novembro deve ter fechado com vendas em 2,98 milhões de toneladas, acumulando no ano comercial, iniciado em fevereiro/14, um total de 14,29 milhões de toneladas. Como faltam dois meses para encerrar o ano comercial, e diante de previsões de exportação de até 2,4 milhões de toneladas em dezembro, é possível que 2014/15 termine com vendas externas ao redor de 18,5 milhões de toneladas. Abaixo dos 20 milhões inicialmente esperados, porém, bem melhor do que se cogitava em certo momento do ano.
Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras registrou R$ 36,48/saco para o produto dos EUA e R$ 36,89/saco para o produto argentino, ambos para dezembro. Já para janeiro, o valor do produto argentino ficou em R$ 38,12/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 27,57/saco para dezembro; R$ 27,28 para janeiro; R$ 26,64 para fevereiro; R$ 27,05 para março; R$ 27,05 para maio igualmente; R$ 27,49 para julho; R$ 27,60 para setembro e R$ 27,91/saco para novembro. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: Ceema