As cotações do trigo acabaram se elevando durante esta semana, com o fechamento da quinta-feira (29) ficando em US$ 5,15/bushel, após US$ 4,90 uma semana antes.
O clima um tanto ruim que atinge as lavouras dos EUA tem deixado o mercado apreensivo. Igualmente em importantes países produtores do mundo o quadro climático acusa problemas (Brasil, Argentina, Ucrânia, Rússia e parte das Planícies do sul dos EUA estão enfrentando problemas climáticos nas lavouras do cereal). Nesse sentido, muitos operadores partiram para trocar posições vendidas por compradas, elevando o valor do bushel.
Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses, para o ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 357.500 toneladas na semana encerrada em 15/10, sendo 29% maior do que a média das quatro semanas anteriores. O maior comprador foi as Filipinas com 133.900 toneladas.
Nos EUA, até o dia 25/10, 47% das lavouras de trigo de inverno apresentavam condições entre boas a excelentes, 37% regulares e 14% entre ruins a muito ruins.
Nos países do Mercosul os preços FOB da tonelada para exportação não se alteraram, ficando entre US$ 180,00 e US$ 230,00.
No Brasil os preços, por enquanto, se mantêm estáveis, com a média no balcão gaúcho fechando a semana em R$ 32,34/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco, enquanto no Paraná os mesmos permaneceram entre R$ 720,00 e R$ 750,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,20 e R$ 45,00/saco.
A situação geral se complicou bastante sobre a atual colheita nacional, especialmente no Rio Grande do Sul. Como era esperado, o clima tem provocado muitos estragos nas lavouras. No Estado gaúcho a quebra já está em 50% do esperado, sem contar as perdas em qualidade do produto, que são expressivas. A colheita gaúcha chegava ao redor de 25% até o início desta última semana de outubro. Novas chuvas previstas preocupam os produtores para esta virada do mês. Boa parte do trigo gaúcho já está sendo destinado para ração animal.
Já no Paraná, onde a colheita ultrapassava 80% da área, cerca de 64% das lavouras colhidas estavam em boas condições, 29% medianas e 7% ruins. Resta saber o que será dos 15% a 20% restantes, as quais foram atingidas com mais intensidade pelas chuvas, ventos e granizo.
Nesse contexto, mantém-se a tendência de elevação nos preços internos do trigo de qualidade superior, o qual será ainda mais escasso. O mês de outubro termina com o produto no Paraná valendo 2% mais do que em setembro, enquanto no Rio Grande do Sul a majoração é de 7%.
Por sua vez, o Brasil terá que importar bem mais trigo do que o esperado, devendo o preço externo, balizado pelo câmbio, definir para onde caminhará o preço do produto tipo pão que está sendo colhido nesse momento no país. O risco, para os gaúchos, diante de elevado volume de produto ruim, é não receberem adequadamente nem mesmo pelo produto de qualidade superior, pois os volumes poderão ser pequenos, levando os moinhos nacionais a priorizarem as importações, como tem sido o caso geralmente.
Fonte: CEEMA