por Luiz Renato Lazinski, meteorologista INMET/MAPA
As precipitações ocorridas durante o mês de setembro, ficaram acima da média na maior parte do centro-sul do Brasil, mas apresentaram dois comportamentos bem distintos. A primeira quinzena foi marcada por volumes bem abaixo da média, já na segunda quinzena, as precipitações apresentaram volumes muito acima da média, seguindo o comportamento dos últimos meses, com uma distribuição muito irregular. As chuvas ocorridas no final do mês, contribuíram para manter a boa disponibilidade hídrica no solo da região. Nas Regiões Sudeste e sul do Centro-oeste, as chuvas voltaram a partir da segunda quinzena do mês. Nas outras áreas da região Centro-oeste e áreas agrícolas do Nordeste, as chuvas continuam atrasadas.
Três massas de ar frias de forte intensidade, atingiram o sul do Brasil durante o mês de setembro, que provocaram geadas nas áreas mais altas do centro-sul do Paraná, S.Catarina e R.Grande do Sul. As temperaturas apresentaram valores dentro da média, mas as observações mostraram, mais uma vez, que os extremos de temperatura prevaleceram, massas de ar quentes intercaladas com massas de ar muito frio, causando quedas acentuadas nas temperaturas no decorrer do mês.
A temperatura das águas superficiais, no Oceano Pacífico Equatorial, bem como os padrões de circulação de grande escala, continuam mantendo o mesmo padrão próximos à média, seguindo a tendência de neutralidade. As temperaturas da superfície do mar, nas áreas mais a leste do Oceano Pacífico, continuam apresentando valores um pouco mais baixos que o normal e nas áreas central e oeste mantiveram-se dentro da normalidade. As condições climáticas em escala global, observadas ao longo de setembro continuam indicando uma situação de “neutralidade climática” (nem “El Nino” e nem “La Nina”), para os próximos meses.
A tendência de neutralidade climática continuará influenciando o clima para os próximos meses. O mês de outubro deve apresentar precipitações acima da média, no centro-sul do Brasil, mas continuamos com a tendência de chuvas muito irregulares, intercalando períodos curtos que concentram chuva acima da média com períodos maiores com pouca ou nenhuma precipitação, principalmente a partir de novembro. Para a região Sudeste, as chuvas devem ficar dentro da média, nos próximos meses. Nas regiões Centro-oeste e áreas produtivas do Nordeste, as chuvas que estão atrasadas, começam a ocorrer gradativamente a partir de outubro.
As temperaturas continuam com este comportamento, de tendência para os extremos, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas de temperaturas, a exemplo do que ocorreu no decorrer do mês de setembro, para o centro-sul do Brasil. Nas demais Regiões do Brasil, as temperaturas seguem com os valores dentro da média.