As cotações do milho em Chicago se mantiveram estáveis durante esta última semana de julho, fechando o dia 31/07 em US$ 3,57/bushel. A média de julho ficou em US$ 3,83, contra US$ 4,46/bushel em junho.
O clima segue muito positivo nos EUA, fato que permite um desenvolvimento excelente das lavouras de milho. Por enquanto, não há nenhuma perspectiva de reversão na tendência baixista existente. Após um período de sol, novas chuvas estão previstas para a primeira semana de agosto. Nesse sentido, ainda 75% das lavouras estadunidenses de milho estão entre boas a excelentes. Ao mesmo tempo, cada vez mais analistas estimam uma produtividade final acima de 10.674 quilos/hectare. Nesse contexto, a cada alta de preços, motivada por ajustes técnicos, baixas mais expressivas têm ocorrido posteriormente.
Por sua vez, as exportações de milho estadunidense chegaram a 805.000 toneladas na semana anterior, se mantendo baixas para os padrões do período e do país.
O mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/08. O mesmo deverá dar uma definição melhor ao volume a ser colhido nos EUA, assim como a seus estoques finais para 2014/15. Especialmente porque algumas lavouras locais já poderão ser colhidas no final de agosto.
O mês de julho terminou com a tonelada FOB chegando a US$ 188,00 na Argentina e a US$ 124,00 no Paraguai.
No mercado brasileiro, os preços se mantiveram fracos. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 22,10/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 24,00 e R$ 24,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 11,50/saco em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 24,50/saco em Campos Novos (SC).
Houve muitos boatos quanto ao lançamento de leilões de Pepro e geadas que teriam atingido a safrinha do Paraná, porém, nenhum deles consistentes. O que existe mesmo é que o clima não prejudicou as lavouras de milho paranaenses, enquanto a entrada da safrinha ocorre de forma intensa e volumosa no país, derrubando os preços. A desvalorização do Real durante a semana ajudou a estimular um pouco as vendas externas, porém, os volumes são muito baixos. Na prática, o país possui 20 milhões de toneladas de sobra interna sem mercado. (cf. Safras & Mercado)
Assim, a tendência geral continua sendo de recuo nos preços nacionais do milho, não havendo, até o momento, nenhuma perspectiva concreta de reversão da tendência, embora alguns operadores do mercado tentem gerar fatos altistas, porém, sem consistência por serem distantes da realidade.
No geral, segundo ainda Safras & Mercado, os leilões de Pepro não se justificam em função de que a safrinha vai sendo bem estocada em diferentes silos e armazéns. Consta, igualmente, que compradores no mercado brasileiro não estariam conseguindo comprar lotes abaixo de R$ 12,50/saco no Mato Grosso. Na verdade, diante dos baixos preços nacionais e das dificuldades de exportação, a pressão de venda da safrinha ainda não está ocorrendo de forma importante, podendo represar esse processo para o final do ano, piorando o quadro futuro na medida em que a safra de verão, mesmo em área menor, começará a entrar no mercado brasileiro.
Enfim, a semana terminou com as importações, CIF indústrias brasileiras, atingindo a R$ 33,68/saco para o produto oriundo dos EUA e R$ 32,49/saco para o produto da Argentina, ambos ainda para julho. Já para agosto, o produto argentino ficou em R$ 33,84/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, acusou os seguintes valores: R$ 24,48/saco para julho; R$ 24,42 para agosto; R$ 24,32 para setembro; R$ 23,83 para outubro; R$ 23,44 para novembro; R$ 23,59 para dezembro; R$ 24,25/saco para janeiro e fevereiro de 2015.
Fonte: CEEMA