Comentários referentes ao período entre 14/06/2013 a 20/06/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Prof. Ms. Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago se recuperaram um pouco durante a semana, fechando a quinta-feira (20) em US$ 6,73/bushel, contra US$ 6,82 na véspera e US$ 6,43 uma semana antes.
O mesmo processo especulativo que atinge a soja, atua sobre o milho e o trigo em Chicago, já que os motivos econômico-financeiros nos EUA são, obviamente, os mesmos.
Dito isso, as exportações estadunidenses de milho, na semana anterior, ficaram em apenas 81.500 toneladas relativas à safra passada e 68.000 toneladas relativas à futura safra.
O clima nos EUA transcorre normalmente neste momento, embora com umidade ainda expressiva. Nesse sentido, as condições das lavouras do país indicam 64% entre boas a excelentes até o dia 16/06.
Enquanto isso, a tonelada de milho FOB na Argentina e no Paraguai se manteve em US$ 255,00 e US$ 142,50 respectivamente.
Já no Brasil, os preços estacionaram, com uma forte tendência de baixa se mantendo para o segundo semestre. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 23,81/saco, enquanto os lotes chegaram a R$ 26,00/saco. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 11,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 26,00/saco em Concórdia (SC).
Nesse momento o mercado está muito preocupado, como já se esperava, com a entrada daquilo que vem sendo chamado de “super safrinha” (algo em torno de 45 milhões de toneladas). As dificuldades de exportação são imensas (navios em Paranaguá e Santos, que chegam atualmente, somente têm perspectivas de embarque em agosto, ou seja, 60 a 65 dias depois da chegada), não há capacidade de estocagem suficiente nas regiões produtoras e o caos começa a se instalar de maneira mais concreta no setor. A busca pelo mercado interno acaba sendo a saída, porém, a julgar pela situação do mercado suinícola e de frango, o panorama também aí não é tão positivo, salvo se ocorrer uma substancial redução de preços do cereal.
E, por falar em exportação, os embarques em junho estão em apenas 102.200 toneladas. Aquilo que a soja vem enfrentando agora, o milho deverá enfrentar a partir de agosto especialmente (cf. Safras & Mercado).
Nesse contexto, Goiás, que enfrenta lentidão na colheita da safrinha devido às chuvas (o milho tem sido colhido com 30% ou mais de umidade), também registra preços em baixa na safrinha, com o saco sendo indicado a R$ 17,50, no máximo, para julho. No Mato Grosso, os preços estão em R$ 11,50/saco, com tendência ainda a recuar um pouco mais, embora na região de Sorriso, para pagamento em outubro o preço fique hoje em R$ 12,00/saco.
Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras fechou a semana com R$ 51,14/saco para o produto dos EUA e R$ 40,80/saco para o produto argentino, ambos para junho. Para julho, o produto argentino ficou em R$ 39,46/saco. Quanto a exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes preços: R$ 29,09/saco para junho; R$ 29,19 para julho; R$ 28,14 para agosto; R$ 27,98 para setembro; R$ 26,53 para outubro; R$ 26,74 para novembro; R$ 27,38 para dezembro e R$ 27,82/saco para janeiro/14.
¹ Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
² Professor, Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.