As cotações da soja em Chicago voltaram a oscilar fortemente durante a semana, ficando em patamares melhores do que nas semanas anteriores. O fechamento desta quinta-feira (13) ficou em US$ 10,50/bushel para o primeiro mês cotado, contra US$ 10,31 uma semana antes. Para maio/15 o fechamento deste dia 13/11 ficou em US$ 10,64/bushel.
Mesmo com o relatório do USDA de oferta e demanda, anunciado no dia 10/11, sendo baixista, as cotações não chegaram a recuar na média semanal. Isso porque a demanda pela soja dos EUA continua firme, enquanto a disponibilidade da nova safra ainda não se faz presente em sua integralidade. Talvez o mercado esteja mudando de foco neste curto prazo, ficando mais atento à forte demanda, graças aos preços mais baixos, do que ao volume recorde produzido nos EUA.
Por outro lado, as dificuldades de plantio da nova safra na América do Sul, devido ao clima, também estão dando sustentação às cotações em Chicago. Nesse sentido, a Conab acaba de revisar para baixo sua projeção para a nova safra brasileira de soja, indicando um volume final entre 89,3 e 91,7 milhões de toneladas, contra expectativas iniciais que chegaram a beirar volumes entre 93 e 95 milhões de toneladas junto aos analistas privados. Mesmo assim, o atual número oficial ainda seria entre 3,7% a 6,5% superior as 86,1 milhões de toneladas colhidas pelo Brasil em 2013/14.
Quanto ao relatório do USDA, o mesmo indicou o seguinte:
uma safra final nos EUA em 107,7 milhões de toneladas, com aumento sobre o volume indicado em outubro, confirmando o recorde histórico;
estoques finais nos EUA, para 2014/15, mantidos em 12,2 milhões de toneladas, contra 2,5 milhões no ano anterior;
patamar de preços médios aos produtores estadunidenses mantido entre US$ 9,00 e US$ 11,00/bushel para o atual ano comercial;
safra mundial em 312 milhões de toneladas, com novo recorde histórico;
estoques finais mundiais em 90,3 milhões de toneladas para 2014/15;
produção brasileira e argentina respectivamente em 94 e 55 milhões de toneladas;
importações chinesas mantidas em 74 milhões de toneladas para o atual ano comercial.
Ou seja, os dados fundamentais continuam baixistas, devendo forçar novos recuos em Chicago assim que a nova safra, praticamente toda colhida, ingresse efetivamente no mercado estadunidense, melhorando os estoques. Resta saber se os produtores norte-americanos, cientes de que os preços podem melhorar devido a grande demanda, irão acelerar as vendas da oleaginosa até o final do ano.
Por enquanto, mesmo diante de uma enorme safra, o mercado está sob influência do curto prazo, isto é, da pouca disponibilidade diante de uma demanda agressiva. Tal comportamento deverá durar o restante deste mês de novembro.
Por sua vez, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, referentes ao ano de 2014/15, iniciado em 01/09, atingiram a 1,61 milhão de toneladas na semana encerrada em 30/10. Tal volume é 22% superior à média das quatro semanas anteriores, sendo que o principal comprador do produto foi a China. (cf. Safras & Mercado)
Já na Argentina o plantio avança nas regiões onde a umidade permite. Outrossim, o vizinho país, que é o maior exportador mundial de farelo de soja na atualidade, espera vender até 1,3 milhão de toneladas deste derivado na primeira quinzena de novembro, segundo Oil World.
Quanto aos prêmios nos portos brasileiros, para novembro, continuaram recuando, passando a patamares de 55 centavos de dólar por bushel a US$ 2,05/bushel. No Golfo do México (EUA) tais prêmios ficaram entre US$ 1,14 e US$ 1,15/bushel, enquanto em Rosário (Argentina) se estabeleceram entre US$ 1,20 e US$ 2,30/bushel.
Por outro lado, no mercado interno brasileiro, o comportamento de Chicago e a manutenção de um câmbio ao redor de R$ 2,56 durante a semana, mantiveram os preços da soja em alta no curto prazo. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 57,63/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 65,50 e R$ 66,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 56,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 66,00/saco no oeste e norte do Paraná.
Em termos de preços futuros, igualmente houve melhora, com os seguintes valores sendo indicados durante a semana: no interior gaúcho o FOB para maio ficou em R$ 59,50/saco; no Paraná, o porto de Paranaguá, para março/abril indicou R$ 63,00/saco; no Mato Grosso, a região de Rondonópolis, para fevereiro, ficou em US$ 20,00 ou R$ 51,20/saco; no Mato Grosso do Sul a região de Dourados ficou em R$ 54,00/saco para março; em Goiás o valor para fevereiro/março, na região de Rio Verde, se estabeleceu em R$ 54,00/saco; na região de Brasília o valor ficou em R$ 55,00/saco para abril; em Minas Gerais, região de Uberlândia, o saco de soja para fevereiro ficou em US$ 21,50 ou R$ 55,00; na Bahia (Barreiras), para maio, o saco chegou a R$ 55,00 igualmente; enquanto no Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso) os valores ficaram, também para maio, em R$ 54,00; R$ 54,50 e R$ 51,50 respectivamente.
Fonte: Ceema