As cotações do milho em Chicago continuaram não acompanhando os movimentos da soja. Após terem recuado para US$ 3,78/bushel durante esta primeira semana de março, o fechando do dia 05/03 (quinta-feira) ficou em US$ 3,82. A média de fevereiro chegou a US$ 3,83/bushel, contra US$ 3,88 na média de janeiro. Ou seja, o mercado do milho, assim como o da soja, está relativamente estacionário em termos de preços.
Nessas condições de preços, a soja continua mais atrativa do que o milho, fato que deverá desmentir o Fórum Outlook de meados de fevereiro, levando a um aumento na área de soja e uma redução na de milho. Justamente por isso, a partir de 31/03 (relatório de intenção de plantio nos EUA) o mercado considera que possa haver certa recuperação nas cotações do milho. Por enquanto, esse é o único motivo altista que o milho possui no mercado internacional. Principalmente porque as exportações dos EUA continuam marcando passo, tendo ficado em apenas 715.800 toneladas na semana anterior.
Por outro lado, os estoques nos EUA e no mundo estão bastante elevados, contribuindo para pressionar negativamente os preços. Isso deverá se cristalizar no relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10/03.
No curto prazo, um elemento pode mudar um pouco o quadro baixista. As dificuldades climáticas nos EUA, com frios intensos neste final de inverno, estariam colocando em risco a safra de trigo. Se isso vier a se confirmar o milho poderá ter uma demanda maior, melhorando seus preços.
Na América do Sul a tonelada FOB voltou a recuar, com a Argentina cotando a mesma em US$ 169,00 e o Paraguai em US$ 133,00.
Pelo lado brasileiro, os preços pouco se alteraram. A média no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 23,17/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes permaneceram entre R$ 16,00/saco em Sapezal e Campo Novo dos Parecis (MT) e R$ 28,00/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
A greve dos caminhoneiros, agora momentaneamente encerrada, auxiliou a dar certo suporte ao preço interno do milho. Por outro lado, com o avanço da colheita da soja e a dificuldade crônica de logística no país igualmente ajudou a segurar os preços do cereal. Tanto é verdade que, no mercado paulista, os preços estiveram firmes, não havendo grandes possibilidades de baixas no curto prazo.
Por sua vez, os embarques de milho no mês de fevereiro teriam chegado a 1,1 milhão de toneladas pelo Brasil. Tais embarques já estariam considerando produto da safra nova gaúcha.
Quanto à safrinha, em Goiás se nota negócios a R$ 20,50/saco na região de Jataí para agosto/setembro. Nesse momento, o plantio da safrinha avança bem no país. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, a produção brasileira de milho, em seu total, está projetada entre 72 e 77 milhões de toneladas para este ano. Muito irá depender da área semeada e do volume a ser colhido com a safrinha.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo, para março, R$ 41,54/saco para o produto dos EUA e R$ 38,96/saco para o produto da Argentina. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 40,93/saco. Quanto a exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 29,65/saco para março; R$ 30,31 para abril; R$ 30,45 para maio; R$ 30,35 para julho; R$ 30,41 para agosto; R$ 30,58 para setembro; R$ 31,24/saco para novembro e dezembro.
Fonte: CEEMA