Quanto ao relatório, divulgado neste dia 11/09, o mesmo apontou o seguinte:
1) aumentou a produtividade média dos EUA para 10.627 quilos/hectare;
2) aumentou a produção estadunidense para 365,8 milhões de toneladas;
3) aumentou os estoques finais nos EUA, para 2014/15, a 50,9 milhões de toneladas;
4) reduziu o patamar de preços dos produtores estadunidenses para valores entre US$ 3,20 e US$ 3,80/bushel;
5) elevou a produção mundial de milho, para 2014/15, para 987,5 milhões de toneladas e os estoques finais mundiais para 189,9 milhões de toneladas;
6) reduziu a produção da Argentina para 23 milhões de toneladas, porém, aumentou a do Brasil para 75 milhões de toneladas;
7) manteve a projeção de exportação brasileira de milho em 20 milhões de toneladas para 2014/15.
Já a colheita se iniciou e a produtividade média bastante alta, confirmando as projeções, derruba os preços. O risco de geada precoce nestes dias de setembro não causa nenhum problema ao milho, pois o mesmo está pronto para a colheita. Assim, a luta dos EUA agora é exportar parte desta excepcional produção. Para tanto, os prêmios no porto do Golfo do México deverão baixar para tornar atrativa a venda externa, algo que deverá ocorrer rapidamente.
Por enquanto, as vendas externas ainda estão fracas nos EUA. Na semana anterior o volume foi de apenas 525.000 toneladas. Já na última semana o volume avançou para 1,2 milhão de toneladas. Mesmo assim, enquanto as vendas externas não melhorarem, a pressão baixista sobre as cotações do cereal, diante de uma colheita que promete ser mais tardia e lenta neste ano, continuará forte. Mesmo porque 74% das lavouras estadunidenses continuam entre boas a excelentes, embora apenas 15% das mesmas estejam maturadas no momento, contra 26% na média histórica para esta época do ano. (cf. Safras & Mercado)
Já na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB voltou a recuar, com seus valores passando a US$ 169,00 e US$ 126,00 respectivamente.
Aqui no Brasil, o preço médio semanal do balcão gaúcho ficou em R$ 22,21/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 23,50 e R$ 24,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes registraram R$ 12,50/saco no Nortão do Mato Grosso, até R$ 24,00/saco nas regiões catarinenses de Concórdia e Videira.
O Brasil continua encontrando dificuldades para exportar seu milho, o que impede uma melhoria do preço interno do produto. O forte recuo em Chicago e a entrada da enorme safra dos EUA, com forte potencial de exportação, seguram as vendas externas brasileiras. Provavelmente o produto nacional exportado será apenas o contemplado pelos leilões de Pepro do governo. Na BM&F, nas atuais condições, os preços futuros de novembro e janeiro deverão recuar bastante nas próximas semanas, pois se encontram descolados dos valores praticados no mercado físico.
Quanto às exportações, na primeira semana de setembro o país embarcou 340.500 toneladas, programando para o mês inteiro um total de 2 milhões de toneladas. Esse volume ainda é pouco diante de uma necessidade ao redor de 3 milhões mensais para dar conta dos estoques existentes no país. Assim, somente a desvalorização cambial não é mais suficiente para elevar o preço interno do milho. Especialmente porque a safra total brasileira está sendo estimada agora acima de 77 milhões de toneladas para 2013/14.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 31,62/saco para o produto dos EUA e R$ 30,57/saco para o produto argentino, ambos para setembro. Já para outubro o produto argentino ficou em R$ 32,09/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 22,73/saco para setembro; R$ 22,72 para outubro; R$ 22,64 para novembro; R$ 22,81 para dezembro; R$ 22,40 para janeiro; R$ 22,52 para fevereiro e R$ 22,17/saco para março.
Fonte: Ceema