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Análise do Mercado de Milho – 06/Out/2014

As cotações do milho em Chicago fecharam a semana (02/10) em US$ 3,22/bushel, após US$ 3,26 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 3,35, contra US$ 3,59/bushel em agosto. Assim, entre a média de agosto e o fechamento deste dia 02/10 o milho perdeu 10,3% de seu valor em Chicago. Também aqui o sentimento é de que existe uma resistência a novas quedas ao redor de US$ 3,00/bushel.

Enquanto a colheita chegou a 12% da área, indicando que há muito milho a ser colhido ainda nos EUA, as exportações caminham devagar. Na semana anterior o volume ficou em apenas 836.400 toneladas e na semana passada em 601.000 toneladas. Mesmo assim, os EUA continuam enfrentando problemas de logística no transporte e nos portos. Ao mesmo tempo houve valorização do dólar, fato que retira ganhos do exportador, pois torna o produto local mais caro.

O relatório de estoques trimestrais, posição em 01/09/2014, apontou para um volume de 31,4 milhões de toneladas, superando as expectativas do mercado. Agora o mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10/10. Alguns analistas estadunidenses ainda esperam que Chicago venha a US$ 2,90/bushel. (cf. Safras & Mercado).

A semana terminou com a tonelada FOB valendo apenas US$ 159,00 na Argentina e US$ 122,50 no Paraguai.

No mercado brasileiro, os preços se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando na média de R$ 22,50/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 23,00/saco mais uma vez. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 12,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 23,50/saco nas regiões catarinenses de Concórdia e Videira.

De forma geral, mesmo com a forte desvalorização do real na semana, o mercado não estaria encontrando lastro para mudanças neste patamar de preços que já dura um certo tempo. Para Safras & Mercado, a desvalorização do Real precisa se converter em exportações, para aliviar a pressão interna dos estoques. Todavia isso não está ocorrendo a contento.

Tanto é verdade que setembro registrou vendas externas de 2,68 milhões de toneladas e outubro tem programação para apenas 1,6 milhão. Entre fevereiro e setembro o total exportado pelo Brasil chegou a 8,13 milhões de toneladas de um total de 20 milhões esperado pelo mercado até 31/01/2015. Se o ritmo de exportação se mantiver pelo menos em 2,5 milhões mensais de outubro a janeiro o total exportado pelo país ficará em 18,13 milhões de toneladas, sobrando quase 2 milhões de toneladas a mais do que o esperado nos estoques nacionais. Nessas condições, apenas uma forte frustração na safra de verão futura, que já registra redução na área semeada, poderá reverter o quadro baixista para os preços do milho que ainda se desenha para o primeiro semestre do próximo ano.

É importante salientar que os preços no Centro-Oeste só não recuaram mais porque o governo passou a realizar leilões de Pepro em setembro. Assim, o milho safrinha continua abastecendo as demais regiões do sul do país, freando qualquer possibilidade de aumento nos preços locais.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 33,60/saco para o produto dos EUA e R$ 31,13/saco para o produto da Argentina, ambos para outubro. Já para novembro o produto argentino ficou em R$ 32,61/saco.

Quanto à exportação, o transferido via Paranaguá ficou nos seguintes valores: R$ 22,84/saco para outubro; R$ 22,71 para novembro; R$ 22,89 para dezembro; R$ 22,86 para janeiro; R$ 23,04 para fevereiro; R$ 23,12 para março; e R$ 23,37/saco para maio.

Fonte: CEEMA