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Análise do Mercado de MILHO – 17/Out/2014

As cotações do milho em Chicago, após ensaiarem uma elevação durante a semana, em função do clima chuvoso nos EUA (atrasando a colheita), estagnaram no final da mesma, fechando esta quinta-feira (16) em US$ 3,52/bushel.

Assim como na soja, o clima nos EUA e no Brasil, onde a falta de chuvas impede o plantio, é o destaque destes últimos dias na Bolsa. Soma-se a isso a nova desvalorização do dólar no cenário internacional já que o Banco Central dos EUA anunciou que, talvez, não precise elevar as taxas de juros internas até janeiro/16. Com isso, as exportações das commodities foram favorecidas, porém, os Fundos passaram a se desfazer de posições compradas, tanto de milho quanto de soja, derrubando as cotações em Chicago.

O quadro altista provavelmente não tenha como se sustentar já que a meteorologia anuncia um clima quente e seco nos EUA para os próximos 10 dias. Isso permitirá um grande avanço na colheita dos grãos naquele país. Além disso, no Brasil anuncia-se que boas chuvas finalmente chegarão ao Sudeste e Centro-Oeste brasileiros a partir do dia 21/10, fato que levará à retomada do plantio de verão.

Paralelamente, as exportações de milho pelos EUA atingiram a 933.800 toneladas na semana anterior, mostrando que as vendas ainda estão baixas. Além disso, o milho tem apenas 24% de área colhida até o dia 12/10, contra a média histórica de 43%. Portanto, há muito milho ainda para entrar no mercado estadunidense, fato que irá pressionar para baixo as cotações futuramente caso o clima não provoque surpresas maiores.

O relatório do USDA, deste dia 10/10, mostrou o seguinte:

1)Elevação na produção atual dos EUA para 367,7 milhões de toneladas e estoques finais para 2014/15 em 52,8 milhões de toneladas;

2)Patamar de preços médios aos produtores locais em recuo, para 2014/15, ficando entre US$ 3,10 e US$ 3,70/bushel;

3)Produção mundial em elevação neste ano 2014/15, alcançando 990,7 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais sobem para 190,6 milhões de toneladas;

4)Produção brasileira e argentina projetadas em 75 milhões e 23 milhões de toneladas respectivamente;

5)Exportações brasileiras esperadas em 20 milhões de toneladas.

A tonelada FOB de milho na Argentina subiu na semana, depois de longo tempo em recuo, fechando a mesma em US$ 164,00. Já no Paraguai a mesma se manteve em US$ 122,50.

No mercado brasileiro, a média gaúcha no balcão recuou para R$ 21,00/saco, enquanto os lotes registraram média de R$ 24,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 12,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 23,50/saco nas regiões catarinenses de Concórdia e Videira.

No mercado futuro brasileiro (BM&F) os contratos estiveram em alta no início da semana, puxados pelo comportamento externo e o atraso no plantio nacional da safra de verão no Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, os preços no porto melhoraram, porém, a diferença expressiva no prêmio alto praticado no Brasil contra um prêmio baixo nos EUA, reduz o interesse por negócios em nosso país. (cf. Safras & Mercado)

No Brasil, desde a semana passada os produtores do Sudeste e Centro-Oeste paralisaram o plantio da safra de verão devido a falta de chuvas. Com isso, o milho safrinha existente parou de ser vendido pelos produtores, pois volta a expectativa de uma recuperação dos preços do cereal diante do quadro climático negativo nesse momento. Ao mesmo tempo, o mercado espera novas liberações de leilões de Pepro para o cereal para o dia 23/10. Soma-se a isso a desvalorização do Real que estimula as exportações (diante das incertezas quanto ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, e diante das dificuldades econômicas do país, em outubro há registro de um fluxo cambial negativo de US$ 2 bilhões na primeira quinzena).

Dito isso, há boas previsões de chuvas a partir do dia 21/10 para o Sudeste e o Centro-Oeste, fato que poderá reverter novamente o quadro, levando o mercado para o caminho baixista.

Até meados de outubro a exportação brasileira de milho acumulava, para o mês, um total de 1,33 milhão de toneladas, havendo nomeações de embarques para um total de 3,1 milhões de toneladas no mês, o que é positivo, já que o objetivo é atingir pelo menos 2 a 2,3 milhões de toneladas no corrente mês (muito destes embarques são volumes atrasados de setembro). Para novembro ainda não há nomeações de embarques. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 33,40/saco para o produto procedente dos EUA e R$ 31,50/saco para o produto da Argentina, ambos para outubro. Já o produto argentino, para novembro, ficou em R$ 32,96/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes preços: R$ 24,41/saco para outubro; R$ 24,50 para novembro; R$ 24,11 para dezembro; R$ 24,16 para janeiro; R$ 24,23 para março; R$ 25,29 para maio; e R$ 26,16/saco para setembro.

Fonte: CEEMA