As cotações da soja em Chicago recuaram fortemente no início desta semana, com o bushel batendo em US$ 9,61, após US$ 10,45 duas semanas antes. Posteriormente, o mercado se recuperou parcialmente, fechando a quinta-feira (30) em US$ 9,90/bushel para o primeiro mês cotado e US$ 9,50 para novembro. Nota-se que a partir do mês de setembro, que passa a assumir a primeira posição no final da primeira quinzena de agosto, as cotações estão bem mais baixas.
A melhoria prevista do clima nas regiões produtoras dos EUA, a expectativa de uma safra cheia (a segunda maior da história do país), e exportações fracas na semana deram o tom para o recuo das cotações. Além disso, o novo crash na Bolsa de Xangai, colocando em xeque o crescimento econômico do maior consumidor de soja do mundo, associado a iminência da perda do grau de investimento do Brasil, reforçaram o processo no campo financeiro. Nessa área, a manutenção dos juros estadunidenses na reunião do FED, nesta semana, reduziu o ímpeto altista do dólar e ajudou as cotações a se recuperarem um pouco no transcorrer da semana.
As exportações líquidas estadunidenses de soja, referentes ao ano comercial 2014/15, iniciado em 01/09/2014, ficaram em apenas 80.800 toneladas na semana encerrada em 16 de julho. Para o ano 2015/16 as vendas líquidas ficaram em 241.800 toneladas. Tais volumes ficaram em torno do patamar mais baixo estabelecido pelo mercado. Já as inspeções de exportação estadunidenses de soja chegaram a 120.413 toneladas na semana encerrada no dia 23 de julho. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/09/2014, as inspeções somam 48,7 milhões de toneladas, contra 43 milhões no acumulado do ano anterior.
Apesar de o clima ter melhorado, o USDA não modificou as condições das lavouras de soja nos EUA em seu relatório do dia 27/07. Com isso, as mesmas continuam com 62% entre boas e excelentes condições, 27% regulares e 11% entre ruins e muito ruins.
Já os prêmios nos portos brasileiros oscilaram entre 50 centavos e US$ 1,00/bushel para agosto, enquanto nos EUA os mesmos ficaram entre 75 e 79 centavos de dólar e na Argentina (Rosário) entre 20 e 50 centavos de dólar por bushel.
Aqui no Brasil, as péssimas notícias vindas da economia local, somadas a nova crise na Bolsa de Xangai, levaram o dólar, em alguns momentos da semana, a bater ao redor de R$ 3,40. Isso sustentou os preços da soja, apesar do recuo em Chicago. Porém, compromete os custos de produção da nova safra.
Nesse contexto, a média gaúcha no balcão subiu para R$ 65,72/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 72,00 e R$ 72,50/saco. Nas demais praças brasileiras os lotes giraram entre R$ 59,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 69,50/saco no norte e centro do Paraná.
Em termos de preços futuros, dada a tendência que se desenha (salvo novas e persistentes desvalorizações do Real), os mesmos continuam excelentes, merecendo toda a atenção dos produtores rurais. No interior gaúcho, para maio, a soja ficou em R$ 71,00/saco. Em Paranaguá (porto do Paraná), para março/abril o saco de soja esteve cotado a R$ 74,50. No Mato Grosso, valores em R$ 63,00/saco na região de Rondonópolis, para fevereiro/março próximos. No Mato Grosso do Sul, a região de Dourados sinalizou com valores ao redor de R$ 62,00/saco para o mesmo período. Em Goiás os valores ficaram em R$ 65,00/saco na região de Rio Verde, enquanto a região de Brasília indicou R$ 63,50/saco para abril. Enfim, na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso), os valores para maio ficaram respectivamente em R$ 65,50; R$ 62,00; R$ 63,00; e R$ 61,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, na BM&F, o contrato agosto/15 fechou a semana em US$ 21,67 e o setembro em US$ 21,10/saco.
Fonte: CEEMA